quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Maria presente em todo o mundo





Santuários, Catedrais, Igrejas, Capelas, locais das aparições ou de devoção a Maria cobrem toda a superfície terrestre, nos cinco continentes. Cada nação possui a sua história mariana! Cada povo possui o seu lote extraordinário de graças e prodígios, obtidos por meio de Maria! Tantas histórias verdadeiras e maravilhosas que gostaríamos de poder apresentá-las a todos!


Os principais santuários marianos


Será que existe um único país no mundo que não possua, ao menos, um santuário dedicado à Virgem Maria? Na verdade, Maria está presente em todos os continentes da Terra, ainda que alguns lugares memoráveis da oração mariana tenham se tornado, devido à amplidão de seu esplendor, santuários internacionalmente conhecidos e freqüentados, por milhares de peregrinos, a cada ano.



Assim acontece, por exemplo, com os santuários de Nossa Senhora de Guadalupe (México), na América Latina, de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil, de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, de Nossa Senhora de Czestochowa, na Polônia, de Nossa Senhora de Loretto, na Itália, de Nossa Senhora de Vladimir, em Moscou, de Nossa Senhora de Velankanni, na Índia, de Lavang, no Vietnã, d'Akita, no Japão, de Nossa Senhora da Paz, em Yamoussoukro, Costa de Marfim, de Nossa Senhora da África, na Argélia, ou ainda, o de Nossa Senhora de Altötting na Alemanha, o de Walsingham, na Inglaterra, o de Lourdes, na França, e muitos outros que recebem multidões de peregrinos vindos para honrar e rezar à Maria, a Virgem do Rosário e de todas as intercessões...



Tudo isso teve início, é claro, há 2000 anos, em Nazaré, na Galiléia, num pequeno burgo da Terra Santa, onde Maria recebeu a visita do Anjo Gabriel, quando da Anunciação. Hoje, uma grande Basílica está sendo erguida em Nazaré no local onde a Virgem pronunciou o seu “Sim” que permitiu que Ela se tornasse a Mãe do Messias anunciado às Nações, o Cristo Jesus. Nazaré é o primeiro santuário Mariano, santuário universal.


Nossa Senhora da Conceição Aparecida


No Brasil, a cidade de Aparecida do Norte se encontra no estado de São Paulo, sendo conhecida, sobretudo, como o principal santuário Mariano nacional, para onde convergem peregrinos oriundos de todo o Brasil, visando à Basílica da Virgem Imaculada, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Santa Padroeira do Brasil.

Por que foi escolhido o nome de Nossa Senhora “Aparecida” para a Imaculada Conceição?

Tudo começou no século XVIII, quando três pescadores, habituados a lançar suas redes no rio Paraíba (em Guaratinguetá, a uns 176 quilômetros da capital do estado de São Paulo, São Paulo, igualmente), após várias horas pescando sem nada encontrar, retiraram, junto a alguns peixes, o corpo de uma imagem sem a cabeça. Em seguida, lançada a rede novamente, encontraram a cabeça da imagem: pareceu-lhes, então, que se tratava de uma Virgem Negra... A lenda conta que os pescadores, após terem trazido à terra firme o corpo e, em seguida, a cabeça, a silhueta frágil da Virgem, a eles, aparecida na rede, tornou-se extremamente pesada. Eles não conseguiram transportá-la a lugar algum.



A partir daí, na tradição brasileira, a Virgem Aparecida, sob o vocábulo de sua Imaculada Conceição, é a Santa Mãe, padroeira das mulheres grávidas e dos recém-nascidos, dos rios e do mar, do ouro, do mel, da beleza e da sedução. Ao longo dos anos, a devoção à Virgem da Imaculada Conceição “Aparecida” se ampliou, e numerosas graças foram obtidas. Em 1737, o vigário de Guaratinguetá fez construir uma capela para os fiéis.

Uma Basílica gigantesca para a Santa Padroeira do Brasil

Em 1834, a construção de uma igreja maior, que se tornou, mais tarde, a “velha Basílica”, quando foram iniciadas as obras da gigantesca “nova Basílica”, em 1955. Por decreto do Vaticano, em 1884, quando da comemoração do primeiro cinqüentenário do Dogma da Imaculada Conceição, Nossa Senhora Aparecida foi coroada pelo Arcebispo de São Paulo, em presença do Núncio Apostólico. Em 1930, no dia 16 de julho, nova homenagem prestou-se a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que foi, então, solenemente proclamada Santa Padroeira do Brasil, à vista de todas as autoridades civis e religiosas do país. Naquele dia, o Cardeal Leme, Arcebispo do Rio de Janeiro, pronunciou a consagração do Brasil à Santa Virgem de Aparecida.



Entretanto, até a década de 1950, Aparecida continuou sendo um povoado onde foram introduzidos os chamados religiosos Redentoristas, que lá chegaram no ano de 1893, vindos de Munique, na Alemanha. Estes devotos aceitaram a incumbência de cuidar do santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, fazendo deste a primeira paróquia redentorista na América Latina. Foi em meados do século XX, em 1955, que se deu a construção atual – e imensa – da nova Basílica.

O segundo santuário Mariano mais freqüentado do mundo!

A Basílica Nossa Senhora de Aparecida é realmente gigantesca, com sua torre de 100 metros de altitude, cúpula de 70 m, nave em forma de cruz grega – de 173 m de comprimento e 168 m de largura –, ou seja, contando com uma superfície total de 18.000 metros quadrados, e capacidade de acolhida de... 45.000 fiéis! Por suas proporções, Nossa Senhora Aparecida é a segunda maior Basílica do mundo, após a Basílica de São Pedro, em Roma! O Papa João Paulo II lhe deu o título de “Basílica menor” em 1980. Louvada como a Santa Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida é, particularmente, um lugar de peregrinação escolhido pelos trabalhadores, que para lá se dirigem no dia 7 de setembro, de cada ano, dia da festa nacional.



Nossa Senhora Aparecida é, igualmente, o segundo santuário Mariano em termos de freqüência, no mundo!


As Aparições de Nossa Senhora em Lourdes


A cidade de Lourdes, com seis milhões de peregrinos por ano, está em terceiro lugar entre os santuários marianos mais freqüentados no mundo. Eis o resumo de sua história referido por Monsenhor Perrier, bispo da Diocese de Lourdes e de Tarbes:



Entre os dias 11 de fevereiro e 16 de julho, uma Senhora aparece dezoito vezes a uma jovem de quatorze anos, Bernadete Soubirous. As aparições aconteceram na gruta de Massabielle, não muito longe de Lourdes. Somente Bernadete via e ouvia a Senhora, mas não estava sozinha na Gruta durante as aparições: à sua volta, abundavam observadores, favoráveis ou céticos, que surgiam cada vez mais numerosos. O poder institucional, o clero e a opinião pública logo se interessaram pelo assunto.


Quando se deu a 16ª aparição, no dia 25 de março de 1858, exatamente no dia da festa da Anunciação, a Senhora se dá a conhecer dizendo à jovem: "Eu sou a Imaculada Conceição..."



Bernadete era a filha mais velha de uma família que mergulhava progressivamente na miséria e que seria colocada à prova, vivenciando várias mortes de alguns filhos de tenra idade. Bernadete é acometida de asma, não podendo freqüentar a escola nem o catecismo. Ela ainda não havia feito a Primeira Comunhão. Mas, a família era muito unida e profundamente cristã. Bernadete conhecia muito bem as "suas" orações.


As primeiras aparições são silenciosas. A Senhora convida Bernadete a fazer o sinal da Cruz e a rezar o terço. No dia 18 de fevereiro, Ela pede à Bernadete que "lhe faça o favor de comparecer ao local da aparição durante quinze dias". No final do mês de fevereiro, a Senhora transmite-lhe o pedido que faz aos homens. Ela deseja que eles se convertam e que rezem pelos pecadores: "Dirijam-se até a fonte para beber da sua água e para nela se banharem..." No dia 2 de março, a Senhora encarrega Bernadete de uma missão: "Vá dizer aos padres que venham aqui em procissão e que neste local construam uma capela."


Foi somente durante a 16ª aparição, no dia 25 de março, festa da Anunciação, que a Senhora deu-se a conhecer: "Eu sou a Imaculada Conceição." As duas últimas aparições seriam silenciosas como as primeiras. Maria confiou à Bernadete três segredos que jamais lhe foram arrancados. Durante os oito anos que se seguiram às aparições, Bernadete tornou-se pensionista, sem ser religiosa, tanto no convento das Irmãs de Caridade, como no das Irmãs da Instrução cristã de Nevers, em Lourdes.



Bernadete entrou no noviciado, em Nevers, em 1866, e lá permaneceu aproximadamente treze anos, ocupando, sobretudo, o cargo de enfermeira. Faleceu aos 33 anos, numa quarta-feira da Semana Santa, em 1879. Foi beatificada em 1925 e canonizada em 1933. As curas, por seu intermédio, se iniciaram junto com as aparições. A maior parte delas, ligada à água da fonte. Bernadete jamais admitiu que esta água fosse chamada de milagrosa, e que as curas lhe tivessem sido atribuídas, pessoalmente.



A partir de 1858, sessenta e seis curas foram declaradas milagrosas, ao cabo de procedimentos complexos que não encontraram equivalência em nenhum outro lugar de todo o mundo católico. As aparições foram reconhecidas como autênticas pelo Bispo de Tarbes, Monsenhor Laurence, em 1862.


Todos os Papas manifestaram uma grande afeição (dedicação) a Lourdes.



As aparições de Lourdes que ocorreram quatro anos após a proclamação do Dogma da Imaculada Conceição, fizeram com que todos os Papas manifestassem especial dedicação à Lourdes. Nas listas dos santuários marianos, Lourdes está sempre em destaque. O papa Leão XIII escreveu uma Encíclica para festejar a consagração da Basílica Nossa Senhora do Rosário, em 1901. João XXIII, por sua vez, consagrou a Basílica São Pio X, alguns meses antes de tornar-se Papa. O Papa João Paulo II esteve presente em Lourdes para presidir as festas do dia 15 de agosto de 1983 e veio como peregrino, mais uma vez, para a festa da Assunção, no dia 15 de agosto de 2004.


Em Portugal, Nossa Senhora de Fátima


O santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, é um dos mais conhecidos universalmente, desde os grandiosos eventos que lá se deram, particularmente no ano de

1917.



Logo no início do século XX, a Virgem Maria anunciava às três crianças de Fátima (Lúcia, Jacinta e Francisco) as dolorosas peripécias que o mundo conheceria nos últimos tempos do segundo milênio... A seguir, visitantes e peregrinos de todos os pontos da Terra afluiriam ao local, aos milhões, a cada ano. Eis uma rápida cronologia dos “acontecimentos em Fátima”, pequena aldeia localizada a 120 km, ao norte de Lisboa. Neste povoado a Virgem pediu aos fiéis que rezassem pelos pecadores, convidando-os a uma verdadeira conversão do coração:

A Virgem promete um grande milagre “para que o mundo inteiro creia”; ela revela três segredos; ela pede penitência e orações para a conversão da Rússia.

1915 :

de abril a outubro : Três pastorinhos, Lúcia dos Santos, 10 anos (até a sua morte, ocorrida em 11.02.05, carmelita em Coimbra), e seus primos, Francisco Marto, 9 anos († 4-4-1919) e Jacinta Marto, 7 anos († 20-2-1920), vêem uma figura semelhante a uma estátua de neve.
1916:

primavera, verão e outono: Um anjo aparece às crianças (1).
1917:

13 de maio (domingo) na Cova da Iria (local situado a 3 km de Fátima): as três crianças vêem a Virgem no alto de uma azinheira. Ela lhes pede que voltem ao local no dia 13 de cada mês, ao meio-dia, por mais seis vezes.
Eles retornam, pela primeira vez, no dia 13 de junho (2).
13 de julho: a Virgem promete um milagre “para que todos possam crer”; ela revela três segredos (3), sendo que dois foram divulgados em 1941: 1º) visão do inferno (mar de fogo onde estão mergulhados demônios e condenados às penas eternas); 2º) fim da guerra (mas, se as pessoas não pararem de ofender a Deus, uma outra guerra terá início sob o reinado de Pio XI).
19 de agosto: no dia 13, as autoridades civis, preocupadas com a movimentação de curiosos e o fervor manifestado quando da aparição precedente, prenderam as crianças que passaram um dia e uma noite encarceradas, onde Nossa Senhora chega até elas, no dia 19, conforme referido: A Virgem aparece às crianças em Valinhos, perto da Cova da Iria.
13 de setembro, nova visita.
No dia 13 de outubro, sexta e última aparição: “dança do Sol” diante de 70.000 pessoas (4). A Virgem fala às crianças sobre a necessidade do retorno aos mandamentos de Deus e ao Evangelho. Os justos são convidados a fazer penitência pelos pecadores, a fim de preservá-los do inferno, e para obter a paz no mundo e a conversão da Rússia.
10-12-1925 / 15-02-1926:



A Virgem aparece à Lúcia em Ponte Vedra (Espanha)

1928:

Assentada a primeira pedra da Basílica do Santuário.

A Virgem pede a consagração do mundo e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria (5).

1929:

13 de junho: A Virgem reaparece à Lúcia em Tuy (Espanha) e diz-lhe que solicite a consagração do mundo e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.
1930:

13 de outubro: O Bispo de Leiria declara serem verdadeiras as aparições e aprova o culto oficial de Nossa Senhora de Fátima.
1942:

21 de outubro: Pio XII leva a efeito a consagração solicitada pela Virgem: Nossa Senhora de Fátima é coroada rainha de Portugal e do mundo.
1950:

30 de outubro e 1º de novembro, às 16 horas: Pio XII, nos jardins do Vaticano, vê o sol dançar no céu.
1967 :

13 de maio: Cinqüentenário das aparições, visita de Paulo VI.
1982 e 1991:

13 de maio: Visitas de João Paulo II pelo primeiro e décimo aniversários do atentado, do qual escapou com vida, em Roma, no dia 13 de maio de 1981.
Beatificação dos pastorinhos Jacinta e Francisco; revelação do conteúdo do terceiro “segredo”.
1984:

25 de março : João Paulo II renova a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, na praça São Pedro, em Roma, diante da estátua de Nossa Senhora de Fátima.
1997:

de 13 de maio a 13 de outubro: celebração do octogésimo aniversário das aparições. Visitantes: quatro milhões por ano.
2000 :

13 de maio : Beatificação dos pastorinhos Jacinta e Francisco por João Paulo II em Fátima; revelação do conteúdo do “terceiro segredo” pelo cardeal secretário de Estado do Vaticano, Ângelo Sodano. Ele faz referência ao atentado, no qual João Paulo II foi vítima na Praça São Pedro, no dia 13 de maio de 1981; à luta do comunismo ateu contra a Igreja e contra os cristãos, e ao imenso sofrimento das vítimas da fé no século vinte:


“Eu gostaria mais uma vez de testemunhar toda a bondade do Senhor para comigo, por ter-me salvo da morte quando eu me encontrava gravemente ferido, vítima do atentado de maio de 1981”, dizia João Paulo II. “Expresso, igualmente, meu reconhecimento à bem-aventurada Jacinta pelos sacrifícios e orações que ofereceu para o Santo Padre, que ela havia visionado tanto sofrer”.

26 de junho: Publicação do documento da Congregação para a doutrina da fé sobre as aparições e sobre o “segredo”.
Ato de oferecimento da Igreja e do mundo à Virgem, por João Paulo II, para o III milênio, diante da estátua de Nossa Senhora de Fátima...

8 de outubro de 2000: Ato de oferecimento da Igreja e do mundo à proteção da Virgem para o III milênio, por João Paulo II, acompanhado de 1.500 bispos, por ocasião de seu jubileu, na praça São Pedro, em presença da estátua da Virgem de Fátima.

(1) Ler : As aparições preparatórias do Anjo, em Fátima, em 1916

(2) Ler: As três primeiras aparições de Maria, em Fátima

(3) Ler: Apresentação do terceiro segredo de Fátima por Monsenhor Bertone, em 13 de maio de 2000, em Fátima

(4) O milagre do sol diante de 70.000 pessoas

(5) Ler: A Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria em 25 de março de 1984



Nossa Senhora de Loreto


A ditosa casa de Nazaré, onde, após a saudação do Anjo à futura Mãe de Deus, o Verbo se fez Carne, foi transportada, segundo a tradição, para a cidade de Loreto, na Itália.



A Santa Casa de Loreto foi o primeiro santuário de porte internacional dedicado à Santíssima Virgem tendo sido, durante muitos séculos, o verdadeiro centro Mariano da Cristandade.



Bento XV, em seu "Tratado de canonização dos Santos", mesmo tendo declarado que não se trata de um dogma de fé, aceita a realidade da translação da residência da Virgem:





"Todos os monumentos fornecem as provas: a tradição constante, os testemunhos dos pontífices romanos, assim como os milagres que não cessam de acontecer, confirmam o fato"



e Sixto V, ao terminar a fachada da Basílica, mandou gravar em letras de ouro:



"Casa da Mãe de Deus onde o Verbo se fez carne."



João Paulo II lembra



"estas pedras corroídas pelo tempo, ícones do mistério da Encarnação, pelo qual "para nós, homens, e para a nossa salvação", Deus, no momento da Anunciação, fez-se carne da Virgem Maria e fez-se homem assim como professamos no Credo".



A habitação de Maria compreendia uma gruta cavada na rocha. Diante da abertura da gruta, havia um espaço circundado por três paredes; estas três paredes são as que constituem a Santa Casa e se tornaram objeto de veneração.

A humilde morada foi, de fato, misteriosamente transferida do Oriente para o Ocidente

Segundo a tradição firmada séculos mais tarde, a Santa Casa teria sido transportada de Nazaré, para a Itália, lá chegando no dia 10 de dezembro de 1294, precisamente na floresta de Loreto, perto do porto, no território de Recanati.



A Santa Casa é a própria testemunha de sua origem. Nós nos empenharemos em seguir esta peregrinação, a mais popular da Itália.



Se nos séculos XVI e XVII Loreto foi um dos principais pontos de peregrinação depois de Roma e de Santiago de Compostela, os primeiros testemunhos datam do ano de 1315; entre os bens do bispado, no território de Recanati, havia uma igrejinha no campo, dedicada à Virgem Maria; lá se venerava a imagem de uma Madona tendo o Menino Jesus nos braços.



Um pequeno castelo contendo quatro torres permitia que se evitassem eventuais ataques piratas vindos do mar e não havia nada que impedisse o ardor dos peregrinos; a capela, então venerada, acabou sendo descoberta. Estradas e pontes que levassem até ela foram construídas; as pessoas da região eram muito apegadas a ela e as criancinhas eram estimuladas pelas mães a se voltarem para o santuário a cada manhã, para saudar a Santa Habitação, que abrigou a infância de Jesus.



Com o tempo, um caminho de ronda, guarnecido de pedras grandes e arredondadas, fortificações, um campanário e uma cúpula completavam a arquitetura sagrada; a igreja, vista do exterior, adquiriu assim, a feição de fortaleza.

Os Papas têm, desde sempre, reverenciado Loreto

Podemos citar Urbano V, Urbano VI, o qual instituiu uma indulgência plenária, Nicola V e Pio II, que foram a Ancona para abençoar os cruzados. Em 1450, o impulso foi dado pelo próprio Papa Paulo II; artistas foram, então, convidados a fazer de Loreto o escrínio da Santa Morada, que foi revestida de mármore, sob a direção do arquiteto Bramante.



Pintores, como Lorenzo Lotto, escultores como Lombardo, trabalharam com fervor para a edificação da igreja e para a sua decoração.



O Papa Julio II retirou Loreto da jurisdição do bispo de Recanati para atribuí-la diretamente à Santa Sé; quando terminou a era das cruzadas, Loreto tornou-se um centro de fervor, digno de substituir os lugares santos da Palestina, um centro Mariano europeu de suma importância, etapa tradicional em termos de peregrinações.



É preciso imaginar peregrinos a viajar, de variadas formas, segundo seus recursos: nobres e ricos nas liteiras ou carruagens, com paradas para repousar, e os pobres, a pé, muitas vezes descalços, mulheres e enfermos sendo transportados em carroças; todos caminhavam em grupos de pelo menos trinta pessoas para evitar as emboscadas dos salteadores.



Devemos representá-los a caminhar na parte central das estradas, alternando cantos, orações, discussões, meditações, tendo o apoio de edículas e repositórios dispostos ao longo das vias principais. Portavam chapéus de abas largas e estavam munidos de alforjes e bordões.



Eles encontravam nos mosteiros alojamento e alimentação e, quando chegavam em Loreto, efetuavam suas devoções: confessavam, comungavam, visitavam a Santa Morada e o tesouro onde estavam reunidas as doações para a Madona. Hospital e asilo acolhiam doentes e aqueles que não tinham como voltar para suas casas.



Nos séculos XVIII e XIX, as peregrinações perdem a sua glória de antanho; porém, em 1894, para homenagear o VI centenário da devoção a Loreto, os peregrinos afluíram e diversas nações participaram da decoração das capelas absidais da Basílica.



Para esse local de peregrinação convergiam celebridade e santos: Catarina de Sena, Francisco de Paula, Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Francisco de Bórgia, Luiz Gonzaga, Carlos Borromeu, Benoît Labre, para citar apenas alguns, se sucederam na visita à santa morada... e também a jovem Teresa Martin (Santa Terezinha do Menino Jesus)...

Lugar de cura e conversão:

Quando a nau de Cristóvão Colombo foi surpreendida pela tempestade, o navegador fez a promessa de enviar um peregrino a Santa Maria de Loreto,



"a qual se encontra na região de Marche, província de Ancona, terra do Papa; é a casa onde Nossa Senhora realizou e continua a realizar numerosos e grandes milagres".



Leão X publicou a célebre bula em favor da Sagrada Casa, na qual exalta, inicialmente, as glórias deste santuário incomparável e, a seguir, os grandes, inumeráveis e contínuos milagres que Deus opera nesta igreja, por intercessão de Maria.



O Papa Pio IX, em particular, foi curado neste local: A cristandade deve à Virgem de Loreto o papado do Papa Pio IX. Segundo seus historiadores, desde a infância, o jovem conde Jean-Marie Mastaï Ferretti tinha sido oferecido em voto à Virgem;



"Meus pais", relatava ele, numa ocasião, a um bispo francês, "tinham o hábito de viajar até a Santa Casa e de nos levar com eles, meus irmãos e eu; ora, desde que eles anunciavam a partida eu não conseguia mais dormir."



Assim que deixou o colégio, o jovem abraçou a carreira das armas para tornar-se soldado defensor da Santa Sé. Porém, foi subitamente atingido por uma doença terrível, a epilepsia; sua saúde, em decorrência da enfermidade, ficou profundamente marcada; os médicos se declararam impotentes para combater o mal e anunciaram sua morte iminente.



O Papa Pio VII, que gostava muito de Mastaï, perguntou ao rapaz se ele já havia pensado na santidade do estado religioso. O jovem conde respondeu que já havia pensado nisso, sobretudo após a doença que Deus se aprouvera em enviar-lhe, mas que sua saúde, naquele momento, não lhe permitiria esta atividade assim como a das armas.



Pio VII o consolou e lhe garantiu que ele ficaria curado se aceitasse consagrar-se inteiramente a serviço de Deus. Encorajado por estas palavras, empreendeu o jovem conde a peregrinação a Loreto para implorar, no quarto que fora de Maria, a sua cura, prometendo-lhe que, se obtivesse tal favor, ele abraçaria o estado eclesiástico. A Santíssima Virgem o atendeu. Ele foi radicalmente curado, retornando a Roma para se tornar padre. Estava com vinte e um anos.



Mais tarde, Pio IX devia se desobrigar magnificamente desta dívida de reconhecimento para com a Virgem Maria, proclamando ao mundo o dogma de sua Imaculada Conceição. Às graças da cura se acrescentam as graças da conversão: M Olier nos dá seu testemunho:



"Além do fato de que eu recebera a cura de meus olhos, senti, então, um grande desejo de orar. Este foi o lance mais importante de minha conversão. Foi neste local que eu nasci para a graça e onde Maria me fez renascer para Deus, no mesmo lugar em que ela havia gerado Jesus Cristo."



Quanto a São José de Copertino, ele percebeu, durante uma visão, anjos penetrarem na casa, com as mãos plenas de dons celestes. A seguir, declarou a seu companheiro:



"Olhai e vede as misericórdias de Deus que, como chuva abundante, inundam o santuário! Ó bendito lugar! Ó bem-aventurada morada!"



Terra Santa


– Nazaré da Galiléia: local onde Maria recebeu a visita do Anjo da Anunciação e onde viveu, durante 30 anos, seu Filho Jesus, no seio da Sagrada Família,

– Aïn Karim da Judéia: lugar onde aconteceu a Visitação a Elisabeth, grávida de são João Batista,

– Belém da Judéia: local onde se deu a Natividade de Jesus, Rei da Criação, numa gruta-estábulo,

– Caná da Galiléia (ou Kefr Kenna): nesta localidade teve início a vida pública de Jesus, nosso Salvador, numa festa de casamento, com o milagre da água transformada em vinho... Maria havia dito aos serventes das núpcias: "Fazei tudo o que Ele vos disser..."

– Jerusalém da Judéia: aqui, na colina do Gólgota, a Virgem presenciou a Crucificação de Jesus e a colocação de seu corpo no Túmulo, no campo do Oleiro, antes de vê-lo Ressuscitado, no Cenáculo; no Monte das Oliveiras se deu a Ascensão do Cristo Ressuscitado ao Pai, sob o olhar de sua Mãe; já, no Monte Sion, adveio o mistério da Dormição e da Assunção de Maria ao Céu...

...Os primeiros santuários referindo-se ao mistério Mariano são: aqueles onde a Virgem Maria viveu, historicamente, os momentos mais decisivos do mistério da Salvação, por seu Filho, Verbo de Deus, Encarnado não só na carne, mas, sobretudo, na história dos homens. Das margens do Mar Morto e do Rio Jordão, até o lago Tiberíades e o Monte Hermon, muitos outros lugares desta Terra Santa, pisados pelo Salvador do mundo e por Maria e pontuados por santuários bimilenares, são, em nossos dias, locais de peregrinação universalmente freqüentados.

Todas as grandes ordens religiosas cristãs têm representações na Terra Santa. Particularmente as ordens marianas como a das Irmãs de Nazaré. Podemos citar também a Ordem dos Cavaleiros do Santo Sepulcro de Jerusalém, que data do período da Primeira Cruzada.

Nos dias de hoje, a cidade de Nazaré se encontra no centro de um projeto Mariano universal.

Este projeto reúne, pela primeira vez, todas as Igrejas tradicionais da Terra Santa: trata-se da concepção de um Centro internacional multimídia, chamado a "Casa de Maria", justamente em Nazaré, próximo à Basílica da Anunciação, e cujo objetivo é o de tornar mais conhecida e amada a Virgem, por meio de todas as culturas do mundo. Este Centro "Marie de Nazareth" está em andamento, assim como o site internético que lhe é associado, e cuja aspiração é a de oferecer a possibilidade de consultas, num primeiro momento ou mais tarde, em pelo menos doze idiomas, a fim de que seja cada vez mais irradiada a beleza do mistério de Maria e da Salvação do mundo em Jesus Cristo.

Beth-Sahour e o campo dos pastores


Beth Sahour, atualmente habitada por maioria cristã, situa-se, assim como Belém, em zona palestina. Essa localidade comove Belém, pois segundo a tradição, a região abriga o "campo dos pastores", local referenciado pelo Evangelho de São Lucas (Lc 2, 1-19), quando os pastores ouviram os anjos que os convidavam a seguir até Belém, onde o Messias nasceu. Local de simplicidade e alegria... Lá, o "Céu se abriu", anunciando a paz.



Os peregrinos rezam no interior das grutas desse campo. Uma capela foi igualmente construída, e nela encontram-se afrescos que evocam o relato do Evangelho.


Africa

Continente Africano

A primeiríssima evangelização do continente teve início na África do Norte, no segundo século da primeira era cristã. Efetivamente, neste período, a Numídia (parte Leste da Argélia e do Magrebe) tornou-se província do Império Romano e conheceu, então, os primeiros discípulos de Cristo, vindos como evangelizadores. Se bem que no século V, na época de Santo Agostinho (Pai e Doutor da Igreja, Berbere que viera da África do Norte), o Magrebe, que estava repleto, entre outros, de basílicas e vários santuários marianos, se caracterizava por sua cristandade florescente!



Foi a partir das invasões árabes do século VII que a África do Norte se islamizou cada vez mais, pela força, e se fechou para a luz do Evangelho. Seria preciso esperar o século XIX para que reaparecesse uma evangelização profunda do continente africano, mesmo que, indiretamente, por meio da emigração (huguenote, entre outras) em direção à África do Sul, o Evangelho tenha se instalado efetivamente nestas latitudes austrais desde o século XVII.

Um continente amplamente atravessado pela Palavra do Verbo de Deus

A Palavra do Verbo Encarnado abrange, em nossos dias, o continente africano, em sua totalidade. Na verdade, conta-se ainda com um numeroso clero missionário vindo fundamentalmente da Europa, sendo substituído, cada vez mais por padres e religiosos africanos a ponto de, hoje, um país como a própria França solicitar o apoio dos padres da África para evangelizar as suas próprias paróquias! Compreende-se, então, o motivo pelo qual o continente africano foi chamado por João Paulo II de "Continente da Esperança"! A fé cristã e a devoção à Santíssima Virgem Maria encontram neste lugar, um novo elã, principalmente depois da metade do século XX e após o lançamento de uma nova evangelização, às vésperas do século XXI!



São numerosos os milagres, as visitas e outras aparições da Virgem Maria em solo africano. Recentemente, na véspera do terrível genocídio ruandês, as mensagens de Maria em Kibeho, precisamente no Ruanda, onde a Mãe de Deus apareceu, de 1981 a 1989, pediam orações e anunciavam as provações e sofrimentos de que já temos conhecimento. Uma África Mariana? Sim! Por exemplo, o esplendor e a irradiação majestosa de Nossa Senhora da Paz em Yamoussoukro, na Costa do Marfim; ou ainda, na costa argelina do Magrebe, Nossa Senhora da África, que zela pela Argélia, a branca, e onde se reza a Maria, tanto os cristãos quanto os muçulmanos.

Benin


Uma história de coragem; mariana desde a sua origem

A Evangelização do Benin teve início com os escravos africanos que estiveram no Brasil, e retornaram ao seu país, implantando o culto mariano descoberto em terras brasileiras ─ isso, no início do século XVII. Esses cristãos devotavam vibrante amor à Imaculada Conceição e reuniam-se todos os sábados para rezar o santo Rosário, as ladainhas e o "Salve Rainha", em português, visto que chegavam do Brasil.



Em 1658, dez missionários espanhóis desembarcaram no golfo de Benin, trazendo um catecismo dedicado à Santíssima Concepção de Maria, em língua Espanhola e Arda. Porém, foram recebidos muito mais como colonizadores do que como mensageiros do Evangelho. Três missionários atingidos por grave enfermidade faleceram, e os outros sete receberam ordens para retornar à Espanha.



Em 1842, a Evangelização foi assumida pelos Padres do Espírito Santo e do Coração Imaculado de Maria, que chegaram a Ouidah e consagraram toda a costa ocidental da África a Maria Santíssima. Essa Evangelização soube respeitar o caráter agrícola da economia local, em Akatara; e as grandes celebrações marianas tornaram-se, além disso, temporadas em que se abençoavam os trabalhos agrícolas (assim como acontecia na Igreja síria-caldaica [sírios caldeus], desde tempos remotos).

Espiritualidade autóctone e universal

Benin concedeu à Igreja universal o Cardeal Bernadin Gantin, prefeito da Congregação para os Bispos e Deão do colégio dos Cardeais.



Benin suscitou, igualmente, grandes poetas que celebraram Maria profunda e intensamente. Citamos um canto popular, cujo autor se ignora, mas que é esplendoroso em todos os pontos de vista, revelando que a história vivida naquela região reúne todos os povos.



Observamos, em particular, que, em Porto Novo e em Ouida, a Igreja Católica do país possui grande abertura ecumênica e inter-religiosa.


Attilio GALLI, Madre della Chiesa dei Cinque continenti, (Mãe da Igreja dos Cinco continentes) Ed. Segno, Udine, 1997.


Poema de Maria, após a escravidão


Mãe amável ... a noite foi longa e dura ...

Teus filhos negros chegaram tarde. Eles estão ansiosos, solícitos e cheios de zelo para participar do concerto dos povos, que se eleva, desta terra de exílio em direção a ti, ó doce mãe de Jesus.



Ó mãe tão afável, a noite foi longa e difícil, penoso e longo o sono de teus Negros.... Os outros... amigos ou inimigos, vindos de longe, falavam de teus filhos negros. E teus filhos negros ouviam sem nada entender. Que pesadelo, quando eles, teus filhos negros, compreenderam, que eram testemunhas... dos problemas que lhes diziam respeito! Seu destino estava sendo determinado e discutido... Eles eram testemunhas aflitas e caladas, embora tivessem algo a dizer, uma palavra, uma contestação a ser reinvidicada, uma possição a ser tomada, pessoalmente! Mãe amável, não é verdade que se tratava de um mistério desconcertante e humilhante para teus filhos negros? A noite foi dura e longa...

Foi o Espírito a dizer: "Teus filhos negros pertencem à família"

Porém, de colina em colina, as perdizes anunciaram o nascimento do dia ... De aldeia em aldeia, rompendo o silêncio da noite lânguida, morrente, os galos cantaram um novo dia. Glória de Jerusalém, alegria de Israel, tu és a glória e a alegria de teus filhos negros.



Porque o Espírito disse, e disse uma vez por todas; "teus filhos negros, unidos a todos os outros povos, não são nem hóspedes nem estranhos ou estrangeiros na casa de Deus. Eles são concidadãos dos santos e pertencem à família do Senhor".



És, então, a glória de teus filhos negros, és a alegria deles, ó doce Mãe de Jesus. Teus filhos negros correm para exaltar-te e retomam, em multidão, o clamor de todas as gerações:



Tu és bendita entre as mulheres!



E bendito é o fruto do teu ventre!



Bendita és tu, tu que creste!



Para honrar-te, teus filhos negros esculpiram uma imagem em madeira e em ébano, ébano negro e compacto ... Para venerar-te, teus negros filhos esculpiram tua imagem branca, com o marfim do elefante. As duas imagens podem ser negras ou brancas, sem qualquer problema. Elas não estão falando de um mundo espiritual, sobrenatural? Do mundo do qual tu és a rainha, o mundo das almas, das almas apaixonadas por Deus, todas purpurejadas, sem discriminação, pelo sangue do Cordeiro...



Possam os louvores que tecemos a ti não mais abandonarem os corações nem os lábios de teus filhos negros, mas que se estendam, como a manhã triunfal, avançando em direção aos ilimitados espaços dos céus.

Faze com que sejamos sensíveis a Deus, ensina-nos ...

Mãe do bom conselho, ilumina-nos, tornando-nos cada vez mais sensíveis ao sobrenatural, mais sensíveis a Deus. Dize-nos que todos os acontecimentos da terra têm valor, e que existem soluções que vão muito além da dimensão terrestre, Mãe da divina graça, para que Jesus nos chegue através de ti! Jesus, luz infalível, indefectível dos povos, dia sem declínio das nações ... Virgem Mãe, olha para nós para nos amar e nos socorrer ...



Ó tu, que és um gigante sobre os caminhos do amor, espera por nós na estrada, atraindo-nos, arrebatando-nos, conduzindo-nos. Porque somos fracos, cheios de temores, porque ignoramos, sempre, e tergiversamos. Lembra-te, tu és a nossa grande Irmã... És paciente, porque os irmãozinhos e irmãnzinhas chegarão, em seguida. Lembra-te, tu és a Mãe amorosa ... Estás sempre atenta, ciosa, porque teus filhos tentam caminhar, amada Irmã, Mãe queridíssima, espera por nós, atrai-nos, leva-nos, defende-nos, reza, roga por nós.

Tu não és a música virginal da festa do céu?

És a convergência, o ponto de encontro de todos os olhares, de todos os corações, reunindo-nos dos quatros cantos da Terra. Mãe querida, és o refúgio de todos os corações.. Reuni-nos, para que possamos viver, como irmãos, na ternura maternal.

As vísceras se emocionam e vibram quando chegam os gongos e os cantos da dança, quando se misturam os alegres clamores da celebração. Não és tu a melodia suave, a música virginal da festa do Céu? Virgem fiel, mantém-nos puros ... revive em nós a fome das alegrias inacessíveis ...



És bela e resplendente como a manhã, renovada incessantemente em sua juventude e em seu frescor... És bela e alegre como um campo de café sob a aurora, um campo florido e perfumado... És bela e fascinante como a madeira da palmeira a ondular sob o céu límpido e azul. És linda e encantadora, como uma fonte clara a correr entre as rochas. És bela e e graciosa como a lua a mover-se pelo céu límpido, lavado pela tempestade. És bela e esplêndida, deslumbrante como uma chama que se ergue, majestosa, dentro da noite da savana... És linda, lindíssima, tão bela que, quem te viu, uma única vez, morreria para te rever. Maravilha das maravilhas de Deus, tu és a Mãe de todos nós. Negros e brancos, amarelos e vermelhos, reuni todos nós, dos quatro cantos da Terra, e faze-nos adentrar a festa fraternal da verdade, da justiça e da caridade viva ...





Soberana universal, leva-nos às núpcias eternas onde tu és, doravante, a Mulher a quem louvamos, a quem cantamos, a Virgem Mãe de Jesus. "



Jacques Amoussou, Le culte de Marie dans la spiritualité africaine au Dahomey en Afrique noire, Grand Séminaire Saint Gall, Oudiah 1974, (O culto de Maria na espiritualidade Africano do Daomé na África negra, Grande Seminário St. Gallen), Oudiah 1974, pp. 55-57), nossa tradução, a partir de Attilio Galli, Madre della Chiesa dei Cinque continente (Mãe da Igrej dos Cinco Continentes), Ed. Segno, Udine, 1997, pp.609-623


América

Continente Americano


Maria chegou às Américas com os primeiros grandes navegadores, os que descobriram o Novo Mundo, no final do século XV. Em 1992, o Papa João Paulo II visitou o continente americano quando da comemoração do quinto centenário de sua evangelização (1492). Efetivamente, foi em 1492 que Cristóvão Colombo, chegando, por acaso, ao largo da América Central, percebeu, da ponte de seu navio – cujo nome era, providencialmente, "Santa Maria" – as margens deste "novo continente", que logo foi batizado de as "Américas".

Da América Latina...

Assim, foi, sobretudo na América Latina (Central e do Sul), que se desenvolveu, inicialmente, a fé católica e sua devoção mariana: contamos, hoje, com numerosos santuários dedicados à Santa Virgem (os mais freqüentes, sob o vocábulo de sua "Imaculada Conceição") nestas terras onde multidões – caracterizadas pelo impressionante fervor – e que chegam aos milhares, ao mesmo tempo(!), comprimidas, participam dos grandes encontros espirituais da Imaculada Mãe de Deus. Basta citar o santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, para que possamos avaliar tal fato!

... na América do Norte

Quanto ao subcontinente da América do Norte, a devoção Mariana surgiu, graças aos missionários espanhóis e franceses, a partir do século XVI. Maiormente, no Sul e no Canadá:

nas províncias do Sul dos Estados Unidos atuais (Novo México, entre outras) os Indígenas foram evangelizados à larga, a partir de então, devido à implantação das missões católicas vindas da Europa;
no Canadá (francês), a primeira colônia católica foi erigida no século XVII, na cidade denominada Ville-Marie" (Vila Maria), naturalmente, em honra à Santa Virgem. Encontramos, entretanto, num mapa da Terra Nova, datado de 1527, os nomes de Notre Dame Bay, Conception Bay e St. Mary´s Bay (Baía de Nossa Senhora, Baía da Conceição e Baía de Santa Maria). Três enseadas ou golfos, nas costas Este e Sudeste (Sueste?)da região...

Imagina-se que estes nomes tenham sido escolhidos por um explorador português chamado Gaspar de Cortereal. Mas, é bastante conhecida, igualmente, a aventura de Jacques Cartier, navegador francês que deixou Saint Malo para explorar os mares do Norte, embarcando no navio "Maria, Estrela do Mar", tendo, em 1534, chegado, efetivamente, à Terra Nova, às margens de Labrador, de onde se originou uma pequena colônia, que em 1642, deu origem à fundação da "Ville-Marie" (no Canadá).



A partir do final do século XX, renasce o fervor católico e Mariano

Bem depressa, a Reforma protestante irá liderar grande parte da América do Norte, quando, paralelamente, será fundada, sob a autoridade dos dirigentes originários da Igreja Reformada, a Federação dos Estados Unidos da América. Constata-se, contudo, desde o final do século XX, o reflorescer do fervor católico e Mariano na América do Norte, principalmente no que diz respeito à jovem geração, por um lado, graças à imigração contínua das populações latino-americanas, para os Estados Unidos; por outro, graças ao impacto causado pelas visitas apostólicas do Papa João Paulo II.


Argentina, o país que ama Maria


A Argentina, como toda a América Latina, tornou-se mariana logo que se converteu à fé católica, desde o século XVI.



Seus mais importantes santuários dedicados a Maria são:



Nossa Senhora de Lujan, a Leste,
Nossa Senhora do Vale do Norte
A Virgem de Itati, no litoral.


Mas existem ainda muitos outros, pois os argentinos católicos são particularmente devotos da Santa Virgem, e sentem-se felizes em honrá-la e rezar a ela, como sua Mãe.



Inúmeras cidades argentinas levam o nome de Maria. Eis algumas das mais importantes do país:

começando pela maior delas, Buenos Aires: fundada em 1535, o nome oficial é "ciudad de la Santissima Trinidad y puerto de Santa Maria de los Buenos Aires", quer dizer; "Cidade da Santa Trindade e porto de Santa Maria dos Bons Ares"...;
Rosário, a segunda maior cidade da Argentina, recebeu seu nome em homenagem a Virgem do Rosário...;
Mercedes foi assim chamada em homenagem a Nossa Senhora das Mercês... etc...


O Papa Pio XI, ao encerrar o Congresso Eucarístico Internacional de 1934, em Palermo, abençoou a Argentina e a confiou a

"Nossa Senhora de Lujan, Padroeira muito especial da República Argentina".



A devoção mariana é tão popular na Argentina que as instituições oficiais do país e as famílias, em geral, freqüentemente escolhem a Santa Mãe de Jesus como sua Padroeira particular: assim, temos a Marinha, o Exército, a Aeronáutica e outras instituições do Estado...

O povo, na Argentina, se orgulha de ter a Virgem Maria como Santa Padroeira!


São Nicolau: 25 de setembro de 1983 até 11 de fevereiro de 1990


No dia 25 de setembro de 1983, Gladys Quiroga de Motta, 46 anos, esposa de um operário especializado, está em casa, a rezar o terço. De repente, para grande surpresa sua, aparece a Senhora, tendo uma criança nos braços e, nas mãos, um rosário que estende em sua direção, como se estivesse lhe dando uma confirmação para a prece que fazia. Foi tudo muito rápido. Uma espécie de anunciação.



Ela assinalou somente naquele dia: "Eu vi a Virgem pela primeira vez." As aparições que se sucederam, espaçadas ─ 28 de setembro e 7 de outubro, na festa do Rosário ─ , foram silenciosas. A partir de 13 de outubro (dia do aniversário da aparição de Fátima), as mensagens passaram a ser reveladas.



Nossa Senhora expressava palavras com referência à Bíblia, convidando à sua leitura e à reflexão sobre o conteúdo. Jesus também apareceu à Gladys Quiroga, totalizando 78 aparições.



A série de mensagens, editadas, inicialmente, em francês, com todos os textos bíblicos recomendados pela Virgem, findou no dia 11 de fevereiro de 1990, aniversário da aparição de Nossa Senhora de Lourdes. As aparições se estenderam, desde então, porém sem publicação das novas mensagens, conforme decidiu o primeiro Bispo, Monsenhor Castagna, que apoia, porém, modera e canaliza o fato com prudência, labor e discernimento.


Brasil, país nascido nos braços da Santíssima Virgem


O Brasil é o maior país católico do mundo, como disse o Papa João Paulo II, por ocasião do centenário da coroação de Nossa Senhora de Aparecida, em 2004 (1).



Foi o Papa são Pio X quem solenemente coroou a Virgem Maria como "Rainha do Brasil", em 1904. Todavia, a história da devoção mariana neste país surge no início do século XVI, quando a frota do navegador português, Pedro Álvares Cabral (1467 - 1520), em abril de 1500, desembarca nas costas de uma terra ainda desconhecida, e que será chamada, inicialmente, Ilha de Vera Cruz e, em seguida, Terra de Santa Cruz, antes de receber o nome atual, Brasil (da palavra brasa em referência aos tons avermelhados dos troncos de uma espécie de árvore conhecida como pau-brasil).



"o Brasil nasceu nos braços de Maria".

E foi, na verdade, no início de 1500, após ter-se colocado sob a maternal proteção de Maria e ter assistido à santa Missa numa capela dedicada a Nossa Senhora de Belém, que a frota portuguesa, comandada por Pedro Álvares Cabral partiu, visando a descobrir novas e longínquas terras, além do Atlântico. A Virgem Maria, sob o vocábulo de Nossa Senhora da Esperança, foi, também, a primeira a colocar os pés em terras brasileiras, graças a Pedro Álvares Cabral que, assim que chegou, fez rezar a primeira Missa neste novo solo, em presença da estátua da Virgem que viajara com ele. Eis o motivo pelo qual os brasileiros gostam de dizer que "o Brasil nasceu nos braços de Maria".



Em conseqüência disso, todos os portos e aldeias do novo país surgiam com uma pequena igreja, devotada, durante um bom tempo, à Maria. Além disso, todo o litoral brasileiro é consagrado à Virgem! Em 1584 a Paraíba era chamada de Nossa Senhora dos Mares; ainda hoje, um sem-número de vestígios datando desta época pioneira, pode nos revelar a existência de outras igrejas dedicadas a Maria. O primeiro grande santuário Mariano de que se tem notícia no Brasil é o de Nossa Senhora das Graças, na Bahia, que lhe foi erigido, por volta de 1530, após a aparição da Mãe de Deus a uma jovem índia casada com um português.



"A Rainha bem-amada do povo brasileiro"

Assinalamos, igualmente, o santuário de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Itanhaém (perto de São Paulo), sem dúvida, o primeiro dedicado à Maria com este vocábulo, naquela região. Já no Espírito Santo, o santuário é devotado à Nossa Senhora das Vitórias e, em Porto Seguro, à Nossa Senhora do Socorro. Na província do Pará se encontra o importante santuário de Nossa Senhora de Nazaré, sua importante Basílica e a imensa sala dos ex-votos, oferecidos para agradecer a Nossa Senhora tantos milagres e graças recebidos mediante a sua intervenção.



Entretanto, o maior testemunho, no Brasil, da devoção a Maria, em sua Imaculada Conceição, certamente é o santuário construído em honra à Virgem Imaculada em Aparecida, sobre as margens do rio Paraíba, no estado de São Paulo (2). Foi neste local, diante da Virgem Aparecida que, em 1946, o Brasil renovou a consagração do povo brasileiro ao coração Imaculado de Maria. Vale assinalar, também, que, a partir de 1940, de forma particular, o Brasil sempre esteve na vanguarda do movimento Mariano em relação ao mundo inteiro. Neste país, as Congregações marianas não cessam de florescer; contamos, hoje, com aproximadamente três mil delas, que agrupam grande quantidade de jovens, (os "Marianos")!



Pois Maria é, verdadeiramente, "a Rainha bem-amada do povo brasileiro".


Belo Horizonte : Nossa Senhora da Boa Viagem
Origem

A imagem intitulada "Nossa Senhora da Boa Viagem" representa a Virgem Maria, levando o Menino Jesus no braço esquerdo e um barco na mão direita. A embarcação simboliza aquela que pertencera ao comandante Francesco Del Rei, quando de sua expedição a percorrer distâncias entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, cuja capital é Belo Horizonte. A viagem foi muito bem sucedida, em todos os sentidos, chegando à descoberta de minas de ouro (1). Longe de se trancar nesta alegria sensível, o entusiasmo se orientou para Nossa Senhora da Boa Viagem e, por meio de Nossa Mãe celeste, para Deus. Daí, a existência do santuário.

Esta experiência nos dá a oportunidade de falar sobre a vida espiritual

Os místicos sublinham que aquele que se prende ao ouro e aos bens deste mundo, corre grandes perigos: desgostos, ciúme e amargura, tibieza e abatimento espiritual, obscurecimento da razão. Jesus Cristo promete que todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, pais, filhos e terras, renunciando aos bens deste mundo por causa do seu nome, receberá muito mais e herdará a vida eterna. (Mt. 19,29)

A alma purificada sente uma alegria completamente espiritual em dedicar a Deus o regozijo de tudo o que vê. E, sem dúvida alguma, Nossa Senhora nos convida a fazer esta experiência.

João Paulo II fala aos jovens em Belo Horizonte:

"Jovens, a riqueza maior deste Pais, imensamente rico, são vocês. O futuro real deste País do futuro se encerra no presente de vocês. Por isso, este País, e com ele, a Igreja, olham para vocês com um olhar de expectativa e de esperança."



Se este jovem que fui, chamado a viver a juventude em um momento crucial da história, pode dizer algo aos jovens que vocês são, penso que lhes diria: Não se deixem manipular, não se deixem instrumentalizar! Procurem estar bem conscientes do que vocês pretendem fazer e do que estão fazendo.



Penso que aqui, na vida de cada jovem, a bem-aventurança da pobreza espiritual ganha sentido e força concretos e atuais:



No jovem rico, para que aprenda que o seu supérfluo é quase sempre o que falta a outros e para que não se retire pesaroso (cf. Mt 19,22), quando perceber no fundo da consciência um apelo do Senhor a um desapego mais pleno;


No jovem que vive a dura contingência da incerteza quanto ao dia de amanhã, talvez até na fome, para que, buscando a legítima melhoria de condições para si e para os seus, seja atraído pela dignidade humana, e não pela ambição, pela ganância ou pelo fascínio do supérfluo. (2)


(1) Cf. Attilio GALLI, Madre della Chiesa dei Cinque continenti, Ed. Segno, Udine, 1997, p. 897

(2) Jean Paul II, homilia em Belo Horizonte, 1° julho de 1980, Trechos dos (parágrafos ?) (§) 3, 6, 7.



Ásia

Continente Asiático

A Ásia: Maria não se origina da Galiléia, na Palestina, no chamado Oriente Próximo que se encontra nos confins ocidentais do continente asiático e que estamos habituados a chamar de Ásia Menor?...



A Ásia é também o Iraque, a antiga Mesopotâmia onde se encontrava a cidade de Ur, na Caldéia, cidade de onde partiram, há uns quatro milênios, Abraão, pai dos crentes, para seguir o apelo do Único Deus... Hoje, no Iraque, vive uma minoria cristã, sempre bem atuante, originária dos primórdios da cristandade e bastante inclinada à Mãe de Deus (às vésperas da recente guerra entre a América e Saddam Hussein, toda a comunidade católica de Bagdá se consagrou a Maria numa igreja no centro da cidade, que recebia a Virgem peregrina Nossa Senhora da França).



Lembremo-nos também de que o apóstolo São Tomé, um dos doze, esteve no Sul da Índia, desde a metade do primeiro século de nossa era, para evangelizar a costa de Madras. Assim, foi na alvorada da era cristã que os primeiros santuários dedicados à Santíssima Virgem Maria foram edificados neste imenso continente. Conhecemos, igualmente, nesta região, o célebre santuário hindu de Nossa Senhora de Velankanni, onde a Virgem Maria apareceu em 1580. Nesta mesma Ásia, o Japão tem o privilégio de receber as aparições de Nossa Senhora de Akita, desde 1973. Ainda na Ásia, mais especificamente no Vietnã, que apesar das terríveis perseguições contra os cristãos, pelos comunistas, assistiu-se ao florescimento dos santuários dedicados a Maria, como o de Nossa Senhora de Lavang.



Boa parte da Ásia cristã é ortodoxa, maiormente a ala asiática da imensa Rússia, terra mariana, ao que parece. Não esqueçamos que Constantinopla (antigo nome da atual Istambul, às margens do estreito de Bósforo) era a capital do Império Bizantino, que fora batizada de "Constantinopla" em honra ao imperador romano Constantino, que se converteu à fé cristã no século III. Sabe-se, outrossim, a que ponto a presença de Maria, na Ortodoxia, está no coração da fé; a Virgem Theotokos (mãe de Deus) é celebrada em toda a liturgia ortodoxa.



Os ícones da Santíssima Virgem (esta arte remonta ao tempo do evangelista São Lucas!) estão espalhados em todo o Oriente cristão, assim como no Oriente Próximo, e deram origem a numerosos santuários asiáticos dedicados a Maria.


Índia


Os católicos, na Índia, representam apenas 1,7 % de toda a população indiana ; 20% estão no Estado de Kerala ; 6% no Estado de Tamil Nadu e 8% no Estado de Pondichery.

A evangelização da Índia tem sua origem em São Tomé, apóstolo, cuja memória é celebrada no monte São Tomé (Tamil Nadu), com Nossa Senhora da Esperança.



O primeiro santuário mariano da Índia, a Igreja Nossa Senhora de Kuravilangad, remonta ao ano 335; em seguida, vem o santuário de Elangulam, datando do ano 417... A partir de então, os santuários mariano se multiplicaram.



O primeiro congresso mariano aconteceu em Madras, cidade da "Mãe de Deus". O segundo congresso aconteceu em Bombaim, em 1954.



A Índia tornou-se independente do Reino Unido no dia 15 de agosto de 1947. Data que coincide com a festa da Assunção de Maria e, foi assim que os católicos proclamaram Maria "Nossa.Senhora da Índia", em janeiro de 1950.



O indiano aprecia as peregrinações e os locais de peregrinação mariana são freqüentados, igualmente, por outras religiões do país.



João Paulo II visitou o santuário de Bandra.


Europa

O Continente Europeu


O Continente Europeu, cujas raízes cristãs mergulham, após as da Terra Santa, nos primeiros séculos da História, desde a Encarnação de Cristo, foi o primeiro continente moldado pelo Evangelho. Nele encontramos o maior número do mundo de santuários dedicados à Virgem Maria. Não existe uma única região na Europa que não comporte dezenas (às vezes, um número bem maior) de santuários devotados à Virgem; não é fácil enumerá-los: cada nação possui milhares, alguns bem conhecidos, outros famosos apenas localmente...



A Europa irradiou, ao longo de sua longa história, a civilização cristã até aos confins da terra; efetivamente, os missionários europeus, até a alvorada do século XXI, foram os que mais se empenharam nesta tarefa de evangelizar o universo. Foi a Europa, também, a dar à Igreja o maior número de Doutores marianos (principalmente Santo Alfonso de Ligório, São Bernard de Clairvaux ou São Luís Maria Grignon de Montfort).



Mesmo que ao longo de toda a sua história santa, a Europa tenha sido visitada muitas vezes, pela Virgem Maria, a partir do século XVIII, este continente foi palco de importantes aparições da Virgem, de impacto mundial: em Fátima, em Lourdes, na Capela da Medalha Milagrosa, em Paris, em Banneux, na Bélgica, para citar apenas algumas.



Particularmente, no início do século XX, este continente da "velha cristandade" conheceu a era dos filósofos da dúvida e das graves guerras fratricidas que contribuíram, à larga, para descristianizar um sem-número de populações. Entretanto, desde o final do século XX, nasceu a renovação espiritual nas jovens gerações, sobretudo sob o pontificado do Papa polonês, João Paulo II, um dos grandes papas marianos da história da Igreja, que confiou, além do seu reinado, toda a humanidade do III milênio – do qual fazemos parte – à Santa Virgem Maria, com a divisa seguinte:



"Totus Tuus", quer dizer "Todo teu"!


Alemanha: Mariana desde a era carolíngia


Nascido em Trèvers, por volta do ano 330, Santo Ambrósio, que tornou-se bispo de Milão, e batizou Santo Agostinho, é freqüentemente chamado de o mais "Mariano" dos Padres da Igreja: foi ele quem difundiu e propagou a devoção à Santíssima Virgem nos países germânicos.


Já São Bonifácio (falecido em 775) foi quem introduziu na Alemanha a festa da Natividade da Virgem, estabelecida pelo Concílio de Salzburg (799).


Assim como aconteceu no conjunto dos países germânicos, o Jansenismo e o início do século das luzes (século XVIII) corresponderam, na Alemanha, ao que chamamos um eclipse do amor Mariano – que até então fora florescente –, e igualmente a uma transferência de um sem-número de cristãos para o cisma protestante.


Mas o coração do povo havia conservado o amor por Maria e, no século XIX, um santo, Clément Marie Hofbauer conseguiu fazer renascer, em toda a parte meridional do país, a devoção à Santa Mãe de Cristo.


Santuários antiqüíssimos


O mais célebre e antigo santuário mariano de toda a Alemanha do Sul é o de Altöting, na Baviera, datando do final da era carolíngia (século X); porém, foi a partir do século XV que local consagrado tornou-se renomado e importante centro de peregrinação, cuja freqüência atual mantém-se intensa, contando mesmo com a dos romeiros dos países vizinhos, do Leste.


Outro memorável e antigo santuário mariano da Alemanha é o Santuário de Nossa Senhora das Dores em Telgte, perto de Münster, na Westfália. As peregrinações tiveram início, provavelmente, no fim do século XIV.


Citemos, igualmente, a romaria de Nossa Senhora de Kevelaer, "Consoladora dos aflitos": situada na margem inferior do rio Reno, este santuário dedicado a Maria é o mais concorrido e popular de toda a Alemanha.


Na grande cidade de Colônia, existe um santuário mariano desenvolvido à volta de antiga estátua de madeira, na assim chamada "Santa Maria da Rua de Cobre". Este é um local de orações bastante freqüentado.


Assim também, após a Idade Média, os peregrinos chegavam para venerar Maria, "Nossa Senhora d´Aix-la-Chapelle, grande cidade de Westfália, onde, segundo a tradição, se encontram preservadas, na Urna de Santa Maria, quatro preciosas relíquias: a vestimenta "que portava Nossa Senhora quando trouxe ao mundo o Filho de Deus", os panos que envolviam o Menino Jesus, o tecido que lhe cingia os quadris quando na Cruz e as vestes com as quais São João Batista foi decapitado. A cada sete anos, a urna é aberta e exposta à visitação.


Após a Consagração da Alemanha a Maria, em 1954, eis o grande reflorescimento



Aliando-se ao início do século XX, mesmo diante de uma real descristianização, a devoção a Maria ganhou um novo elã na Alemanha. Os sofrimentos causados pela primeira guerra mundial provocaram o surgimento surpreendente de uma expansão devocional. A partir de então, novas comunidades dedicadas à Santíssima Virgem foram fundadas, tendo se desenvolvido, gradativamente, resplandecendo, nos dias de hoje, cada vez mais.


Vale destacar entre estas novas comunidades, a de Schönstatt, na vizinhança de Coblence, muito conhecida, pois a sua capela tornou-se um verdadeiro local de peregrinação neste nosso século XXI.


Mais um santuário recente (século XX), o de Köln-Kalk, dedicado a Nossa Senhora das Dores, nos arredores de Colônia.


Vê-se, claramente, um real entusiasmo Mariano a surgir, na Alemanha, principalmente após o ano santo de 1954, que assistiu ao afluxo de mais de 800.000 peregrinos somente naquele ano, assim como em cada um dos santuários, tais como o de Alttöting e o de Kevelaer!


Vale dizer que o ano de 1954, decretado "Ano Mariano" pelo Papa Pio XII, foi laureado, na Alemanha, por meio da Consagração do país a Nossa Senhora, no momento do Katholikentag (Dia do Católico) de Fulda.


Todo este reflorescer Mariano atual vive, neste país, do entusiasmo arrebatador e da torrente de graças recebidas na Consagração Nacional a Maria Santíssima...


Croácia: antemuralha da cristandade

Em primeiro de dezembro de 1918, junto a outras regiões dos Bálcãs, a Croácia, a Sérvia e a Eslovênia formarão um reino independente que será chamado de "Iugoslávia" (Eslavos do Sul) em 1931.



Em 1946, com a ascensão de Tito, a Iugoslávia torna-se uma República federal socialista e marxista, composta pela Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Macedônia e Montenegro.



Uma nação infalivelmente fiel à Maria

Desde 8 de outubro de 1991, a Croácia é uma República independente.



Por conseguinte, a Croácia teve que permanecer fiel a Maria, face ao cisma de Photius que se separou de Roma (século IX) tendo preparado o cisma ortodoxo, perante a heresia bogomile (espécie de maniqueísmo originado da Bulgária, no século XIII), perante o Islã, no século XVI, e também face ao protestantismo, nela enraizado a partir do século XVI, pela Hungria. Mais tarde, por volta de 1940, foi preciso ainda resistir à ideologia marxista-leninista atéia!



Ora, apesar de tantas e profundas divergências nesta encruzilhada cultural e religiosa dos Bálcãs, o povo croata tornou-se incontestavelmente fiel à sua fé católica.



Um traço característico, desde o início: sua profunda piedade para com a Santíssima Virgem Maria. Na Croácia, uma em oito igrejas é dedicada a Maria. Lá podem-se recensear não menos do que 235 santuários marianos

o mais antigo dentre eles é o de Remeté (1272), próximo a Zagreb;
o de Zvornik;
o de Sinj;
o de Aljmas;
o de Bistrica, considerado o mais importante do país...



França: Filha mais velha da Igreja, filha primogênita de Maria.


A história Mariana da França começa bastante cedo ! Efetivamente, a chegada dos primeiros evangelizadores do país remonta aos anos 40 após Jesus Cristo, quando uma embarcação acostou às margens fócias (hoje, região de Marselha), trazendo, a bordo, os amigos íntimos de Jesus; Lázaro, Marta e Maria de Bethânia, assim como os primos da Santa Virgem (a quem, ela mesma, Maria, havia confiado sua relíquia mais cara; os despojos de sua mãe, Ana) e alguns discípulos, amigos da família (1).

Uma "Virgem que dará à luz uma criança", primeira aparição de Maria na Gália, antes do quinto século

Ao que tudo indica, a primeira manifestação de Maria, na Gália, conhecida pelos historiadores, aconteceu antes do sexto século, em Chartres, então capital dos Carnutes (povo da Gália que ocupava a atual região de Chartres et de Orleans) com a aparição de uma “Virgem que conceberá um filho” (hoje, Notre Dame de Chartres). O primeiro santuário conhecido, consagrado a Maria, na Gália, data do quinto século, e está situado em Puy: Uma mulher enferma que implorava as graças da Mãe de Cristo, foi conduzida por um anjo ao alto de um monte que dominava a cidade. Lá a doente recebeu a aparição da Virgem que a curou. Uma capela foi construída naquele local que recebeu o nome de “Sainte Marie”. Aliás, a cidade de Puy, chamava-se, originalmente, “Le Puy Marie”; hoje, Notre Dame du Puy, continua a ser um santuário Mariano maior e um lugar de peregrinação muito freqüentado no país.

Outro santuário Mariano fazendo parte da Gália do quinto século, Notre Dame de Reims,

(construído a pedido do Bispo Saint Nicaise, em 401), onde aconteceu, ministrado pelo bispo Saint Rémy, no dia 25 de dezembro de 496, o batismo dos novos invasores e chefes da Gália, os Francos, que lhe deram o nome de França. Nos séculos seguintes, os santuários Marianos se multiplicaram pela França recém-batizada. Os mais conhecidos são: Notre Dame de Vézelay, Notre Dame de Roc Amadour, quando das Cruzadas e das grandes peregrinações a São Tiago de Compostella. Mais tarde, entre os séculos X e XII, foram erigidas as grandes catedrais góticas, todas consagradas a Maria. (Paris, Chartres, Bourges, Reims, Laon etc)...

No século XVII, a promessa solene de Louis XIII consagra a França a Nossa Senhora da Assunção, principal padroeira do país

Entre as aparições reconhecidas da Virgem Maria, na França, citemos a de Notre Dame de Grâce, em Cotignac, na região da Provence. Esta teve lugar durante o século XVI e as peregrinações extinguidas durante a Revolução Francesa – 1789 - recuperaram, posteriormente, a sua popularidade. Outro momento capital da história Mariana da França: o Voto de Louis XIII, em 10 de fevereiro de 1638. Com este voto, ou juramento, o rei consagrou a França à Maria e tomou a decisão de escolher Notre Dame de L´Assomption como a principal padroeira do país; foi ele quem instituiu a data – 15 de agosto, dia da Assunção de Nossa Senhora – como festa nacional obrigatória para todas as dioceses do país (2).



A partir do século XVII, novas aparições de Maria multiplicam-se na França. Alguns anos antes do Sagrado Coração de Jesus aparecer à Margarida Maria Alacoque, em Paray le Monial, 1673, uma jovem pastora, Benoîte Rencurel, recebe a visita da Virgem Maria em Laus, nos Alpes Franceses, 1664.

No século dezenove Maria multiplica suas aparições na França...

Em seguida, Maria aparece a Catarina Labouré, na rua Du Bac e pede-lhe que mande cunhar a Medalha Milagrosa. Dezesseis anos mais tarde, em 1846, Nossa senhora de La Salette, sempre nos Alpes Franceses, aparece a duas crianças, vertendo muitas lágrimas; doze anos mais tarde, em Lourdes, em 1858, nossa Senhora se mostra a Bernadette Soubirous, confirmando-lhe o dogma da Imaculada Conceição. O ano de 1871 é testemunho da aparição de Maria, mais uma vez a duas crianças, esta em Pontmain, Mayenne. Já, em 1876, em Pellevoisin, Berry, Maria, sob o vocábulo de “Mãe da Misericórdia”, visita a jovem Estelle Faguette, curando-a de uma doença e dando-lhe a incumbência de divulgar o escapulário...



No século vinte, em 1947, na ilha Ile-Bouchard, Maria aparece a quatro criancinhas e lhes pede que rezem pela França, naquele momento, sob a ameaça de um golpe de Estado: o país foi salvo in extremis da insurreição... Mais recentemente, um grande elã Mariano se formou, com a imagem de Maria, as conhecidas Virgens Peregrinas de Notre Dame de France, que saíram de Puy no dia 8 de setembro de 1995, percorrendo todo o país e visitando suas paróquias, durante doze meses, até chegarem, em 15 de setembro do ano seguinte, aos pés de Nossa Senhora de Baiilet, também na França, perto de Paris. Deste local as Virgens Peregrinas de N D de France chegaram a Roma para, a partir da Praça de São Pedro, em 8 de setembro de 1996, dar início à peregrinação pelos cinco continentes do mundo.

Entre os principais santuários Marianos da França :

Lugares consagrados à Virgem da Imaculada Conceição

Nossa Senhora de Lambert

Nossa Senhora da l'Ile Bouchard

Nossa Senhora de Laghet (diocese de Nice)

Nossa Senhora das Vitórias, em Paris

Nossa Senhora do Laus

Nossa Senhora da Paz

Nossa Senhora de Lourdes

Nossa Senhora de Reims

Nossa Senhora dos Ardilliers, em Saumur

Nossa Senhora de Gray

Nossa Senhora de la Treille, protetora dos Flandrenses

Nossa Senhora de Lavasina, de Lourdes de la Corse

Nossa Senhora de Myans, localidade próxima a Chambéry

Nossa Senhora de Thierenbach, no flanco das montanhas da Alsácia

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa

Nossa Senhora do Puy

Nossa Senhora de Salette

Nossa Senhora de Pontmain, Nossa Senhora de Pellevoisin

Nossa Senhora de Sous Terre, de Chartres

Nossa Senhora de Boulogne

Nossa Senhora de Cotignac

Nossa Senhora de Rocamadour

Nossa Senhora de la Garde, em Marselha

Nossa Senhora de Bonheur (da Felicidade), em Ollioules (Toulon) O voto de Louis XIII (texto guardado no Senado)

Consagração a Maria, por ocasião do Congresso Mariano de 1938

Consagração da Córsega a Nossa Senhora




(1) Ler : Os próximos da Santa Família na Gália, cerca do ano 43

(2) Ler : O Voto de Louis XIII, consagrando a França a Nossa Senhora da Assunção


Lourdes


Lourdes, com seis milhões de peregrinos por ano, está em terceiro lugar entre os santuários marianos mais freqüentados no mundo.

Eis o resumo de sua história referido por Monsenhor Perrier, bispo da Diocese de Lourdes e de Tarbes:

As aparições

Entre os dias 11 de Fevereiro e 16 de Julho, uma linda Senhora aparece dezoito vezes a uma jovem de quatorze anos, Bernardete Soubirous. As aparições aconteceram na gruta de Massabielle, não muito longe de Lourdes. Somente Bernadete via e ouvia a Senhora, embora não estivesse sozinha na Gruta durante as aparições: à sua volta, abundavam observadores, favoráveis ou céticos, que surgiam cada vez mais numerosos. O poder institucional, o clero e a opinião pública logo se interessaram pelo assunto.



Quando se deu a 16ª aparição, no dia 25 de Março de 1858, exatamente no dia da festa da Anunciação, a Senhora se dá a conhecer dizendo à jovem:



"Eu sou a Imaculada Conceição..."



Bernadete era a filha mais velha de uma família que mergulhava progressivamente na miséria e que seria colocada à prova, vivendo várias mortes de alguns filhos de tenra idade. Bernadete sofre de asma, não podendo freqüentar a escola nem o catecismo. Ela ainda não havia feito a Primeira Comunhão. Mas, a família era muito unida e profundamente cristã. Bernadete conhecia muito bem as "suas" orações.



As primeiras aparições são silenciosas. A Senhora convida Bernadete a fazer o sinal da Cruz e a rezar o terço. No dia 18 de Fevereiro, Ela pede à Bernadete que "lhe faça o favor de comparecer ao local da aparição durante quinze dias". No final do mês de Fevereiro, a Senhora transmite-lhe o pedido que faz aos homens. Ela deseja que eles se convertam e que rezem pelos pecadores: "Dirijam-se até a fonte para beber da sua água e para nela se lavarem…" No dia 2 de Março, a Senhora encarrega Bernadete de uma missão:



"Vá dizer aos padres que venham aqui em procissão e que neste local construam uma capela."



Foi somente durante a 16ª aparição, no dia 25 de Março, festa da Anunciação, que a Senhora deu-se a conhecer: "Eu sou a Imaculada Conceição." As duas últimas aparições seriam silenciosas como as primeiras. Maria confiou à Bernadete três segredos que jamais lhe foram arrancados. Durante os oito anos que se seguiram às aparições, Bernadete tornou-se pensionista, sem ser religiosa, tanto no convento das Irmãs de Caridade, como no das Irmãs da Instrução cristã de Nevers, em Lourdes.



As aparições foram reconhecidas como autênticas pelo Bispo de Tarbes, Monsenhor Laurence, em 1862.

Em seguida...

Bernadete entrou no noviciado, em Nevers, em 1866, e lá permaneceu aproximadamente treze anos, ocupando, sobretudo, o cargo de enfermeira.



Faleceu aos 33 anos, numa quarta-feira da Semana Santa, em 1879.



Foi beatificada em 1925 e canonizada em 1933. As curas, por seu intermédio, se iniciaram junto com as aparições. A maior parte delas, ligada à água da fonte. Bernadete jamais admitiu que esta água fosse chamada de milagrosa, e que as curas lhe tivessem sido atribuídas, pessoalmente. Para ela, só com a fé e a oração é que se obtém a cura.



A partir de 1858, sessenta e seis curas foram declaradas milagrosas, ao cabo de procedimentos complexos que não encontraram equivalência em nenhum outro lugar de todo o mundo católico. As aparições foram reconhecidas como autenticas pelo Bispo de Tarbes, Monsenhor Laurence em 1862.

Todos os Papas manifestaram grande respeito e consideração a Lourdes

As aparições de Lourdes, que ocorreram quatro anos após a proclamação do Dogma da Imaculada Conceição, fizeram com que todos os Papas manifestassem especial dedicação à Lourdes. Nas listas dos santuários marianos, Lourdes está sempre em destaque.



O papa Leão XIII escreveu uma Encíclica para a consagração da Basílica Nossa Senhora do Rosário, em 1901.

João XXIII, por sua vez, consagrou a Basílica São Pio X, alguns meses antes de tornar-se Papa.

O Papa João Paulo II esteve presente em Lourdes para presidir as festas do dia 15 de Agosto de 1983 e veio como peregrino, mais uma vez, para a festa da Assunção, no dia 15 de Agosto de 2004.


Nossa Senhora de Montligeon e a oração para os falecidos.


O Santuário de Nossa Senhora de Montligeon se caracteriza por ser:

um local de paz, de encontro e de escuta onde pode-se receber consolo,
um local onde podemos confiar nossos falecidos à oração,
um local onde pode-se ouvir a resposta oficial da Igreja católica diante da questão do destino do homem,
um local onde podemos proclamar nossa Esperança na Vida Eterna.
Histórico



Quando o Padre Paul Buguet (25 de março de 1843 – 14 de junho de 1918) chegou à cidadezinha de Montligeon, encontrou um sítio paupérrimo, com os poucos habitantes buscando trabalho em outras localidades. Para poder oferecer um ganha-pão ao trabalhador, o Padre Paul Buguet tornou-se tipógrafo, lavrador e pedreiro. Para balizar o caminho que vai da terra ao céu, tornou-se missionário e construtor. Duas obras nasceram: a primeira originada no ideal social, a outra, no ideal místico. Assim, as duas se desenvolveram, paralelamente.



"Eu tencionava conciliar este duplo objetivo, o de inspirar a oração para alívio das almas desafortunadas e, em contrapartida, delas obter os meios para a sobrevivência do trabalhador."



A Igreja tornou-se um lugar de peregrinação. Então, o padre construiu uma Basílica que, realmente, encanta o visitante: em pleno campo, pensamos encontrar uma Catedral. Ele fez com que se construísse, igualmente, uma tipografia maior e adquiriu casas destinadas aos operários, intérpretes, tradutores e hermeneutas... O esplendor de suas obras tornou-se mundial.



Algumas datas:



5 de outubro de 1884 – Monsenhor Trégaro envia ao Padre Buguet os Estatutos da Obra, revestidos da aprovação e da chancela episcopal.
Junho de 1894 – Um novo plano da Igreja é decidido.
23 de outubro de 1910 – Em um "Motu Próprio", Sua Santidade, o Papa Pio X, coloca, "sob sua especial proteção e a de seus sucessores" a Obra Expiatória e concede-lhe o uso da Basílica Santa-Maria in Monte-Santo.
31 de maio de 1911 – Bênção da nova Igreja.
1º de junho de 1911 – 25° peregrinação: a Missa é celebrada na Igreja recém-terminada.
A confraria de Nossa Senhora de Montligeon, fundada pelo Padre Buguet, hoje conta com 9 milhões de filiados.
A Virgem Maria teria visitado a Igreja, e teria sido vista pelo Padre Buguet e pelos paroquianos, vestida de forma simples e humilde. Ela estava em oração.



Eremitério (Retiro Solitário)



O Eremitério da Basílica: configura-se como sendo, ao mesmo tempo, a hospedaria do Santuário e o centro da fraternidade espiritual de Nossa Senhora de Montligeon.

Acolhida garantida para todo o ano: os Padres diocesanos e a Comunidade de São Martinho e as Irmãs da Comunidade da Nouvelle Alliance (Nova Aliança), contando com leigos devotados, zelam para que exista, permanentemente, um clima simples e familiar.



O Eremitério também acolhe grupos que podem contar com retiros, sessões, reuniões, fins de semana espirituais, animados por Padres e religiosas do Santuário ou outros mediadores. Tanto no verão como no inverno, mais de cem quartos espaçosos, confortáveis e com calefação estão disponibilizados, assim como vastas salas que permitem colóquios e reuniões.



Algumas palavras sobre a Basílica:



Logo à entrada da Basílica, o visitante descobre a estátua de Nossa Senhora de Montligeon, talhada num vigoroso bloco de mármore de Carrara, de 16 toneladas, escolhido pelo próprio Monsenhor Buguet, no início do século passado, obra do escultor italiano, Tadolini. Diante da estátua, milhares de peregrinos chegaram, se ajoelharam e lá depositaram, apresentaram seus fardos. A Virgem apresenta o Menino Jesus a duas jovens prostradas a seus pés.



A mulher da esquerda, com os olhos, suplica à Maria uma graça. Como está rodeada de chamas, entende-se que se trata de uma alma do Purgatório, abrasada pelo desejo de ver Deus, face a face.
A Virgem olha para ela com um olhar doce e maternal e lhe estende a mão caridosa. Maria aperta o Menino Jesus de encontro ao seu coração: "Em verdade, vos digo, aquele que não receber o Reino de Deus como uma criancinha, não entrará nele" (Lc 18, 17).
A mulher que está postada à direita da Virgem recebe uma "coroa imperecível" (1 Co 9, 25) de Jesus, "a coroa da vida" (Ap 2, 10).
Estranho, como as duas mulheres se parecem: serão irmãs? Podemos dizer que elas representam a mesma pessoa mas em estados distintos.



A Basílica conta com muitas estátuas de santos e muitos vitrais. Santos do Ocidente e do Oriente, santos antigos e mais recentes... Seus exemplos nos lembram a importância da caridade para entrar no Céu, e outras atitudes importantes, a conversão, a oração para os falecidos, o zelo missionário, a união a Cristo.




Site oficial do Santuário: www.sanctuaire-montligeon.com



Livro oficial do Santuário: L. Dutot, Le Pèlerinage Notre dame de Montligeon, Montligeon Sanctuaire, 1977.



René LAURENTIN, "Montligeon", em: René LAURENTIN e Patrick Sbalchiero,

Dicionário enciclopédico das aparições da Virgem. Inventário das origens aos nossos dias. Metodologia, prosopopéia, aproximação interdisciplinar, Fayard, Paris, 2007.



A Grécia e Maria, a Teotokos


Na Grécia, a Mãe de Deus é amada, louvada e honrada. O eco do Concílio de Éfeso (ano 431) continua a ressoar. O idioma, a liturgia e a literatura, foram colocados a serviço da Mãe Santíssima.



O idioma grego formou belos títulos de Teotokos, aquela que carrega Deus consigo, porque Maria leva Deus em seu seio, Deus que se encarna por meio d´Ela.



A liturgia, com o hino acatista, e com a oração bizantina, frequentemente recitada: "Lembrando-nos da Santíssima Virgem Maria, a perfeitamente bendita e gloriosa Mãe de Deus, com todos os santos, e recomendamo-nos, todos nós, e toda a nossa vida, ao Cristo, Nosso Deus."



Santo André de Celta (†740) convida-nos a nos unir àquela que ele nomeia "a Mãe do Belo", para receber, assim como Ela recebeu ─ marca excelente e divina ─ a nossa deificação. São João de Tessalônica (ano 630, aproximadamente), medita sobre a Assunção de Maria, atribuindo à Mãe de Deus um contato ao mesmo tempo material e fraterno para com os seres humanos.



O monte Athos, importante local de orações para os monges, sob o olhar de Maria.



Os chamados "Meteoros" configuram-se formando um mosteiro para os religiosos enclausurados.



Entre os santuários mais populares, citemos Tinos, relativamente recente (s. XIX), com a Virgem da Anunciação, e inúmeros milagres que lá ocorreram; citemos, igualmente, Crissoscalitissa, com a renomada peregrinação da Assunção, e a peregrinação de Mandrachio, muito apreciada pelos marinheiros.



Portugal, Terra de Santa Maria


A devoção de Portugal à Maria teve início no momento em que a nação nasceu, isto no século XII. Afonso Henriques, fundador do reino e Primeiro rei de Portugal, coloca seu país sob a proteção de Nossa Senhora, por meio de uma promessa solene, feita com o consentimento de seus vassalos e assinada na Catedral de Lamego, no dia 28 de abril de 1142. Assim, esta data é considerada como a do batismo de Portugal, que foi chamado, a partir daí, de "Terra de Santa Maria". Quando a cidade de Santarém foi retomada dos Mouros, alguns anos mais tarde, Afonso fez com que se construísse um mosteiro dedicado à Virgem, Santa Maria de Alcobaça.

Maria torna-se Madrinha de batismo de cada cidade retomada das mãos dos Mouros

Todas as conquistas do rei-fundador foram realizadas sob os auspícios de Maria e em cada cidade recuperada do domínio Mouro, a Virgem passa a ser entronizada como Madrinha e o povo constrói uma igreja com o seu nome: neste caso estão as mais antigas igrejas de Lisboa, entre outras, Nossa Senhora dos Mártires e Nossa Senhora da Enfermaria.



Contudo, o santuário de Nossa Senhora de Nazaré, localizado no litoral, é, sem dúvida, o mais antigo santuário Mariano português, e existe desde bem antes da fundação do reino; a estátua de Maria, que lá está, remonta à época da passagem dos Espanhóis pela região, antes da invasão árabe. Em Batalha, no século XIV, em sinal de reconhecimento por parte de Portugal, o rei mandou construir uma igreja imensa dedicada a Maria, sob o vocábulo de Nossa Senhora das Vitórias, comemorando a grande batalha ganha contra o invasor espanhol, em 14 de agosto de 1385. Ainda no litoral, assinala-se a igreja de Santa Maria de Belém, pois, nesta praia, só após se terem confiado à proteção de Maria, é que os grandes navegadores partiram rumo à descoberta dos mares. A partir de então, Maria passou a ser venerada, em grande parte do mundo, onde não era conhecida, como Maria, Estrela do mar, Protetora dos navegantes e dos missionários ...



A piedade mariana portuguesa é particularmente marcada pelas peregrinações; são os chamados círios, pois cada paróquia possui o seu grupo de peregrinos que, a cada ano, leva uma vela ao altar da Virgem. O círio da Virgem do Cabo, no Cabo Espichel, é um dos mais antigos círios portugueses, mas outros continuam a existir, em todas as províncias do país. Outra particularidade: em Portugal todas as catedrais são dedicadas à Nossa Senhora da Assunção, assim como, aproximadamente, um terço das igrejas paroquiais. Isto decorre do fato de que muitas datas históricas importantes da nação coincidem com a festa de Nossa senhora da Assunção. Do mesmo modo, a festa das Sete Dores de Maria tornou-se uma das mais caras à devoção portuguesa, assim como a recitação do Rosário. Portugal é tão ligado ao amor da Virgem que podemos ver, nesta nação, muitos pais escolherem a própria Virgem Maria como madrinha de seus filhos.

25 de março de 1646: Nossa Senhora da Imaculada Conceição é nomeada oficialmente Protetora de Portugal

Mas foi em 25 de março de 1646, que o decreto real, ratificou a decisão das Cortes de nomear Nossa Senhora da Imaculada Conceição Protetora de Portugal, em agradecimento à independência da nação na oitava de 8 de dezembro de 1640. Desde então, todas as grandes instituições portuguesas, incluindo as universidades, decidiram defender o dogma da Imaculada Conceição... aproximadamente dois séculos antes da proclamação do Dogma pela Igreja, em 1854!



Atualmente, o santuário de Nossa Senhora de Fátima é o centro de atração mariana mais célebre e mais freqüentado do país. Santuário de renome mundial, nele a Santíssima Virgem solicitou essencialmente três coisas: a devoção ao seu Coração Imaculado para preservar os pecadores do inferno e para a paz; a consagração ao seu Imaculado Coração para a conversão da Rússia; a comunhão reparadora no primeiro sábado de cada mês. Os acontecimentos de Fátima propulsaram, além disso, o fervor Mariano da nação num novo elã que ergueu todo o país! Todos os guias espirituais de Portugal reconhecem que graças à proteção milagrosa de Maria e à profunda piedade mariana de seus filhos portugueses, a nação ficou fora da última guerra mundial causadora de tantos estragos no resto da Europa cristã!

Pio XII reconhece que a proteção de Nossa Senhora de Fátima preservou Portugal da Segunda Guerra Mundial

Destarte, em 1946, quando o Papa Pio XII coroava a estátua de Nossa Senhora de Fátima, pôde afirmar: "A guerra mais terrível que devastou o mundo esteve, durante quatro longos anos, rondando vossas fronteiras, sem jamais conseguir atravessá-las; vos deveis este milagre a Nossa Senhora, que, de seu trono de misericórdia [...], situado em Fátima, no centro de vosso país, velava por vós e por vossos governantes..."



Por ocasião das festas da coroação de Nossa senhora de Fátima, a Virgem peregrina esteve em todas as paróquias do país durante 32 dias e grandes multidões vinham aclamá-la ao longo das estradas: "Dir-se-ia que o país inteiro tinha-se transformado numa imensa catedral sem muralhas que limitassem a assistência. Literalmente, as cidades e aldeias, para estar diante da Virgem Peregrina, se despojavam com um mesmo elã", escreveu em sua crônica o Padre José de Oliveira Dias, SJ. E continua: "Era, geralmente, nas câmaras municipais que a Virgem era acolhida e lá passava a noite. Fazia-se, então, a vigília eucarística, durante a qual as autoridades civis se habituaram, com freqüência, [...] a consagrar, solenemente, suas autarquias ao Coração Imaculado de Maria."

De Fátima ao mundo inteiro

Após este acontecimento, Lúcia, vidente de Fátima, concebeu o projeto de organizar a caminhada de Nossa Senhora pelo mundo inteiro, e, desde 1947 esta peregrinação mundial tem acontecido. Em toda a Europa e em todos os continentes da Terra, um sem-número de paróquias acolheram a Imaculada Virgem de Fátima!


Nossa Senhora de Fátima (Nossa Senhora do Rosário)


As aparições de Nossa Senhora em Fátima,em Portugal, à três Pastorinhos em 1917, foram precedidas e preparadas por meio de várias visitas do Céu à terra, desde 1917.



Eis a narração dessas aparições, mensagens dadas por Maria e acontecimentos que sucederam, assim como a reação da Igreja e dos seus Pontífices.

1915 : « Uma estátua de neve »...

De Abril a Outubro : Três Pastorinhos Lucia dos Santos,10 anos (mais tarde, Carmelita em Coimbra), e seus primos Francisco Marto, 9 anos (faleceu a 20-2-1920) vêem uma estátua semelhante a uma estátua de neve.

1916: Um anjo aparece...

Primavera, verão e Outono : Aparece-lhes um anjo.

1917 : O grande ano ...

13-05 :(Domingo) na Cova de Iria (designação própria, a 3 km de Fátima). As três crianças vêem, sobre uma azinheira, a Virgem, que lhes pede que retornem ao local, 6 vezes, no dia 13 de cada mês, ao meio-dia. Eles viram Nossa Senhora pela primeira vez no dia 13 de Junho.



13 de Julho: A Virgem promete um grande milagre "para que o mundo inteiro acredite". Ela revela três segredos; dois foram divulgados em 1941: 1°) a visão do inferno (mar de fogo onde estão mergulhados os demônios e os condenados);. 2°) fim da guerra (mas, se não deixarmos de ofender à Deus, sob o reino de PIO XI , começará uma nova guerra.



19 de Agosto : Dia 13, as autoridades civis preocupadas com o movimento de curiosidade e fervor, na altura da aparição anterior, prenderam as crianças que passaram um dia inteiro e uma noite na prisão, daí o adiamento da visita para o dia 19: a Virgem aparece às crianças em Valinhos, perto da Cova da Iria.

13 de Setembro : Nova visita.

13 de Outubro, sexta e última aparição : "A dança do Sol", diante de 70.000 pessoas. A Virgem fala com as crianças sobre o regresso ao Evangelho e aos mandamentos de Deus.

Os justos são convidados a fazer penitência pelos pecadores, a fim de os preservar do inferno e de obter a paz no mundo e a conversão da Rússia.

1923 : Lúcia vê novamente Maria.

10-12-1925 / 15-02-1926: A Virgem aparece à Lúcia em Ponte Vedra (Espanha).
1928 : Início da construção da Basílica.
1a (1ª) pedra da Basílica do Santuário .
1929 : Maria pede a consagração do mundo e da Rússia ao seu coração.
13-6 :A Virgem Maria aparece de novo a Lúcia, em Tuy (Espanha), e diz-lhe que peça a consagração do mundo e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.
1930 : Reconhecimento pelo bispo de Leiria.
13-10 : O bispo de Leiria declara a autenticidade das aparições e promove "o culto oficial de Nossa Senhora de Fátima".
Temos a honra:

Primeiramente, de declarar como dignas de confiança as visões das crianças na Cova de Iria, Paróquia de Fátima desta Diocese, do dia 13 de Maio ao dia 13 de Outubro de 1917; de permitir oficialmente "o culto a Nossa Senhora de Fátima".



1942 : Pio XII procede à consagração do mundo à Virgem Santíssima.
31-10 : Pio XII procede à consagração pedida pela Virgem Maria.
1946-Coroamento da Virgem de Fátima .
Nossa Senhora coroada rainha de Portugal e do mundo pelo Papa Pio XII, após a peregrinação da estátua da Virgem que durou 32 dias, em de Portugal.

1947: A Virgem peregrina, Nossa Senhora de Fátima, dá a volta ao mundo.

A pedido da Irmã Lúcia, após sua peregrinação em todas as paróquias de Portugal, a Virgem de Fátima foi enviada em excursão, por todo o mundo, durante cerimônia ocorrida em Fátima em 13 de Maio de 1917; deste modo, a Virgem Peregrina, aos poucos, foi sendo recebida nos cinco continentes.

1950: No Vaticano, Pio XII vê o sol girar.
30 e 31 de outubro e 1 de novembro, às 16 h : Pio XII vê nos jardins do Vaticano o Sol dançar no céu.
1967 : Visita de Paulo VI.
13-5 : Cinquentenário das aparições; Paulo VI visita Fátima
1982 e 1991: Visita de João Paulo II, durante o primeiro e o décimo aniversário do atentado, do qual ele escapou, em Roma diante da estátua de Nossa Senhora de Fátima.
1997: Octogésimo aniversário
13-5-ao 13-10 : Celebração do octogésimo aniversário das aparições . 4 milhões de visitantes por ano.
2000: Beatificação dos Pastorinhos Jacinta e Francisco .
13-5- Beatificação dos Pastorinhos Jacinta e Francisco por João Paulo II, em Fátima, divulgação do "conteúdo do 3 ° segredo" pelo Cardeal Secretário do Estado, Angelo Sodano.
Ele faz alusão ao atentado, do qual João Paulo II foi vítima na Praça de São Pedro, a 13 de Maio de 1981, à luta do comunismo ateu contra a Igreja e contra os cristãos, e ao imenso sofrimento das vítimas da fé, no século XX .



Durante a sua estada, João Paulo II rezou na capela das aparições e confiou à Virgem o anel que lhe fora oferecido pelo Cardeal Stefan WYSZYNKSI, no início de seu pontificado.

O Papa encontrou-se com a Irmã Lúcia, então, com 93 anos de idade.

Ele regressou a Fátima pela quarta vez, pois pela quarta vez , um Papa vinha à Fátima.

"Queria lembrar uma vez mais, toda a bondade que o Senhor teve por mim quando me salvou da morte enquanto eu estava gravemente ferido » nesse dia 13 de Maio de 1981, disse João Paulo II : "Exprimo todo o meu reconhecimento à bem-aventurada Jacinta pelos sacrifícios e orações que ela ofereceu pelo Santo Padre 'o qual ela viu tanto sofrer'".

26 de Junho : Publicação do documento da Congregação pela doutrina da fé sobre as aparições e o "segredo".
8 de Outubro : Ato de oferecimento da Igreja e do mundo, sob a proteção da Mãe Santíssima, durante o IIIº milênio, por João Paulo II e 1.500 Bispos por ocasião do seu Jubileu, na Praça de São Pedro, diante da estátua da Virgem de Fátima.



Oceania

Continente Oceânico

Ao concluir a Exortação Apostólica pós-sínodo "Ecclesia in Oceania" apresentada em Roma, próximo a São Pedro, no dia 22 de novembro de 2001, Sua Santidade o Papa João Paulo II convidou os fiéis da Oceania a se voltarem, com ele, para a Virgem Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja:



"Nos momentos de dificuldades e de sofrimento, Maria foi um refúgio infalível para aqueles que buscavam a paz e a cura. Nas igrejas, capelas e residências, a imagem de Maria nos lembra a todos a sua presença afetuosa e a sua maternal proteção.



"Em muitas regiões do Pacífico Maria é venerada, particularmente, sob o epíteto 'Socorro dos cristãos'; os Bispos a proclamaram padroeira da Oceania e lhe deram o título de 'Nossa Senhora da Paz'. Em Jesus Cristo, que ela trouxe em seu seio, nasceu um novo mundo, onde justiça e misericórdia se encontram, um mundo, sim, de liberdade e de paz.



"Pela Cruz e Ressurreição de Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo mesmo e fez do Senhor Jesus o Príncipe da Paz para todos os tempos e lugares. Possa Maria, Regina Pacis (Rainha da Paz), auxiliar os povos da Oceania a usufruir desta paz e a partilhá-la com os outros! Na alvorada do terceiro milênio cristão, que a justiça e a harmonia verdadeiras sejam o dom que Deus concede à Oceania e a todas as nações do mundo!"


Austrália


A Austrália foi descoberta em 1606, por um espanhol, chamado Queirós. A colonização inglesa teve início em 1788. A veneração à Virgem Maria é, no entanto, mais antiga; uma estátua de pedra de Nossa Senhora, datada de 1610 (aproximadamente), descoberta perto de Gladstone, mantém-se conservada, hoje, no museu de Brisbane: assim, a imagem está associada à viagem de Queirós, realizada em 1606. Ele havia erguido uma Cruz e construiu uma capela dedicada a Nossa Senhora de Loreto (ligada a Nazaré).



Em 1880 tem origem a colonização penal (prisioneiros da Inglaterra são enviados à Austrália e, nesta nova terra, desbravam e exploram o solo, fazendo surgir os brotos da civilização). A pedra tumular (a de Bridget Egan), datando desta época, foi encontrada, e nela uma cruz com um rosário pendente. A Austrália era amplamente formada por imigrantes vindos de países diversos, cada qual trazendo lembranças dos santuários de seus países de origem. Foi assim que, em Cambelltown, próximo à Adelaide, na Igreja de São Francisco de Assis, os italianos passaram a venerar Nossa Senhora de Montevergine.



Entre 1808 e 1817, período conhecido como "tempo das catacumbas", a religião católica foi proibida pela religião dominante, o protestantismo inglês. Não havia padres católicos. A fé mantinha-se viva por meio da oração quotidiana do santo Rosário e das orações mais conhecidas, rezadas aos domingos, nas proximidades da casa de James Dempsey.



Foi preciso aguardar o ano de 1820, para que o governo nomeasse um sacerdote que pudesse atender e guiar os católicos: o escolhido foi Padre John Therry que gerou a construção da primeira igreja católica, em Sydney, dedicada à Nossa Senhora Auxilio dos cristãos. E, desde 1844, Maria, Auxílio dos Cristãos, cuja festa é celebrada no dia 24 de maio, é a padroeira da Austrália (o ano de 1844 marca a constituição da primeira hierarquia católica na Austrália ─ à época: Sydney, Hobarth, Adelaide.



Em 1947, Nossa Senhora de Fátima passa a ser levada em grande peregrinação, pelo mundo inteiro, chegando à Austrália em 1951. Houve, então, um congresso mariano na cidade de Adelaide. Nossa Senhora de Fátima foi acolhida com muita alegria na catedral, quando do encerramento do congresso. Um amplo movimento de consagração a Maria se espalhou por todo o país, relegado até então, pelo movimento popular "exército azul". Todas as paróquias, comunidades e escolas mergulharam no espírito dessa auspiciosa consagração.



O ano mariano de 1954, foi fortemente marcado. Após o Concílio (1963), a devoção mariana havia se defrontado com um tempo de grande declínio ─ o que não era intenção do Concílio que dedicava a Maria o ápice da Constituição dogmática sobre a Igreja, animando as pessoas e encorajando-as a que fizessem a experiência da maternidade espiritual de Nossa Senhora (conferir, com a Lumen Gentium 65-69). Em 1976, foi realizado um congresso mariano em Sydney e este renovou a devoção mariana que, a partir de então, pôde vivenciar o renovar de um belo crescimento.



As jornadas mundiais dedicadas à juventude aconteceram em Sydney, de 15 a 20 de julho de 2008, e o tema era:

"Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas."

(At 1, 8)



Esta passagem se situa após a morte e a ressurreição de Jesus, precisamente antes de sua ascensão para o Pai, e representa o nascimento da Igreja.



Os discípulos ─ quase todos haviam abandonado Jesus no calvário ─ encontravam-se no cenáculo, reunidos em oração, com a Mãe de Jesus. E o Espírito Santo lhes foi concedido, o Espírito do amor, o Espírito de Jesus, uma renovação interior e uma determinada missão. Quem quer que sejamos, podemos nos dirigir a um santuário e nele rezar com Maria, abrir a porta de nosso coração ao Espírito Santo, receber sua força, tornando-nos testemunhos.


cf. Attilio GALLI, Madre della Chiesa dei Cinque continenti, Ed. Segno, Udine, 1997.



Darwin: Catedral Santa Maria, Estrela do Mar


Esta pequena catedral foi consagrada em 1962 e dedicada a Santa Maria, estrela do mar. A catedral de Darwin é um ponto de encontro para os indígenas. Nela é venerada Nossa Senhora dos Aborígines. A catedral lembra a todos a universalidade da mensagem cristã.

Nossa Senhora dos Aborígines

A imagem da Virgem Maria com Menino Jesus nos braços, se apresenta com traços aborígines, ou de natureza diversa. A base da imagem ─ desenhos geométricos como se vê nas pequenas embarcações locais, a posição da criança, tendo uma perninha ao redor do pescoço de sua mãe e uma das mãos sobre a cabeça dela; as roupas apresentam bordados típicos; tudo igualmente inserido no contexto da Igreja Católica, que busca se expressar para ser compreendida pelas pessoas que encontra. O rosto é uma composição original, criado a partir de vários modelos femininos aborígines. A pintura é clara, nítida como a de um ícone bizantino.

O anjo ferido

Vê-se a estátua de um anjo, danificada pela guerra, em 1942. Esta estátua, apesar de deteriorada, foi preservada e guarda lugar de honra especial. Chamam-na "o anjo ferido", sugerindo que os seres celestiais nos esperam e só serão perfeitamente felizes quando formos libertos do mal e do pecado.

O Caminho da Cruz, a Via Sacra

O Caminho da Cruz, em mosaicos, é obra de Miss Lola McCausland de Brisbane

A pintura da árvore da vida

Nesta pintura, identificamos a árvore e a água e entendemos o convite para colhermos frutas e peixes. Apreciamos, igualmente, a Cruz de Jesus; ela está em chamas, porque Jesus é a luz do mundo. Abaixo, um cálice transbordando, em formas geométricas, mostra que somos lavados no sangue de Cristo. As linhas brancas representam a água e o vento, símbolos do Espírito Santo.


Site oficial : www.darwin.catholic.org.au/Cathedral/cathedral.html

Website: www.darwin.catholic.org.au/Cathedral/cathedral.html

Capítulo : Maria fala a língua das culturas ancestrais

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