terça-feira, 5 de outubro de 2010

Espiritualidade Eucaristica




Eucaristia, caminho de espiritualidade


A Eucaristia como todo sacramento, mas sobretudo ela, é caminho eminente e necessário para a vida espiritual. Não vamos estudá-la em seu conteúdo teológico, mas no aspecto vivencial, o que não é excludente. Jesus colocou nesse sacramento todas as condições para o encontro salvador com Deus. Assim fez ao Se encarnar. Usando a matéria humana para que tivéssemos acesso a sua divindade deixou nos sacramentos Seu modo de ser. Assim usa a estrutura sacramental, isto é, realidades humanas e divinas que se completa, se explicam e realizam. A Eucaristia é o centro da vida do mundo porque nela temos os elementos materiais (pão e vinho – comida e bebida) essenciais para a vida humana. Temos Cristo, vida divina, que veio a nós na encarnação e continua presente em cada Eucaristia. Ela é a vida de Deus em nós. O símbolo e a realidade do sacramento da Eucaristia mostram-nos como viver. Assim se faz o caminho da vida espiritual. A espiritualidade eucarística não se funda só em atitudes durante uma celebração ou adoração, mas no dia-a-dia e no mais íntimo de nós. A celebração da missa é caminho de espiritualidade, tanto no que realiza em nós, como no caminho que nos dá para vivermos na comunidade. Em Jesus tudo é fácil, acessível, compreensível. Se não o é, devemos procurar onde está o defeito, pois Jesus fez certo. Como caminho de espiritualidade, ela nos dá a vida e nos ensina a vivê-la.

Síntese da obra de Jesus.

É tão bonito perceber a sabedoria de Jesus ao encontrar um meio de ficar conosco e em nós de um modo tão fácil. Permanece como vida tanto espiritual (Deus em nós) como material (pão e vinho), que é o sustento do corpo e como no amor que é a vida da comunidade. É a síntese de tudo. Toda a obra de Jesus consistiu em nos remir para estarmos unidos ao Pai e implantarmos Seu Reino através da dinâmica do amor fraterno. Disse Ele: “Isto vos mando: é que vos ameis uns aos outros” (Jo 15,17). Amar é estar em Deus. Amar é abrir-se à pessoa do outro. Assim se edifica o corpo de Cristo. A fé que nos une a Cristo acontece pelo amor, seiva divina, que alimenta a vida do Corpo de Cristo. O amor não é só um sentimento. É uma ação concreta: “Tive fome e me destes de comer” (Mt 25,35). “Eu estava alegre e você se alegrou comigo”. Estava sozinho e você perdeu tempo comigo’. “O que fizestes ao menor dos irmãos foi a mim que o fizestes” (40). Tudo o que a Eucaristia é, passa à nossa vida. A densidade da eucaristia é tão grande que se insiste que os demais sacramentos sejam celebrados dentro dela. Há uma unidade e uma mútua convergência dentro da Eucaristia.

Cume e fonte da vida cristã

O Concílio Vaticano II, no documento sobre a liturgia, ensina que ela seja o ponto de partida e de chegada de toda a vida da Igreja, tanto da vida pastoral, como da vida espiritual. As assim chamadas devoções devem se orientar à Eucaristia e dela tirar sua orientação: “Da Eucaristia, de alguma forma, derivem e para ela encaminhem o povo, pois que ela por sua natureza, em muito as supera” (SC 13). Do contrário perdem o sentido. Da Eucaristia tiramos força e orientação para viver e, vivendo, nos estimulamos a celebrar. Por ser caminho de espiritualidade, o cristão deve tê-la como centro da vida. Sem ela não sabemos como fazer o caminho, não se tem forças para caminhar. Nela está vivo e presente o Cristo redentor que é, verdade caminho e vida. A Eucaristia como caminho de espiritualidade estará sempre presente na vida do cristão.

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