A diferença que existe entre Eva e Maria, é a mesma diferença que existe entre o “não” e o “sim”. Eva, na maior leviandade, disse “não” aos planos de Deus – e se viu despojada de tudo. Maria disse “sim” e se viu grávida do próprio Filho de Deus.
Semelhante a esta é também nossa história de cristãos. Toda vez que dizemos “não” à palavra que Deus nos dirige, toda vez que voltamos as costas ao amor e nos entregamos ao egoísmo, acabamos sendo despojados da glória de amigas e amigos de Deus, desapossados da herança eterna que nos foi prometida, excluídos do reino que o Cristo nos conquistou pagando com seu próprio sangue.
À semelhança de Adão e Eva, ficamos nus, bem no meio de uma estrada. E então, entrelaçamos as folhas de figueira e com elas tentamos encobrir nossa vergonha, disfarçar nossa nudez, iludir nossa miséria de fugitivos de Deus...
A busca desenfreada do sexo, da bebida e da droga; a corrida enlouquecida na direção do dinheiro e do poder: eis as “folhas de figueira” com que nos enfeitamos, como substitutivo da aliança com Deus, como entorpecente que intoxica nossa consciência.
Mas quando aceitamos Deus em nossa vida, na hora em que respondemos “sim” a seus planos de salvação, eis que nós, à semelhança de Maria, como que nos revestimos de Deus, portadores de sua presença no meio da sociedade, geradores de alegria sem fim no próprio coração de toda a família humana.
No mundo de hoje, continuamos vivendo aquele drama sempre antigo e sempre novo, que consiste no perigo de encarnar o papel de Eva. Mas também temos todas as possibilidades de encarnar o papel de Maria.
Somos continuamente desafiados a escolher entre a serpente e Deus, entre o “não” e o “sim”, entre a rebeldia e a obediência, entre a dominação e o serviço, entre o egoísmo e o amor, entre ser instrumento de perdição ou instrumento de salvação...
De que lado ficaremos e que papel escolheremos?
Do livro “A Mãe do Meu Senhor” – Pe. Virgílio, Ed. Paulus 2001, Pág. 46
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