quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Os Apelos de uma Carinhosa Mãe




Maria é, antes de tudo, Mãe assaz extremosa para com todos os homens do universo. Estes, que são criaturas de Deus e, assim sendo, filhos de um mesmo Pai dos Céus, ontem, hoje e para a eternidade. Deus envia a Virgem Maria em todas as partes do mundo, por meio de inúmeras aparições, para nos oferecer mensagens de paz, de verdade e de vida; Maria é enviada, igualmente, para que regressemos a Deus, à oração, à Igreja, ensejando a nossa completa felicidade.



Maria tem algo a nos dizer. Ela deseja falar a cada um de nós. Reservemos um pouco do nosso tempo para ouvi-la! Ninguém nos ama mais do que ela, a não ser o próprio Deus...



As aparições marianas no mundo


Não devemos pensar que as aparições Marianas sejam algo de excepcional: Maria é a mãe que está muito próxima de seus filhos, Aquela que nos foi dada por Cristo e que se ocupa, verdadeiramente, de cada um de nós, mesmo que não o faça apenas por meio de suas aparições.



Muitos se perguntam por que é que Deus envia quase sempre a Santa Virgem, e com menos freqüência, todos os outros santos do céu... Evidentemente, a resposta não seria que o próprio Deus estivesse sofrendo desta "mariolatria" tão denunciada na terra (ainda que os danos reais deste culto a Maria não sejam patentes...). A explicação encontra-se, na verdade, no papel indispensável, único e magnífico que o Senhor quis confiar à sua Mãe na economia da Salvação.



Maria é Aquela que nos foi dada por Cristo e Ela é, igualmente, Aquela que nos conduz a Ele! Este papel Ela o desempenha de maneira ativa, sobretudo por meio de Suas aparições: os peritos da 42ª semana mariana, realizada em Saragoça, em 1986, enunciaram pelo menos 21.000 aparições marianas, desde o ano 1000, apesar de a Igreja ter autenticado, oficialmente, apenas algumas.



Ao longo do século XX, foram relacionadas cerca de 400 aparições marianas (ou pretensas aparições), 200 das quais, entre 1944 e 1993



A grande maioria das aparições marianas se faz acompanhar de sinais e prodígios extraordinários, como se fosse a “assinatura de Deus” autenticando suas obras. O Bispo da diocese local reconheceu oficialmente o caráter sobrenatural de sete aparições entre tantas:

Fátima (1917 - Portugal),
Beauraing (1932 - Bélgica),
Banneux (1933 - Bélgica),
Akita (1973 - Japão),
Siracusa (1953 - Itália),
Betânia (1976 - Venezuela),
Kibeho (1981 - Ruanda),
aos quais torna-se necessário acrescentar

Zeitoun (1968 - Egito)
Shoubra (1983 - Egito),
Reconhecidos pelo Patriarca da Igreja Copta.



Em 17 dos casos, o Bispo – além de se debruçar sobre o caráter sobrenatural dos fatos - autorizou a expressão do culto nos locais de aparição. Setenta e nove das aparições receberam um ulgamento negativo ou reservado mas, na maioria dos casos, a Igreja não vê necessidade de se pronunciar oficialmente, se o culto e as orações que surgem no local são considerados práticas saudáveis de fé.



O essencial, de fato, está no acompanhamento pastoral das aparições que deve permitir que a semente plantada pela Santa Virgem germine e se desenvolva, plenamente, sem que se misture ao joio, em excesso, para que possa produzir todos os frutos da graça que o Céu espera da sua intervenção...



A Virgem Maria no cerne da cultura de vida


Maria é a Mãe da Vida: Primeiramente, pela Encarnação ela acolheu em seu seio Aquele que é a própria Vida, o Verbo divino "que veio para dar a sua vida ao mundo"; em seguida, no momento da Paixão, ela acolheu, ao pé da Cruz do Gólgota, a maternidade universal abraçando cada um dos filhos dos homens, que seu Filho crucificado lhe designava, mostrando-lhe o apóstolo João: "Eis o teu filho!"... (cf. Jo 19, 26).



Maria está, pois, no cerne da cultura de vida, tanto no plano natural quanto no plano sobrenatural. Na qualidade de mãe do Menino Jesus, ela, como qualquer mãe, tem a experiência da maternidade humana e de tudo aquilo que implica o doar-se, a doação total, a educação do dia-a-dia, de uma criancinha até a idade adulta. Jesus não viveu a vida da Sagrada Família em Nazaré durante trinta anos? Na qualidade de Mãe dos homens e da Igreja, Maria exerce a maternidade espiritual abrangendo todos os que aceitam a aliança com seu Filho, por meio do batismo cristão.



Do mesmo modo, a contemplação de Maria e de José, no seio da Sagrada família de Nazaré, ilumina, com uma luz mais pura, límpida, e mais renovada, as vocações respectivas do homem e da mulher; Maria e José se amavam e mesmo que este amor fosse vivido em castidade total, eles eram casados e viviam um verdadeiro matrimônio de alma e coração. Porém, quantos obstáculos humanamente penosos poderiam ter quebrado, despedaçado tal amor!



Desde então, como não nos voltarmos, particularmente a Maria, mãe, esposa, educadora e portadora d´Aquele que é a própria Vida, especialmente no que diz respeito aos problemas que tangem à vida familiar, à educação, à acolhida da vida e do amor do casal?



As intervenções de Maria na História


Um dos fatos mais impressionantes da fé cristã é o de constatar que Jesus e Maria estão vivos e que ambos são capazes de agir concretamente na história dos homens assim como na história pessoal de cada um.



Ao longo da história, a Virgem Maria se manifestou, respondendo às preces de seus filhos, para acabar com as guerras (Vladimir, Lourdes, Pontmain etc.), invasões (Poitiers, Lepante etc.), enfermidades (Lille), curas (Lourdes). Manifestou-se, igualmente, como guia (Fátima, La Salette, Kibeho), para trazer reconforto (Czestochowa etc.), para proteger crianças (Zeitoun, Rue du Bac etc.), para ajudar os nascimentos (Cotignac etc.), para tocar o coração de todos (Civitavecchia, Soufanieh, Syracuse, ...) etc.



Para agradecer a sua presença maternal e a certeza desta sua solicitude, os cristãos rezam a Ela, há séculos, dizendo-lhe:



"Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria,

que jamais se ouviu dizer

que algum daqueles que tivessem recorrido à Vossa proteção,

implorado o Vosso socorro e invocado o Vosso auxílio,

fosse por Vós desamparado.

Animado, eu, pois, com igual confiança, a Vós,

ó Virgem, entre todas singular, como à minha Mãe recorro..."



Sim, realmente, Maria pode intervir por nós, por cada um de nós, desde que rezemos solicitando a sua intercessão e que seja para a glória de Deus...



Jesus e Maria formam, ao que parece, um ser vivo único sobre a terra.


Nesta frase, o cardeal Bérulle mostra como, no Amor, os dois Corações, o de Jesus e o de Maria formam um só Coração... Então, de que forma podemos melhor chegar a Jesus a não ser passando por Maria, sua Mãe? E por que não nos deixarmos guiar e educar, na vida cristã, por Aquela que, na terra, foi encarregada pelo Pai do Céu de educar seu próprio e único Filho?



Maria, nossa Mãe, não é, na verdade, a pessoa mais indicada para nos ensinar a orar, a viver segundo a mensagem do Evangelho, a freqüentar os Sacramentos da Igreja, em suma, a imitar Jesus, na total consagração de todo o nosso ser?



"Sua mãe guardava fielmente todas essas coisas, meditando-as em seu coração." Desde o momento em que Jesus está vivo em Maria, fazendo parte dela, o seu coração está unido ao coração de Maria.



Maria está, portanto, viva em Jesus e Jesus é tudo para ela; o coração de Maria está muito próximo ao coração de Jesus e dá-lhe vida, inspira-lhe a vida; Jesus e Maria são, ao que parece, um Ser único sobre a terra. O coração de um não vive e não respira sem o outro. Estes dois corações, o de Maria e o de Jesus, tão próximos e tão divinos, vivendo juntos uma vida tão elevada e sublime, não existindo um sem o outro, o que não farão amalgamados, um ao outro, um pelo o outro? Somente o Amor o pode conceber, o Amor único, divino e celeste; e somente o Amor de Jesus o pode compreender...


Ó coração de Jesus, que vive em Maria e através de Maria! Ó coração de Maria, que vive em Jesus e para Jesus! Ó deliciosa união destes dois corações! O coração da Virgem é o primeiro altar no qual Jesus ofereceu seu coração, seu corpo, seu espírito em Hóstia de louvor perpétuo, e no qual Jesus oferece o seu primeiro sacrifício e faz a primeira e perpétua oblação de si mesmo.


(Opúsculos de Devoção, 1002; Vida de Jesus 497, 502)

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