sexta-feira, 20 de maio de 2016
Origem da oração ‘Salve, Rainha’.
“Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós bradamos, os degredados filhos de Eva;
A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei;
e depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre,
ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria”.
No século XI, vivia num mosteiro, perto do lago de Constança, Suíça, o
monge Germano Contractus. Paralítico desde seu nascimento (18.7.1013), aos
sete anos foi confiado pelos pais aos monges do Mosteiro de São Galo para ser
instruído nas ciências e nas artes. Tempos depois foi admitido como monge no
próprio mosteiro e ficou famoso como astrônomo, físico, matemático, teólogo,
poeta e músico. Sua vida foi marcada pelo sofrimento, a ponto de escrever:
“De três modos pode-se sofrer: estando inocente, como Nosso Senhor na
cruz; estando-se culpado, como o bom ladrão; e para fazer penitência. Eu quero
carregar minha cruz para satisfazer por meus pecados e pelos pecados dos
outros. É este o meio mais seguro de se chegar à glória do céu. Mas, sinto-me
muito fraco. O demônio quer fazer-me vacilar. Mãe do céu, ajudai-me, para
que, como vós, eu não murmure e não me queixe, mas reconheça no sofrimento
uma prova do amor de Deus.”
Dia 15 de novembro de 1049, sofrendo de modo especial, rezou em sua
cela, diante de um quadro de Nossa Senhora, por quem tinha uma devoção
especial. Em seu coração, nasceu a prece: “Salve, Rainha, Mãe de misericórdia,
vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de
Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas”.
Pouco depois, entrou em sua cela o irmão enfermeiro. Germano
manifestou-lhe o desejo de ir à capela, dedicada a Nossa Senhora. Ali,
continuou sua meditação e prece. Rezou: “Eia, pois, advogada nossa, esses
vossos olhos misericordiosos a nós volvei; e, depois deste desterro, mostrai-nos
Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce Maria!”
A expressão “sempre virgem” – “ó doce sempre Virgem Maria” – foi
acrescentada mais tarde.
A partir daí, multidões de fiéis passaram a rezar essa oração, que se
tornou uma das mais populares preces marianas. Mereceu até um belíssimo livro,
Glórias de Maria, de Santo Afonso de Ligório, bispo, fundador da Congregação
Redentorista e doutor da Igreja.
Fonte: Livro “Com Maria, A Mãe de Jesus”, de Dom Murilo S.R.Krieger, scj (pág. 204)
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