quinta-feira, 30 de setembro de 2010
"Parapsicologia"
Determinismo psíquico
Freud defende a idéia de que não existe nenhuma descotinuidade ou ruptura na vida mental. Isso significa dizer que há uma causa para cada pensamento, para cada memória que vem à tona, para cada sentimento e para cada ação. Nada existe por acaso, muito menos o que acontece na nossa mente. Todas as coisas que nos acontecem, todos os eventos mentais, mesmo os mais misteriosos e desconhecidos, são determinados por fatos anteriores nos quais reside a explicação de tudo.
O problema é que nem sempre esses fatos são conscientes, obrigando-nos a procurar os elementos ocultos que ligam, com toda a certeza, um evento consciente a outro.
Consciente
É somente uma pequena parte da mente. A parte mais superficial da vida psíquica. É a morada de tudo aquilo de que estamos cientes num dado momento. Em outras palavras, o consciente é a percepção da realidade na sua manifestação mais aparente e que contem em si a memória das coisas.
Inconsciente
É a maior parte da nossa mente. A parte mais profunda da nossa vida psíquica. Nele existe uma espécie de arquivo com um potencial ilimitado e incomparável, no qual podemos encontrar as conexões entre todos os eventos mentais. Isso significa dizer que, quando pensamos alguma coisa ou sentimos algo que parece não estar relacionado a nada do que pensamos ou sentimos antes, as conexões para isso se encontram no inconsciente.
A partir do momento que essas ligações inconscientes são descobertas, o problema da explicação está resolvido.
No inconsciente existem elementos instintivos inacessíveis à consciência, além de coisas que foram excluídas, censuradas e reprimidas ao longo da vida. Essas coisas ficam gravadas para sempre e jamais serão apagadas ou perdidas, apesar de não serem lembradas. Em suma, tudo o que Freud descobriu de mais importante pode-se resumir em uma só palavra: inconsciente. Ele libera imagens e conhecimentos para o consciente, sempre de forma espontânea e incontrolável, sem que a pessoa saiba a razão do que está acontecendo. E é exatamente nesse campo que se baseia o desenvolvimento do espiritismo e de outras doutrinas filosófico-religiosas, pois o inconsciente nunca pára de trabalhar, porém trabalha mais intensamente quando o consciente está repousando.
O transe, por exemplo, é um estágio em que o inconsciente toma conta do consciente e, por isso mesmo, não é lembrado posteriormente. E os sonhos são, na maioria das vezes, liberação do inconsciente, que aproveita para se manifestar quando o consciente está dormindo.
Podemos concluir, afirmando com Freud, que a maior parte da consciência é inconsciente e nele se encontram as fontes da energia psíquica e os principais elementos que determinam a personalidade humana.
Subconsciente
É uma parte do inconsciente que pode tornar-se consciente com mais facilidade. Nele estão aquelas coisas que, não sendo conscientes, podem vir a ser sem maiores dificuldades, uma vez que se localizam numa parte mais superficial do inconsciente. É o lugar do esquecido que às vezes vem à lembrança. Nesse sentido, o subconsciente guarda lembranças que ajudam o próprio consciente no desempenho de suas funções.
Os 3 componentes estruturais da personalidade
As observações e pesquisas de Freud no tocante ao comportamento prático de seus pacientes tiveram como resultado a constatação da existência de muitos conflitos psicológicos. Aparece um instinto e logo outro surge fazendo-lhe oposição; nascem impulsos biológicos que logo são contidos por proibições sociais. Enfim, as maneiras de a pessoa enfrentar situações estão em choque permanente umas com as outras. Assim é que Freud propõe o ordenamento desse caos aparente a partir de três componentes básicos da estrutura da personalidade: o Id, o Ego e o Superego.
O Id
É o ponto de origem da personalidade humana, assim como do Ego e do Superego. Nele estão os instintos e as necessidades biológicas e fisiológicas de cada pessoa. É a parte mais primária e mais central da personalidade humana; concentra toda a fragilidade da mente e tem uma formação totalmente inconsciente, ou seja, os seus conteúdos são configurações mentais que nunca se tornaram conscientes e, mesmo assim, são capazes de influenciar fortemente a vida mental de uma pessoa.
Dentre as suas funções próprias, o Id procura satisfazer os impulsos humanos e descarregar as tensões do organismo e do seu psiquismo. É o que Freud chama de “Princípio do Prazer”. Naturalmente, o Id não conhece nenhum julgamento de valor: não conhece o bem, nem o mal, nem a moralidade. Tudo de que dispõe são reações espontâneas, automáticas e inconscientes presentes no ser humano, tais como: piscar, tossir, espirrar etc.
O Ego
Ao contrário do Id, que é um processo primário, inconsciente e rege o principio do prazer e do desprazer, o Ego sempre atua pelo processo secundário, realista, racional e objetivo, que rege o principio do falso e do verdadeiro. É o componente da estrutura mental que está em contato com a realidade externa, contando para isso com os sentidos, a memória e o intelecto. Por isso, uma das suas principais funções é distinguir o imaginário do real, os impulsos das atitudes pensadas, as soluções bruscas e imediatas dos encaminhamentos mais sensatos e realistas.
Desta forma, enquanto o Id é sensível à necessidade, o Ego responde às oportunidades. Para entender melhor esse particular, damos como exemplo uma atração sexual. O Id sente a tensão que brota da excitação e do desejo, procurando satisfazê-lo de forma direta e imediata, por meio de uma relação sexual. O Ego é quem determina o que, quando e como fazer para criar situações nas quais seja possível um contato, satisfazendo o desejo criado.
O superego
Este é o último componente da estrutura da personalidade e se desenvolve não a partir do Id, mas a partir o Ego. O superego é o representante interno dos valores e idéias da sociedade e é transmitido desde o nascimento, sobretudo pelos pais. Ele é a arma moral da personalidade. Contém introjeções de normas sobre as atividades e pensamentos do Ego.
Em outras palavras, o Superego é a nossa constituição, e, dentre outras, tem como função persuadir o Id e politizar o Ego.
Interdependência dos três componentes
O Id é totalmente inconsciente. Quanto ao Ego e ao Superego, grande parte deles permanece inconsciente também. Isso equivale a dizer que nós não sabemos geralmente nada dos seus conteúdos e faz-se necessário muito esforço para torná-los mais conscientes.
Podemos assim concluir que há uma interdependência entre esses três componentes da estrutura mental.
Do Id nasce toda a energia usada para acionar o sistema mental, que é de natureza primitiva e inconsciente. O Ego, brotando do Id, existe para trabalhar de forma realista os impulsos daquele, além de agir como mediador entre as forças que operam no Id e no Superego e as exigências da realidade externa. O Superego, brotando do Ego, atua como um freio moral ou força contrária aos interesses práticos daquele. Nestes termos, a intenção prática da Psicanálise de Freud é, na verdade, fortalecer o Ego, torná-lo mais independente do Superego, aumentar seu campo de percepção e organização, de maneira que o Ego possa dominar, cada vez mais, novas e diferentes partes do Id.
1 - Conceito
PARAPSICOLOGIA
É A CIÊNCIA QUE TEM POR OBJETO, A COMPROVAÇÃO E A ANÁLISE DOS FENÔMENOS, À PRIMEIRA VISTA INEXPLICÁVEIS, QUE APRESENTAM PORÉM, A POSSIBILIDADE DE SEREM RESULTADOS DAS FACULDADES HUMANAS
É A CIÊNCIA QUE ESTUDA OS FENÔMENOS CONSIDERADOS INCOMUNS, À MARGEM DO NORMAL; COM RIGOR CIENTÍFICO.
2 - CONCLUSÕES
• Existem Fenômenos Parapsicológicos causados pelo Inconsciente das pessoas.
• Os Fenômenos Parapsicológicos sempre são espontâneos, incontroláveis e involuntários.
• Os Fenômenos Parapsicológicos não são um Dom, e sim um Desequilíbrio, que precisa ser tratado, podendo causar, se forem "estimulados", distúrbios neurológicos graves.
• Os Fenômenos nunca devem ser estimulados , ou tentar desenvolvê-los ou treiná-los, como afirmam muitas pessoas; pois estimulando nosso Inconsciente a tomar o lugar do Consciente, pode-se causar despersonalização, distúrbios de Personalidade (como Dupla ou Múltiplas Personalidades), Neuroses, Parafrenias, etc.
• Os fenômenos aparentemente “inexplicáveis" de casas mal assombradas, batidas, movimento de objetos, fantasmas, fogo, pedras, etc... são causados pela Telergia de algum morador, de modo inconsciente, talvez por um problema psicológico.
• Não há de forma alguma, Comunicação de qualquer espécie, de Espíritos com Vivos.
• A Telergia só atua a no máximo 50 metros. DESAFIO: Retirem os moradores (pois é a telergia de algum morador dirigida pelo Inconsciente dele que está causando o fenômeno) da casa "mal assombrada"; instalem filmadoras, microfones e sensores; e NADA ACONTECERÁ...
• É importante ressaltar que a Parapsicologia científica, não atribui fenômenos aos espíritos de mortos, pelo contrário, refuta totalmente a comunicação dos mortos, analisando, explicando e provando o poder do nosso próprio INCONSCIENTE.
• A PARAPSICOLOGIA não nega que existem fenômenos tais como: telepatia, precognição ( conhecer o futuro), ou Telecinesia, ( movimento de objetos); e sim os estuda e explica como sendo causados não por espíritos , demônios, duendes, bruxas, Etc., orixás, ou qualquer que seja a entidade (ou paranóia) ; e sim são causados por nosso próprio INCONSCIENTE (dos vivos e nunca dos mortos) .
• O curandeiro na verdade não cura nada. Ou a pessoa se sente curada pela auto-sugestão (perigoso, pois tira-se a dor mas não tira a doença); Ou a pessoa é "curada"de uma doença psico-somática que voltará mais tarde; pois atacou o efeito e não a causa (causas psicológicas). O necessário nestes casos é um tratamento psicológico/psiquiátrico.
• A Parapsicologia também estuda os Milagres (também chamados de Fenômenos Supranormais). O Milagre é superior às leis(forças) da Natureza e não tem explicação científica (é superior). Deve ser estudado por todos os ramos da Ciência e a conclusão para ser um Milagre autêntico é de não ter explicação. Se tiver explicação natural, não é Milagre.
• A Parapsicologia não estuda a explicação de como são realizados os milagres; e sim estuda suas características e ambiente em que ocorrem. Com esse estudo se chegou a conclusões Fantásticas.
3 - O que é a Parapsicologia?
Fenômenos extraordinários, incomuns, e por isso mesmo misteriosos, mas relacionados com o ser humano, e que por isso mesmo talvez se devam a forças naturais, ocultas, do mesmo homem. Isso é o que etimológica e realmente significa parapsicológicos = à margem do psiquismo.
Os fenômenos parapsicológicos são tão antigos, e tão modernos, como a própria humanidade.
Remota antigüidade. Os povos mais antigos, como os babilônios, os persas, os etruscos, praticavam a adivinhação, evocavam os espíritos dos mortos. Etc. Mas além de meras afirmações posteriores, são poucos os vestígios históricos que possuímos daqueles povos tão antigos.
Testemunho bíblico. Na Bíblia temos numerosíssimas alusões a estes prodígios. Tais são, por exemplo, as fantásticas maravilhas realizadas pelos magos de Faraó, em luta com Moisés e Aarão (Ex 7,11.22; 8,7), até que os magos do Faraó se renderam e deram a explicação dos prodígios alcançados pelos chefes do povo hebreu: "O dedo de Deus está aqui" (Ex 8,19). José tem sonhos precognitivos e interpreta os sonhos também precognitivos do Faraó (Gn 37,5-11; 40, 5-23; 41, 1-36). O caso do rei Nabucodonosor de quem se diz que se haveria convertido em fera (Dn 4, 28-31), prenúncio da abundante literatura posterior sobre os lobisomens. A Pitonisa de Endor evoca ante o rei Saul o profeta Samuel (1Rs 38, 7-25). Etc., etc.
Os textos da Bíblia em que se condena a adivinhação, a feitiçaria, a magia etc. são numerosíssimos, e indicam-nos que estas práticas deviam ser então muito freqüentes. Lê-se, por exemplo: "Não se ache entre vós quem pretenda purificar seu filho ou filha fazendo-o passar pelo fogo, quem consulte aos pitões ou adivinhos nem quem indague dos mortos a verdade. Porque todas estas coisas abomina o Senhor e por semelhantes maldades exterminará Ele estes povos à tua entrada" (Dt 28, 10-12).
E ainda devemos aludir a numerosos outros fenômenos mais assombrosos. Contam-se muitos na Bíblia. E podemos dizer que a Bíblia está viva: até hoje pululam por todas partes milagres, revelações, endemoninhados, aparições, etc.
A Grécia clássica e misteriosa. Muitos escritores da antiga Grécia nos falam de toda classe de fenômenos parapsicológicos. Por exemplo, com referência ao espiritismo, Homero na "Odisséia" descreve Ulisses consultando os mortos por conselho e com as instruções da maga Circe. Heródoto, entre outros muitos prodígios, conta-nos que até um dos sete sábios da Grécia, Periandro, mandou consultar a sombra de sua mulher, degolada outrora por ordem do mesmo Periandro. Segundo Plutarco, Pausânias evocou a sombra duma jovem que mandara matar, e Calandas evocou a sombra de Aquilau também por ele assassinado. Mais tarde os magistrados mandaram evocar a sombra do próprio Pausânias.
É famoso o daímon (= divindade de 2ª categoria; nome traduzido com o termo demônio) que Sócrates pensava ver e ao qual atribuía conselhos sobre coisas desconhecidas. Conta-nos Platão, entre outros exemplos, que o demônio avisara a Sócrates que não permitisse a Charmide ir a Menea. Charmide não obedeceu e sucumbe em Menea. O mesmo nos testemunham Xenofonte e Plutarco. Aquele põe na boca de Sócrates a afirmação de que o daímon, o demônio, nunca o enganara. É também curiosa entre os fenômenos que nos conta Plutarco a aparição de um anjo mau, de "maravilhosa e monstruosa figura": "Eu sou teu mau anjo". Bruto vê o demônio sem se perturbar.
Certa classe de quiromancia e astrologia encontrou nada menos do que em Aristóteles um entusiasta defensor. "As linhas -diz- não estão escritas sem nenhuma razão nas mãos dos homens, mas provêm da influência do céu no seu destino". E até se conta que deu de presente a seu discípulo Alexandre Magno um tratado dessa espécie de quiromancia escrito em letras de ouro, achado num altar dedicado a Hermes, na mitologia grega o deus mediador entre os deuses e os homens, entre outros atributos. Também Platão aceitou os princípios da quiromancia da época.
Muitos outros fenômenos misteriosos nos referem Filóstrato, Demócrito, Pitágoras, etc.
Os latinos não ficaram atrás dos gregos. Como os gregos, também os latinos praticaram certa espécie de quiromancia e astrologia. A época mais brilhante, ou escura!, se devemos acreditar no satírico Juvenal, seria nos começos da nossa era, chegando o próprio Imperador Augusto a exercer aquela quiromancia.
Horácio nas suas poesias mais de uma vez faz alusão a encantamentos. Columela descreve prodígios do feiticeiro Dardano. Lucano fala da famosa feiticeira de Tessália, Ériton Fera (à qual aludirá Dante Alighieri). Petrônio Árbitro fala de crianças roubadas pelos feiticeiros para preparar os seus feitiços. Dos feitiços falam também Apuleio, Sexto Pompeu e outros. Já nas "Doze Tábuas" se castigava com pena capital a quem lançasse feitiços contra as searas alheias. E para defender o povo e a si mesmo de tais poderes, o Imperador Augusto, como descreve Suetônio, mandou queimar mais de dois mil livros sobre encantamentos e feitiços. Mais de dois mil livros!, o que poderá dar-nos uma idéia de como o ambiente estava cheio de feitiçaria e magia, se levarmos em conta que os livros então eram escassos e de difícil edição.
Cícero recolhe, e meritoriamente tenta analisar, muitas adivinhações e aparições. Tácito, entre outros casos, conta como a Rufus "apareceu um fantasma de mulher de forma ultra-humana e se ouviu uma voz". Lucano descreve evocações dos mortos para adivinhações.
Os dois Plínio, o Jovem e o Velho, referem também toda a classe de fenômenos parapsicológicos falando-nos este numa das suas cartas até de uma casa mal-assombrada, como a chamariam hoje. Plauto dedica uma das suas comédias, "A Hospedaria", ao tema das casas mal-assombradas. Etc.
Templos de adivinhação. Adivinhação, de a divinis = procedente dos deuses. Inumeráveis são os testemunhos históricos sobre os célebres oráculos na época clássica, como os de Tropócia na Grécia junto ao rio Aqueronte; a Sibila de Cumas nas margens do lago Averno; Figália na Arcádia; no Cabo Tenaro em Heracléia. Delfos foi o mais famoso. Inúmeras adivinhações saíram destes templos. Com suas adivinhações influíram muito e até modificaram drasticamente o rumo de nações inteiras.
O cristianismo enfrenta a magia. Os líderes cristãos, desde o início, adotaram posição clara contra muitas superstições que acompanhavam, e indevidamente ainda acompanham, os fenômenos parapsicológicos.
Éfeso era famosa pelos seus livros de magia e pelos seus encantamentos, muito freqüentes naquela cidade. O evangelista S. Lucas conta como muitos dos que tinham exercido a magia e feitiçaria foram levar os seus livros ao apóstolo São Paulo, que para erradicar as interpretações supersticiosas, heréticas, organizou uma fogueira na presença de todos (At 21, 19). Simão, o Mago, "que enganara o povo" (At 8, 9.11), foi expulso da Igreja por pretender comprar com dinheiro o poder de realizar os milagres que, invocando a Cristo, alcançavam São Pedro e São João. Simão, o mago, pensava que eram poderes de magia.
Os Santos Padres e Escritores Eclesiásticos inúmeras vezes se referem a fenômenos extraordinários e misteriosos, muito diferentes, porém, dos milagres que eles mesmos proclamavam em contraposição. Tertuliano, por exemplo, no século II, fala das evocações dos mortos, adivinhações, sonhos provocados, movimentos de mesas para dar respostas ao contato das mãos, assim como de outros muitos fenômenos parapsicológicos misturados com superstições "com os quais enganam o povo".
A filosofia alexandrina com a qual Juliano, o Apóstata, pretendia subjugar o Cristianismo, tinha por axioma fundamental a evocação dos mortos e apresentava os fenômenos usuais do espiritismo.
A paixão por estes fenômenos existia em todas as camadas sociais como afirmam S. Gregório de Niza, Lactâncio etc.
Idade Média e Renascimento.
Na Idade Média há uma verdadeira epidemia de endemoninhados, e por outro lado de feiticeiros e bruxas com seus malefícios, sortilégios etc., do qual teve bastante culpa a seita dos gnósticos.
Muitos autores, como Hieron de Alexandria, o pseudo-Hipólito, Júlio Óbsequens etc., falam-nos de médiuns espíritas, inclusive produtores de efeitos físicos, e até descrevem alguns segredos de tais fenômenos para-físicos realizados fraudulentamente pelos médiuns.
O famosíssimo ilusionista Cagliostro às vezes se apresentava como médium de fenômenos para-físicos e, não é preciso dizê-lo, como um médium mais do que suspeito.
Esta febre pelo ocultismo não diminuiu no Renascimento, atingindo até pessoas de grandes nomeada social como testemunham Tasso, Ariosto e Celini.
Os papas, como por exemplo Alexandre IV e VI, João XXII, Inocêncio VIII, assim como toda classe de escritores cristãos, não cessaram de advertir dos perigos sociais, psíquicos e morais de semelhantes práticas, aliás, sempre acompanhadas de superstições e abertas heresias. Então como hoje. Sinal de que então, como hoje, era freqüente a pretensão de dominar os fenômenos parapsicológicos.
Fogueiras humanas.
Como se sabe, muitas feiticeiras, bruxas, ciganas... e muitas pessoas inocentes terminaram na fogueira. Eram acusadas de pacto com Satanás adquirindo assim poderes mirabolantes: causariam toda classe de doenças com os seus feitiços, ficavam insensíveis às picadas das facas, os demônios lhes comunicariam os mais recônditos segredos, etc. Assim, com tais poderes, seriam capazes, não só de causar muitos danos ao povo e de cometer muitas injustiças, senão inclusive de superar o poder dos reis e governantes. Estes, portanto, tinham que livrar-se das bruxas...
Os faquires da Índia.
Foram e são famosíssimos os prodígios fantásticos dos faquires. A própria vida que se atribui a alguns desses faquires, por exemplo aos chamados "sinniassis", já é algo esquisito: uns vivem enterrados até à cintura ou sentados sem interrupção em estrados de pregos, outros conservam sempre erguido um braço; há também os que fecham perpetuamente a mão de modo que as unhas vão penetrando na carne até saírem pelo outro lado. Etc.
As narrativas de viajantes sobre os prodígios dos faquires estão cheias de admirações e ponderações pelos fenômenos que presenciaram. Max Müller, Louis Jacolliot, Charles Goddart, Huc Zeffar, Vergnard Seabrook, Pellenc Betelson entre muitos outros destacam-se pela abundância de descrições, nem sempre críticas. Ducret talvez seja o mais maravilhado diante de tais prodígios, entre os escritores mais modernos. William Laid é o mais conhecido e lido entre os de outrora.
No Brasil.
Atualmente o pais mais supersticioso do mundo lamentavelmente é o Brasil. Há mais médiuns, curandeiros, adivinhos, feiticeiros, etc., e mais casas mal-assombradas, endemoninhados, pessoas em transe ou "repouso no Espírito", reencarnados, falando "em línguas", assim como fundadores de novas religiões com seus milagres, etc., etc., em qualquer cidade um pouco grande do Brasil, do que em todo o resto do mundo junto. Chico Xavier foi um médium destacado em psicografia. Arigó destacou-se como médium de curandeirismo. A "Igreja Universal do Reino de Deus", e outras muitas, expulsa diariamente "mais demônios do que gente" assistindo. Etc. etc.
Sempre e em todas as partes. "Os fenômenos parapsicológicos têm sido assinalados em todas as épocas e em todos os povos. As descrições que chegaram até nós são fundamentalmente idênticas, embora as interpretações sejam muito diferentes nas diversas civilizações", assim conclui Eric Dingwall, um dos melhores historiadores da Parapsicologia. Diversíssimas as interpretações de fenômenos idênticos. Foram e são atribuídos às mais diversas causas, geralmente sobrenaturais como Deus, deuses, demônios, espíritos, larvas astrais, mahatmas, gnomos, gênios, fadas, duendes etc.
Nasce uma nova ciência. As primeiras pesquisas foram uma verdadeira revolução para o ambiente materialista da ciência a partir de fins do século XIX. Os parapsicólogos falavam em psiquismo, e até asseguravam que determinados fenômenos não podiam explicar-se senão pressupondo-se uma alma espiritual, interessavam-se pelos fenômenos surgidos no espiritismo, pelos endemoninhados, pelos milagres... Tudo isso que os cientistas estabelecidos aprioristicamente nem consideravam.
Grande parte da ciência de então manifestou-se decididamente contra as pesquisas de Parapsicologia, e alguns erros graves em que caíram os primeiros pesquisadores alentaram mais ainda aos contraditores. Criou-se um ambiente de polêmica muito prejudicial ao progresso das pesquisas. O grande apriorismo dos cientistas estabelecidos, como bem analisa Charles Richet, prêmio Nobel em Fisiologia, no seu "Tratado de Metapsíquica", consistia em julgar impossível qualquer fenômeno extraordinário por o considerar contrário à ciência. Esta afirmação apriorística confundia "contrário à ciência" com "novo na ciência". Não é comum nem repetível à vontade, então não é científico.
Metapsíquica e Parapsicologia. A nova ciência usou vários nomes. Hoje, sem que se tenha logrado perfeita uniformidade, prevalece o nome de "Parapsicologia" para designar a ciência contemporânea, a partir de 1930, especialmente. E reserva-se o nome de "Metapsíquica" para as pesquisas mais antigas.
Após árduos trabalhos, a Parapsicologia encontrou por fim o seu caminho e é reconhecida e respeitada como ciência de vanguarda. O reconhecimento oficial como ciência data de 1953, após o "Primeiro Congresso Internacional de Parapsicologia", celebrado na "Universidade Real de Utrecht", Holanda. Nessa mesma data e universidade surgia a primeira cátedra de Parapsicologia. Posteriormente foram-se multiplicando as cadeiras universitárias de Parapsicologia em muitos países. E a Parapsicologia é reconhecida pela Unesco e pela "Sociedade Internacional para o Avanço da Ciência".
Acertadamente Gerad Frei proclama: Por cima da Psicologia, Psiquiatria, Antropologia, Historia, Arqueologia e qualquer outro ramo da ciência, "compete principalmente à Parapsicologia a incursão neste campo, porque a Parapsicologia é o ramo da ciência atual que mais contribui ao maior conhecimento do homem" e os temas transcendentes com ele relacionados. E os prêmios Nobel Henri Bergson e Werner Keller esperam que a Parapsicologia, "esta nova ciência recuperará o tempo perdido" por séculos de religiões irracionais por um lado e de materialismo por outro. E por esses motivos, e também apoiado em muitos cientistas inclusive em Jung e no mesmo Freud, no inicio adversário da Parapsicologia que não conhecia, mas que terminou sendo um grande entusiasta dela, deduz e confirma Harry Price, professor na Universidade de Oxford: A Parapsicologia é "o mais importante campo de pesquisa jamais empreendido pelo homem, e é dever de todo cientista familiarizar-se com ela". Assim Charles Richet titulou a Parapsicologia como "a grande esperança", e o célebre filósofo católico Gabriel Marcel concretiza, "a revolução na ciência causada pela Parapsicologia fará que ninguém possa ser materialista e abrirá a prisão em que o agnosticismo e ateísmo encerraram a humanidade".
Acabamos de tocar o tema da trascendência. É importantíssimo o estudo da Parapsicologia, mesmo que só fosse para estabelecer cientificamente se há milagres -fatos do nosso mundo por forças não do nosso mundo- e estabelecer a diferença entre verdadeiros e falsos milagres. Neste sentido terminamos com a exortação, entre tantas que poderíamos citar, do grande parapsicólogo Giovanni Battista Alfano: "Aproveito a ocasião, eu, sacerdote católico (...) para exortar vivamente meus colegas no sacerdócio a cultivar o estudo da Parapsicologia (...). Devemos antes de mais nada reconhecer a realidade dos fatos parapsicológicos (extra-normais e para-normais) para depois poder demonstrar em que medida (...) são diferentes as manifestações bíblicas e agiográficas, mesmo hoje, de claro caráter supra-normal".
4 - CLASSIFICAÇÃO
OS GRANDES GRUPOS DA FENOMENOLOGIA
Os fenômenos que estuda a Parapsicologia requerem uma dupla divisão:
a) Fenômenos extra-normais (EN)
1º { b) Fenômenos paranormais (PN)
c) Fenômenos supranormais (SN)
Fenômenos "extra-normais" (se é que se podem juntar estas duas palavras como já o fez o grande pioneiro Charles Richet), são fenômenos "misteriosos", mas que, na realidade, não excedem o poder das faculdades e sentidos conhecidos pela ciência tradicional, embora em funcionamento extraordinário, ou manifestações extraordinárias, à primeira vista inexplicáveis.
Fenômenos "paranormais" são aqueles que se devem a faculdade desconhecida pela ciência tradicional, e recentemente descoberta ou estudada pela Parapsicologia. Alguma coisa nova.
Por fim, a Parapsicologia estuda os fenômenos "supranormais", possivelmente "sobrenaturais" ou "transcendentes", até ver se tais fenômenos claramente superam toda possível explicação natural. Trata-se de fatos, observáveis, do nosso mundo. E precisamente os mais admiráveis. Tão supersticioso é o "cientista" que os nega sem prévio estudo rigoroso, como o "religioso" que por não compreende-los à primeira vista os atribui a Deus, deuses demônios, espíritos de mortos, exus ou orixás, potestades, larvas astrais, mahatmas etc., etc. E sob esses fatos "apoiam" as suas doutrinas, todas as religiões, seitas, superstições... (56,000). Como afirmou Robert Amadou, a finalidade e suprema importância da Parapsicologia é estudar os fundamentos verdadeiros ou falsos de todas as religiões.
Numa segunda divisão mais ou menos bem delimitada e que se entrosa com a anterior, os fenômenos parapsicológicos podem ser:
a) De efeitos psíquicos (telepatia,precognição...).
2º { b) De efeitos físicos (assombrações, levitações...).
c) De efeitos mistos ou psicofísicos (curandeirismo,
feitiçaria...).
5 - Fenômenos Parapsicológicos
5.1 FENÔMENOS EXTRA-NORMAIS:
5.1.2 HIPERESTESIA DIRETA - Grande sensibilidade de nossos sentidos.
5.1.3 CUMBERLANDISMO - Adivinhação por contato, pelos motivos mínimos inconscientes.
5.1.4 HIPERESTESIA INDIRETA DO PENSAMENTO (HIP) - "Leitura" do pensamento (através da linguagem corporal; capacidade de "ouvir" o pensamento à curta distância, poucos metros).
5.1.5 PANTOMNÉSIA- Capacidade do Inconsciente de se lembrar de tudo.
5.1.6 TALENTO DO INCONSCIENTE- Inteligência e raciocínio do Inconsciente.
5.1.7 XENOGLOSSIA - Falar línguas diferentes ou desconhecidas do Consciente. Não confundir com glossolalia que é a lingua das criancinhas (balbuciar) e manifestações histéricas.
5.1.8 FOTOGÊNESE- Luminosidade causada pela telergia.
5.1.9 TELERGIA - Exteriorização e transformação das energias fisiológicas de modo Inconsciente. Energia vital dirigida na sua exteriorização pelo psiquismo inconsciente.
5.1.10 PSICOFONIA- Sons, vozes, músicas realizadas de modo inconsciente pela telergia ou ectoplasma.
5.1.11 TIPTOLOGIA - Batidas ou raps realizadas de modo inconsciente pela Telergia.
5.1.12 TELECINESIA- Movimentos de objetos pela Telergia.(Fenômeno das "casas mal assombradas").
5.1.13 PNEUMOGRAFIA- É o termo utilizado para designar os fenômenos de raspagem, escrita, desenhos sem causa aparente, por causa parapsicológica.
5.1.14 APORTE - Fenômeno Parapsicológico em que a telergia exteriorizada desmaterializa e depois materializa novamente objetos; fazendo-os atravessar muros e outros obstáculos. (pedras caindo "do nada", agulhas no corpo, lágrimas e sangue em imagens, etc).
5.1.15 DERMOGRAFIA- A dermografia é uma ação cerebral sobre o sistema nervoso simpático que comanda os corpos capilares da pele. A seleção destes corpos em vias de representar um desenho, é uma "maravilha" bem fora da fisiologia normal. Agem em estados normais, de transe, de hipnose ou de exaltação profunda. É um fenômeno especial, à margem da fisiologia normal, parapsicológico.
5.1.16 LEVITAÇÃO- Fenômeno em que a pessoa sustenta o próprio corpo no ar sob a ação da Telergia. Sempre do próprio corpo e nunca levitando o corpo de outra pessoa.
5.1.17 OSMOGÊNESE- Como todo fenômeno parapsicológico de efeitos físicos, a osmogênese se deve à exteriorização e transformação da energia somática. Esta energia que, segundo os físicos, é uma só com diversas transformações. Em determinadas circunstâncias parapsicológicas a telergia deixa de ser tecido humano, ou térmica, ou motora, etc, e se transforma em energia odorífica.
5.1.18 ESCOTOGRAFIA- Fotografias ou filmagens do pensamento. O inconsciente em raras ocasiões pode emanar imagens telérgicas invisível ao olho nú, mas possível de impressionar o filme(película) da máquina fotográfica ou filmadora.
5.1.19 ECTOPLASMIA- Exteriorização visível da Telergia.( Fantasmas, aparição de objetos ou em formas de membros do corpo).
5.1.20 FANTASMOGÊNESE- O inconsciente pode moldar em raríssimas ocasiões, imagens ectoplasmáticas em forma de uma pessoa inteira. (fantasma)
5.1.21 ECTO-COLO-PLASMIA- O inconsciente molda imagens ectoplasmáticas de membros do corpo, partes de objetos, etc...
5.1.22 PIROGÊNESE - Exteriorização e transformação da energia humana (telergia) em energia térmica-calorífica. De tal forma condensada que provoca fogo espontâneo.
5.2 FENÔMENOS PARANORMAIS:
5.2.1 PSI-GAMMA - Faculdade Parapsicológica que ultrapassa o tempo e espaço, possibilitando a telepatia e outros fenômenos; também chamada de ESP (Percepção Extra Sensorial) ou Conhecimento da Alma ( de Psico- Gnosis, as primeiras letras gregas).
5.2.2 PRECOGNIÇÃO- Conhecimento psigâmico do futuro (sempre um fenômeno incontrolável, involuntário e inconsciente).
SIMULCOGNIÇÃO- Conhecimento paranormal do presente.
RETROCOGNIÇÃO- Conhecimento paranormal do passado.
5.2.3 TELEPATIA- Fenômeno no qual a pessoa capta psigamicamente pensamentos ou desejos de outra pessoa.
5.2.4 CLARIVIDÊNCIA- Fenômeno no qual a pessoa capta psigamicamente acontecimentos físicos.
Sobre os Fenômenos Parapsicológicos:
Mediunidade propriamente falando não existe. Médium seria uma pessoa cujo corpo serviria de meio pelo qual o espírito do morto quer se comunicar. Na verdade, é o espírito do chamado médium, isto é, certas faculdades espirituais (fenômenos paranormais), como também certas faculdades sensoriais (fenômenos extranormais), todas inconscientes, que se manifestam.
O chamado transe não é mais do que uma obnubilação das faculdades conscientes e uma exaltação e manifestação de faculdades inconscientes.
E é perigoso desenvolver essa exaltação e manifestação de faculdades parapsicológicas. Trata-se de faculdades inconscientes. Se as desenvolvermos (pode-se até aumentar a frequência dos fenômenos, mas nunca terá controle), o inconsciente pode "tomar lugar" do consciente, perdendo a autodeterminação consciente. Daí ao manicômio, é um passo.
Sendo faculdades inconscientes, não as reconhecemos como próprias quando se manifestam. Daí a necessidade psicológica de atribuir essas manifestações a algo ou a alguém: achamos que são resultados de possessão de demônios, incorporações de espíritos, ou efeito de um "trabalho". Isto provoca uma cisão da personalidade, o que os psiquiatras chamam de dupla ou múltipla personalidade, locura. E conduzem à megalomania: achamos que somos Napoleão ou um Exu, orixá, etc, etc, etc.
As manifestações parapsicológicas do inconsciente forçam os nervos, esgotam...
As manifestações parapsicológicas não devem ser fomentadas ou "desenvolvidas", mas curadas. Uma ou outra vez, todos podemos ter alguma telepatia, por exemplo; mas, se são frequentes, merecem cuidados.
5.1.2 Hiperestesia Direta
A percepção hiperestésica- Hiperestesia (de hiper=sobre; estesia=sensação) significa exaltação da sensação. Hiperestésico é quem capta e pode manifestar estímulos mínimos. As pessoas que manifestam com alguma frequência esse fenômeno e por extensão outros fenômenos extra-normais, são chamados "sensitivos" . (Metagnomo seria quem manifesta fenômenos paranormais).
A hiperestesia em certos animais- se olharmos para certos animais, ficaremos pasmados com a hipersensibilidade que podem ter seus sentidos, fundamentalmente aiguais aos nossos. As borboletas machos da espécie "Arestias selene" são atraídas pela fêmea, na época do cio, até a distância de 11 kilometros. Um cachorro de caça se guia por uma admirável hiperestesia do olfato sobre o mínimo cheiro de que fica impregnado o chão pisado há uma hora ou mais por um coelho por exemplo, que passou por lá.
A sensibilidade dos sentidos de certos animais serve para alertar-nos e obrigar-nos a admitir a possibilidade da hiperestesia no homem, ao menos uma hiperestesia inconsciente.
De algum modo, todos somos hiperestésicos, isto é, todos somos capazes de captar com os sentidos, estímulos mínimos. Ás vezes estes estímulos são tão pequenos que o consciente não tem modo de reagir e cair na conta da percepção hiperestésica inconsciente. São sensações inconscientes.
O doutor Hereward Carrington descreve uma experiência interessante a respeito de algumas destas sensações inconscientes (no caso, subconscientes):
Introduzida uma pessoa numa sala na qual nunca tinha estado, damos-lhe somente uns quatro ou cinco segundos para que observe tudo o mais que puder. Após sair da sala, poderá se lembrar de uns 15 ou vinte objetos. Mas se for hipnotizada em seguida, para aproveitar as sensações que de fato teve e das quais não consegue lembrar conscientemente, observaremos que poderá lembrar, sob o efeito da hipnose, que faz surgir certas sensações inconscientes, mais uns 40 ou 50 objetos que estavam na sala e dos quais só inconscientemente teve conhecimento.
Todas estas sensações, tão pequenas que o consciente não percebe habitualmente, são tipos do que chamamos hiperestesia.
Precisamente porque o consciente não capta, direta ou normalmente, tais sensações, é difícil determinar o número e qualidade delas. Existem, porém, e são, entre outras coisas, o fundamento da tão discutida "propaganda subliminar".
Exemplo: Numa fita de filme de cinema, grava-se num só fotograma e em segundo plano, suavemente a palavra "sangue". Num outro fotograma, e também pouco nítido, uma caveira. Quando a fita for projetada, numa cena de horror, ninguém poderá dar-se conta nem da palavra "sangue" nem da caveira. A ínfima sensação porém ser captada inconscientemente e, surgindo à tona, a impressão de terror do filme, é ou pode ser aumentada.
Hiperestesia Consciente Também o consciente pode chegar, pelo treino, por exemplo, a graus fantásticos de hiperestesia. Os marinheiros chegam a enxergar objetos a distâncias muito superiores às que atingem pessoas dedicadas a outras profissões. Alguns pintores chegam a distinguir matizes nas cores completamente indiferenciáveis para a maioria das pessoas. Certos selvagens possuem, pelo exercício, um ouvido que supera a sensibilidade do mais sensível microfone, e um olfato que lembra o dos cachorros de caça.
Oscar G. Quevedo S.J. - Livro: "A face Oculta da Mente" - Ed Loyola
FENÔMENO EXTRA-NORMAL DE CONHECIMENTO
PESSOAS QUE "TOCAM" O PENSAMENTO
5.1.3 Cumberlandismo
É um sistema de "adivinhação" curiosíssimo. O nome provém de Stuart Cumberland, talvez o primeiro que o descobriu, estudou e praticou em exibições públicas de Ilusionismo. É sabido que nem tudo o que se exibe em Ilusionismo é truque. O cumberlandismo é uma das exibições espetaculares que não precisa ser trucada.
Eis um caso típico: trata-se, de encontrar um relógio que foi escondido no bolso do casaco do terceiro espectador da fileira oito. O ilusionista estava ausente, de costas ou com os olhos vendados cuidadosamente, quando se escondia o relógio. O ilusionista pega a mão de uma testemunha qualquer, preferentemente uma moça (e melhor ainda, uma criança). "Concentre seu pensamento na direção que devo tomar para encontrar o relógio"... O artista anda sobre as pontas dos pés, e sempre tocando uma mão da testemunha balança suavemente o corpo. De repente, e precisamente ao chegar à fileira oito, pára. Pede uma vez mais à testemunha que concentre bem seu pensamento na direção a tomar. Sem hesitação entra pela fileira oito. Ao passar por diante do espectador número três, pára de novo, como atingido por uma rápida inspiração. Com a mão da testemunha sempre segura passeia a sua outra mão sobre as vestes do espectador. Reclama continuamente a concentração do pensamento no lugar onde se acha o relógio. Por fim, ante a estupefação do público, o artista pega o relógio e o mostra.
Pessoalmente, tenho realizado muitas vezes experiências públicas semelhantes, como demonstração prática, quando falo deste fenômeno.
A prova baseia-se nos movimentos involuntários e inconscientes, mínimos, correspondentes ao pensamento da testemunha cuja mão o ilusionista mantém segura.
Claro está que em muitos casos não pode ser excluída a participação de outros sinais, como fonéticos, epiteliais, etc., inconscientemente emitidos, e inconscientemente percebidos, mas influindo na conduta do ilusionismo: Eu, alguma vez, tenho errado em algum pequeno detalhe por interpretar mal os pensamentos da "colaboradora", e outras vezes tenho acertado por ser guiado inconscientemente pelo público quando a "colaboradora" estava errada.
O mais curioso é a admiração da própria colaboradora inconsciente, que até jurará não ter ela indicado nada.
EXPERIÊNCIAS DE CUMBERLANDISMO - Entre 1910 e 1920, o professor Gilbert Murray, da Universidade de Oxford, e Presidente da S. P. R. (Sociedade de Pesquisas Parapsicológicas) de 1915 até 1917, fez em sua casa experiências de cumberlandismo, no começo pensando erradamente tratar-se de telepatia (extra-sensorial).
Qualquer dos membros da família, geralmente sua filha, Sra. Toynbee, escrevia num papel alguma coisa escolhida livremente. Fazia-se entrar então o Dr. Murray que tinha permanecido ausente. O doutor toma pela mão a pessoa que devia pensar no que se habia escrito, e outra testemunha anotava palavra por palavra as declarações do doutor. Por exemplo:
A Sra. Toynbee escreveu e pensava: "Início de um trecho de Dostoiwsky, no qual o cachorro de um pobre homem morre num restaurante".
Chamado o Dr. Murray, pegou a mão da Sra. Toynbee, e disse: "Parece-me que é uma coisa tirada de um livro. Diria que se trata de um livro russo. Um homem muito pobre. Parece-me que se trata algo relacionado com um cachorro. Um cachorro muito infeliz. De repente me ocorre que é dentro de um restaurante e que as pessoas brigam, depois regressam a suas casas e se esforçam por serem bons, Não estou seguro... Tenho a impressão de que é alguma coisa assim como Gorki (por Dostoiewsky). Tenho a impressão de que é alguma coisa da Rússia".
No total das experiências, 505, houve 60% de acertos. Não precisamos aqui da telepatia, que poderia ter dado resultado a quilômetros de distância. Além dos sinais completamente cumberlandísticos, podem-se admitir alguns outros sinais, auditivos ou de outra espécie, inconscientemente emitidos. Esta possibilidade da explicação por cumberlandismo, ou mais em geral por hiperestesia de diversos sinais, posteriormente já foi vislumbrada pelo próprio Dr. Murray, assim como pelo Dr. Verrall que assistiu também às experiências.
Anos mais tarde, em 1931, o mesmo Dr. Murray fez experiências semelhantes com o Sr. e a Sra. Salter. Os resultados também desta vez confirmam a capacidade de adivinhação por meio do cumberlandismo com maior ou menor reforço de outros tipos de hiperestesia, como de novo o mesmo Dr. Murray teve que admitir a título de dúvida, embora ele com escassos conhecimentos das possibilidades da hiperestesia, preferisse, erradamente, inclinar-se pela telepatia (extra-sensorial).
NA RÚSSIA - O Dr. Naum Kotik fez experiências com a menina Sophia Starker.
Sophia ficava com os olhos rigorosamente fechados, as orelhas obturadas com algodão. O pai ficava de costas. Nestas condições qualquer um dos assistentes escrevia alguma coisa no papel que apresentava ao pai. O pai pegava então, sem volver-se, a mão da menina e esta freqüentemente adivinhava, mais ou menos completamente, o que se escrevera.
Não queiramos pensar, como pensou o Dr. Kotik, em telepatia, entre razões pelo fato de que as experiências levadas a efeito pelo próprio Dr. Kotik, com o mesmo objetivo, estando pai e filha em quartos separados, não tiveram êxito nem com os olhos e ouvidos da menina livres. Se fosse telepatia e não simples cumberlandismo, o fenômeno ter-se-ia realizado igualmente à distância. Trata-se pois unicamente de transmissões de sinais inconscientes captados hiperestésicamente.
EXPERIÊNCIAS ESPECIAIS - Outras experiências de laboratório, que pela engenhosidade ou novidade do método devem ser citadas, são as do Dr. Abramowski em Varsóvia.
Pensava ele que se tratava de telepatia, o que achamos errado, dadas as circunstâncias das experiências. Excluindo o cumberlandismo ou condições aptas para a hiperestesia, as experiências fracassaram.
"Dizia-se ao sujeito um certo número de palavras, três ou cinco, segundo as experiências. Eu escolhia uma dessas palavras como objeto da atividade telepática (?). Eu escolhia dentre elas a que eu pensaria intensamente. O sujeito deveria dizer qual era a palavra escolhida por mim".
"Noutras experiências apresentava ao sujeito vinte palavras que ele lia uma só vez em voz alta. Após a leitura escrevia ele as palavras que tinha lido e retido na memória, esforçando-se mesmo para lembrar. Dentre as palavras esquecidas eu escolhia uma como objeto da transmissão".
Nas experiências, Abramowski segurava a mão do sujeito. Com a mesma técnica realizou transmissões cumberlandísticas de desenhos ou de movimentos dos dedos.
Sobre 324 experiências obteve êxito em 156, quase 50%. Inexplicável pelo simples acaso.
Nem é preciso sempre que o operador faça esforço ou se tenha exercitado em captar os sinais inconscientes. Podem-se também captar inconscientemente, o que nos interessa especialmente do ponto de vista do cumberlandismo.
O operador pode inclusive executar ações inconsciente e automaticamente. Diversos tipos de experiências têm-se feito. Talvez uma das mais fáceis de repetir seja a de fazer que uma pessoa, boa sensitiva, completamente distraída, falando de outras coisas que a absorvem, faça alguma ação que por cumberlandismo se lhe sugira. O sujeito da experimentação, tendo operado como um autômato, não saberá dizer, ao ser perguntado, nada do que realizou. Hipnotizado (ou por outras técnicas), porém, às vezes lembrará tudo o que se lhe fez realizar inconscientemente.
Em quase todos os fenômenos parapsicológicos de conhecimento encontramos o que poderíamos chamar "mecanismo indireto", ou "em L", ou "a três", ou "por procuração": o adivinho capta no consulente o que o próprio consulente sabe, de ordinário só inconscientemente, à respeito de outra pessoa, ou de um objeto diferente do que se quer transmitir, mas com ele relacionado.
Osip Feldman, por exemplo, chegou a tal perfeição no cumberlandismo consciente, que podia, inclusive em experiências públicas de Ilusionismo (sem truque), captar o pensamento de um espectador através de várias pessoas ignorantes do que se deveria adivinhar. Todas essas pessoas estavam unidas pelas mãos.
Experiências deste tipo de cumberlandismo "em L" não são excessivamente raras entre os profissionais do palco. Deveriam, porém, ser mais repetidas em laboratório. A explicação é a seguinte: as pessoas interpostas captam só inconscientemente as idéias do pensante (inconscientemente todos somos hiperestésicos) e transmitem os sinais inconscientemente captados. Osip Feldman, no fim da "corrente", os interpreta e os faz conscientes. Feldman tem muita fama no mundo dos ilusionistas.
Outro tipo de cumberlandismo "em L" ou "a três", é experimentado pelo Dr. Émile Boirac, com destaque entre outros pesquisadores.
Uma histérica "lia", segurando uma mão de Boirac, um livro sobre o qual Boirac passava as pontas dos dedos.
Hiperestesia direta (visão para-ótica, DOP - "dermo-optical perception") em Boirac e a histérica interpretava o que captava em Boirac por cumberlandismo sobre o pensamento inconsciente. A adivinhação do pensamento inconsciente excitado por outros tipos de hiperestesia direta tem sido amplamente comprovada.
DIGRESSÕES PRÁTICAS - O cumberlandismo, como se vê, pode dar preciosas indicações aos médiuns espíritas (e superstições análogas), na hiper-sensibilidade do transe. A corrente ou cadeia que os espectadores formam em algumas sessões, pode ser o veículo pelo qual o interessado está manifestando ao inconsciente do médium (ou outro tipo de adivinho) as idéias a comunicar.
Muitas revelações, das feitas por um hipnotizado, por exemplo, podem explicar-se perfeitamente por cumberlandismo (extranormal, sensorial), sem necessidade de recorrer a conhecimento paranormal (extrasensorial). Um dos primeiros passos que se costuma dar, para desenvolver a "lucidez" nos hipnotizados, é precisamente puro cumberlandismo. O hipnotizado, para diagnosticar uma doença, por exemplo, põe as mãos sobre a fronte do consulente ou, pegando entre as suas uma mão do paciente percorre lentamente os membros com possibilidade de estarem doentes.
Por cumberlandismo pode um adivinho fazer observações sobre o estado fisiológico, caráter, tendências, passado clínico imediato... e inclusive futuro iminente, isto é, aquele cujas causas já estão agindo no organismo.
Pelas causas antes indicadas, os manuais de hipnose previnem o hipnólogo principiante a não se fiar muito daquilo que o hipnotizado revele sobre a outra pessoa com a qual está em contato. Freqüentemente não dirá mais do que aquilo que esta mesma pessoa pensa de si própria, talvez erradamente.
5.1.4 Hiperestesia Indireta do Pensamento – HIP
Em primeiro lugar, os mecanismos da faculdade chamada HIP, ou Hiperestesia Indireta do Pensamento. Todos os nossos atos psíquicos, de qualquer espécie, conscientes ou inconscientes, pensamentos, recordações, sentimentos; se traduzem ou são acompanhados por reflexos físicos de diversas ordens. Por exemplo, um falar muito diminuído, muito suave, muito subterrâneo; umas emanações do tipo magnético detectadas hoje e medidas pelos russos, de uma hiperfrequência notável; uns reflexos na pele, reflexos também motores, etc.
Através deste mecanismo, os pensamentos de qualquer pessoa passam às pessoas que estão presentes; tudo o que nós sentimos e imaginamos passa e não pode deixar de passar às pessoas que estão presentes. Essas pessoas, inconscientemente, captam de uma forma direta , os reflexos sensoriais e indiretamente os pensamentos ou os atos psíquicos que os provocaram. Este é o mecanismo da Faculdade Hiperestesia Indireta do Pensamento, a HIP, mecanismo certamente complexo, impossível de ser explicado em poucas palavras.
Tudo o que as pessoas presentes sabem, o inconsciente também sabe. É lógico, portanto, que algumas vezes o manifeste. A HIP se revela de duas maneiras: por contato ou sem contato. Quando é por contato, chamamo-la cumberlandismo, por ser Eduardo Cumberland, o primeiro a descobrí-lo e a apresentá-lo, inclusive, em demonstrações públicas.
Nosso inconsciente, às vezes, pode manifestar (casos especiais ou pessoas especiais) tudo o que as pessoas presentes (a poucos metros, pois depende dos sentidos) conhecem, incluindo conhecimentos inconscientes. Nosso inconsciente é um sábio prodigioso.
LEITURA SENSORIAL DO PENSAMENTO -
Mais do que o cumberlandismo, adivinhação por contato, interessa-nos especialmente a adivinhação sem contato. Pode-se, a certa distância, captar a linguagem fisiológica mínima, i. é, os reflexos externos da idéia, de modo que se possa, indiretamente, como que "ver" o pensamento de outra pessoa?
É possível. Até mesmo para apresentações no palco. Seria isso um "cumberlandismo sem contato". E pode-se chegar a extremos maravilhosos, como o ilusionista Mario n, por exemplo.
Mario n encontrava os objetos escondidos pelos espectadores mesmo quando a testemunha que inconscientemente o dirigia se escondia dentro de uma caixa, só aparecendo os pés.
Mario n observava nestes casos as mínimas modificações inconscientes na marcha do espectador que se tinha prestado à experiência.
O Dr. Samuel Soal (um dos melhores experimentadores da moderna Parapsicologia) estudou detidamente as provas realizadas por Mario n. Soal chegou à conclusão de que, não obstante as maravilhosas provas, Mario n não possuía sentidos mais desenvolvidos que o comum das pessoas (o que confirma mais uma vez que todos somos hiperestésicos no inconsciente), mas que ele tinha aperfeiçoado sua capacidade de observar com o que descobria sinais que pareceriam imperceptíveis, normalmente. Mas esses sinais que até conscientemente se podem perceber com muito exercício de observação, o inconsciente já os tinha percebido antes.
Quantas adivinhações tidas como telepatias, como comunicações do além, etc. não são mais do que o subir ao consciente esses sinais inconscientemente captados!
Já Binet chamava a atenção sobre essa possibilidade e aduzia muitos casos confirmativos.
Fizeram-se famosas as experiências do Dr. Laurent.
Repetindo as do Dr. Pickmann, o Dr. Laurent "pode executar, à distância de quatro metros mais ou menos, as ordens dadas mentalmente por certas pessoas, ordens muito simples, evidentemente, tais como a escolha de um objeto sobre a mesa".
Este tipo de experiência tornou-se clássico entre os hipnotizadores. O divulgador Paul Clément Jagot, por exemplo, ensina o modo de treinar os sujeitos para chegarem a realizar estas experiências, inclusive fora da hipnose, em vigília.
Isto não é telepatia, mas o que chamamos HIP = Hiperestesia Indireta do Pensamento. O "transmissor", ao procurar transmitir ao receptor o que deve realizar, não pode evitar que seu pensamento se reflita em sinais inconscientes. Estes, e não diretamente a ordem mental, são os captados.
O próprio Dr. Laurent acrescenta:
"Bem analisando o fenômeno em mim mesmo, tenho constatado que se tratava de hiperacusia (hiperestesia auditiva) em mim, ou percepção de ordens como que pronunciadas inconscientemente: à direita, à esquerda, sim, não".
Esta hiperestesia dos sinais dados inconscientemente pelo "transmissor" exagera-se às vezes, tanto quanto vimos se exagerava em certos hipnotizados.
O Dr. Grasset transcreve a carta que lhe escreveu o Pe. D'Aix:
"Encontro sempre com a maior facilidade o objeto que me escondem. Com os olhos vendados, sem ver (...) Dirige-me por detrás de mim o Sr. M. (...), concentrando-se fortemente no pensamento que me quer fazer executar (...) Sinto, positivamente sinto, uma pressão sobre as costas, na parte direita superior quando me quer fazer dar a volta (...) É uma pressão doce, algo de sopro e de ímã, que se exerce, não diretamente sobre meu cérebro, mas sobre minhas costas (...) Eu estou sempre a menos de dois metros dele".
Na mesma carta o Pe. D'Aix descreve mais claramente "o exagero", a ampliação automática do mínimo estímulo, quando acrescenta:
"As vezes, quando o senhor M... quer que eu me incline, sinto na cintura um peso extraordinário (...), dir-se-ia que suporto um peso de 50 quilos".
CONDENADO POR HIPERESTÉSICO - Um caso interessantíssimo é o de Ludwig Kahn:
Havia sido condenado pelo tribunal de Karlsrube, acusado de atribuir-se dolosamente um Dom de "lucidez". Ludwicg Kahn para reabilitar-se, recorreu ao Dr. Schottelius pedindo que o submetesse a quantas provas e as mais rigorosas que quisesse para comprovar a veracidade do seu Dom de "leitor do pensamento".
Schottelius colocou Kahn no vestíbulo e ele próprio fechou-se no seu gabinete. Escreveu diferentes frases em três papéis. Depois os dobrou "em oito" e apertou um dos papéis na mão direita bem fechada, outro papel na esquerda e o terceiro deixou-o bem à vista diante de si sobre a mesa.
Mandou então que trouxesse Kahn. E este, a metro e meio do professor, levantou os olhos ao teto e logo disse as frases que estavam escritas nos papéis.
Outras experiências semelhantes foram realizadas pelo Dr. Schottelius, assim como já antes as tinham realizado outros doutores eminentes chegando, como ele, à conclusão de que o fenômeno de "visão sem a ajuda dos olhos corporais" (em frase de Schottelius) é incontestável... Algumas vezes!
Além dos médicos, também os parapsicólogos observaram Kahn em condições rigorosas de experimentação. Depois de umas experiências de orientação, de sondagem, que começaram em Paris em 1925 no Instituto Metapsíquico Internacional (IMI), prestigiadíssimo até hoje, realizaram experiências tanto mais rigorosas quanto mais assombrosos pareciam aos investigadores os êxitos de Kahn. Mas ao fim tiveram que reconhecer "que estamos perante um fenômeno limpo e irrefutável", segundo a expressão do diretor do Instituto, um dos melhores parapsicólogos da história, Dr. Eugêne Osty.
Mas as experiências do Instituto Metapsíquico Internacional terminaram de chofre porque de novo em 1931, um tribunal de Paris condenou Kahn como falsário. O tribunal não podia admitir tal capacidade humana de conhecimento...
Não queremos dizer com isto que Kahn nunca fraudasse. Quem nunca frauda não é psíquico. Não é sensitivo quem domina seu inconsciente até tal ponto que não se veja impelido a fraudar, ao menos inconscientemente, quando o fenômeno que se espera não sai autêntico. O que afirmamos é que muitas das experiências realizadas por ele foram muito bem conduzidas para evitar toda a fraude. O fenômeno em muitas ocasiões é incontestável para qualquer pessoa que conheça as experiências realizadas.
Em todas essas experiências e outras que se poderiam citar, trata-se evidentemente de percepção hiperestésica dos sinais inconscientes emitidos pelo pensante: diríamos cumberlandismo, mas sem contato. Algumas pessoas facilmente podem pensar que se trate de telepatia, como pensara Schottelius e muitos que observaram Kahn, sem refletirem, entre outros vários detalhes, em que era necessária a presença do experimentador que tinha escrito a frase ou feito o desenho. Com a ausência dele, nada sucedia. O fenômeno era, pois, sensorial; era o que chamamos Hiperestesia Indireta do Pensamento (HIP).
CRIANÇAS PRODIGIOSAS - Os casos que vamos citar talvez não sejam mais importantes que outros. Mas os casos que citamos têm a vantagem de terem sido muito bem investigados. Aliás, por tratar-se de crianças ingênuas, atrasadas mentais, prestam-se menos a uma explicação por fraude...
Muito conhecida se fez a menina Ilga K. de Trapene (Letônia). De pais sadios teve um desenvolvimento físico normal, mas intelectualmente ficou muito retardada. Aos oito anos tinha o linguajar de uma criança de dois. Nunca conseguiu aprender a ler nem calcular. Não passou do conhecimento isolado das letras e dos algarismos. Pois bem, aos nove anos, apesar de ser incapaz de ler e calcular, quando se concentrava, Ilga lia qualquer parágrafo em qualquer língua incluindo Latim e Grego antigo; resolvia problemas matemáticos, contanto que alguém (principalmente sua mãe) os tivesse em sua presença, lendo mentalmente o mesmo paragrafo ou pensando na solução do problema. Discutia com professores universitários sobre qualquer tema: "sabia" (sem compreender nada) ; tanta matemática quanto os professores de ciencias exatas; discutia com os catedráticos de medicina...(captava por HIP, a resposta dos próprios pesquisadores). Numa ocasião, em vez de 42 Ilga disse 12, mas se perguntou à mãe e comprovou-se que a mãe tinha confundido o número 4 com o 1, pela maneira como estava escrito.
A menina não "lia" o papel mas apenas sentia o que a mãe lia. Um médico do lugar, o radiologista Dr. Kleinberger, comprovou o caso e avisou ao Dr. Neureiter, professor de Medicina Legal na Universidade de Riga. Ilga foi examinada também por especialistas como os Drs. Rochacker e Menshing (de Bonn), Dubicshff (de Berlim), etc.
Investigações sucessivas, rigorosas, continuadas; de especialistas de vários países demonstraram que se tratava de um caso de manifestação de HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento-
Segundo as atas das experiências, alguma vez se realizaram estas estando a mãe e a filha separadas por uma porta fechada. Mesmo com a porta fechada, é possível a hiperestesia em bons sensitivos. A porta fechada não pode impedir que, pelos interstícios, cheguem ao sensitivo certos sinais como os sons emitidos pelas cordas vocais, o movimento do ar, os reflexos de luz, etc.
Após as experiências de Neureiter e a publicação do seu livro a respeito, foi nomeada pelo Ministério de Instrução Pública uma primeira comissão sob a presidência do Dr. Dale, diretor do Laboratório de Psicologia Experimental da Universidade de Riga, comissão que incluía psiquiatras, psicólogos, físicos, especialistas em Fonética, em Pedagogia para surdos-mudos, etc.
Além disso, a menina ficou durante 11 meses sob a observação de uma especialista em Psicologia e Pedagogia. Os resultados das investigações da comissão foram publicados pelo Dr. Hans Bender do laboratório de Parapsicologia da Universidade de Friburgo.
A conclusão da comissão parece-nos acertadíssima: "não se trata de telepatia, a não ser de maneira episódica". Trata-se de Hiperestesia Indireta do Pensamento, especialmente de natureza auditiva: Ilga percebia os "cochichos involuntários" da mãe, para expressar-me pelos mesmos termos dos investigadores; "cochichos" que passavam imperceptíveis às testemunhas, por não serem sensitivas.
Por ser hiperestesia preferentemente auditiva, se explica que pudesse captar o que lia ou pensava a mãe, apesar de esta estar detrás de um cortina ou detrás de uma porta, mas não percebia nada se a mãe ficava dentro do estrito isolamento da sala de transmissão da emissora radiofônica de Riga, apesar de que Ilga via a mãe através dos vidros. Nesta ocasião, a menina (retardada mental) gritou à mãe: "não ouço nada!".
"Os lábios da mulher... moviam-se simultaneamente com as expressões da menina", mas ninguém, exceto a sensitiva Ilga, podia ouvir nada absolutamente, além de que às vezes, como expressamente se diz nas atas, a menina dizia a palavra antes de que os lábios da mãe se mexessem. A comissão, aliás, fez que durante algumas experiências se gravassem em discos os sons ao mesmo tempo em que máquinas cinematográficas iam filmando todos os movimentos, comprovando desta maneira que nem sempre houve movimento dos lábios da mãe, antes nem ao tempo da menina dizer o que a mãe pensava. Nestas ocasiões, como comprovou uma Segunda Comissão de especialistas lituanos, o "cochicho" da mãe era interno, nas cordas vocais e demais "órgãos motrizes da linguagem" internos.
Uma outra anotação interessa-nos nesse caso. É que, como já noutra ocasião temos indicado, os sensitivos o são porque podem manifestar no consciente o que todos captamos só inconscientemente. Referindo-nos ao caso concreto da menina Ilga, a sua audição consciente era absolutamente normal, como demonstraram vários testes auditivos.
As Academias de Medicina de Paris e Angers estudaram o caso de Ludovico, caso idêntico ao de Ilga. Muitas revistas de Medicina e Psicologia, dentro e fora da França, ocuparam-se do caso. O Dr. Fargues publicou um relatório interessantíssimo a esse respeito.
Esta qualidade, porém, punha Ludovico em circunstâncias difíceis para a vida. Quando sua mãe procurou ensiná-lo a ler, compreendeu que era impossível. "Adivinhando", o menino não exercitava nem o juízo nem a memória. Alarmada a família teve de separar Ludovico da mãe para que pudesse receber uma educação normal. Na ausência da mãe o menino deixou de destacar-se como "adivinho".
Se fosse telepatia, como afirma a maioria sem profundos conhecimentos de Parapsicologia, o fenômeno se produziria exatamente igual na ausência da mãe, pois no conceito de telepatia se inclui que o fenômeno prescinde da distância. É a hiperestesia a que requer, evidentemente, a presença do "transmissor". Aliás, a telepatia não se pode provocar à vontade, menos ainda com a pasmosa regularidade com que Ludovico captava as idéias da mãe.
Também se fez muito famosos o menino Bo, de onze anos, retardado mental. A mãe, precisamente pelo pouco proveito que o menino tirava na escola, dava-lhe aulas em casa. E descobriu que Bo dizia espontaneamente para ela palavras, números, coisas que ela só tinha pensado. Bo, que era incapaz de desenhar um quadro ou de repetir uma das frases que no teste de Binet se marcam para menores de cinco anos, era capaz, porém, de resolver qualquer problema, dar qualquer resposta, por difícil que ela fosse, se a solução era conhecida pela mãe.
O Dr. Drake, do Wesleyan College, de Georgia, estudou o caso e fez experiências com o menino. Mais uma vez, não se tratava de telepatia, como pensou o Dr. Drake. A telepatia, extra-sensorial, não precisa da presença do agente. Dizem expressamente as atas:
"Era capaz de dar respostas maravilhosas sempre que estas estivessem na mente da mãe, mas não podia fazer absolutamente nada se ela o deixava sozinho" ou "o menino não pode ler se alguém não está sentado perto dele olhando o livro. Então lê bem, mas, se o deixam sozinho não pode".
Captam-se, pois, sinais sensoriais. É um caso de Hiperestesia Indireta do Pensamento, HIP.
Acerta, pois, plenamente quem foi meu professor, Fernando Maria Palmés, S.J., quando, referindo-se precisamente ao caso do menino Ludovico, escreve: "Os fatos aduzidos se diferenciam do Cumberlandismo propriamente tal, em que (...) falta o contato muscular. As impressões correspondentes aos fenômenos mentais transmitidos, seriam sinais acústicos ou visuais. Pode-se também recorrer à percepção tátil das distintas emissões de ar produzidas inconscientemente pelos órgãos fonéticos do transmissor (...) Tudo isto parece a explicação mais lógica nos casos em que o receptor está a curta distância do transmissor".
A regularidade com que o menino Ludovico, ou Bo, ou Ilga captavam o pensamento da mãe e a quase absoluta ausência de adivinhações com respeito a outras pessoas, explica-se muito bem por poucas noções que se tenham de Reflexologia. Os meninos, por afetividade, ou treino natural, tinham-se condicionado aos sinais reflexos característicos dentro da individualidade da mãe. Ora, o inconsciente tem, ou pode alcançar, uma grande delicadeza para diferenciar os diversos estímulos. Pavlov conseguiu condicionar uns cachorros para um "sinal condicionado" de 250 vibrações. Os sons imediatamente superiores e inferiores, não constituíam sinal para os reflexos condicionados, apesar de parecerem ao nosso consciente absolutamente indiferenciáveis.
A assombrosa capacidade de diferenciação de estímulos ou sinais condicionados de que o inconsciente é capaz é, por si mesma, uma grande hiperestesia, como já mostramos nos dois artigos anteriores.
Outros sensitivos, porém, não se condicionam tão especificamente às características individuais, mas apenas captam os sinais comuns de toda a espécie humana ou de quase todos os homens, não só os de uma única pessoa. Os cachorros de Pavlov, em geral eram condicionados mediante luzes ou qualquer som de apito ou de campainha sem que distinguissem os diversos matizes do som ou voltagem da luz.
O MECANISMO DE CAPTAÇÃO DE SINAIS - Sabe-se que há certas emissões de sinais correspondentes aos atos internos, embora seja difícil determinar em cada caso quantos e de que tipo são os reflexos fisiológicos externos, os sinais emitidos.
Sabe-se também que o homem capta esses mínimos sinais ou reflexos fisiológicos externos correspondentes ao pensamento de outra pessoa presente, pois o homem é hiperestésico ao menos no inconsciente.
A HIP é a captação e interpretação, geralmente inconsciente, desses sinais. Nos sensitivos essa interpretação passa ao consciente sem que, geralmente, saiba donde veio essa adivinhação, pelo que freqüentemente o fenômeno foi interpretado supersticiosamente.
O Dr. Calligaris, professor de Neurologia na Universidade de Roma, em numerosas passagens de um dos seus livros, afirma, após numerosas experiências, que o "reflexo fisiológico das idéias passa às pessoas presentes como por ressonância ou consonância". A idéia, sentimento, etc., não só tem repercussão fisiológica em determinadas e mínimas "áreas" ou "campos" cutâneos dessa mesma pessoa, senão que a mesma repercussão experimentam por ressonância as "áreas" ou "campos" correspondentes das pessoas presentes.
Com certas técnicas pode-se aumentar essa repercussão fisiológica
Essa ressonância ou repercussão seria em definitivo o que nós chamamos hiperestesia, percepção inconsciente dos sinais. Uma hiperestesia cutânea, acrescentando-se à hiperestesia visual, auditiva... Por muitos caminhos o reflexo fisiológico do pensamento de outra pessoa passa a nós ou às pessoas presentes.
E como tais reflexos se identificam com o pensamento, como pensamento e reflexo são apenas dois aspectos diferentes de um só fenômeno, compreender-se-á que, se inconscientemente são reproduzidos em nós esses reflexos fisiológicos de outra pessoa, também teremos captado inconscientemente o pensamento.
Se com técnicas especiais, ou pelo treino espontâneo ou provocado, ou em circunstâncias especiais esta ressonância é aumentada em certas pessoas, compreender-se-á que, nessas pessoas, o que só era adivinhação inconsciente possa fazer-se consciente. Nos sensitivos este exagero, esta passagem do inconsciente ao consciente, é mais freqüente ou até quase regular.
FREQÜÊNCIA - Em primeiro lugar deve-se destacar que HIP é muito mais freqüente que a telepatia ou qualquer outro fenômeno paranormal, extra-sensorial. Já Puységur, um dos primeiros investigadores do hipnotismo, advertia os hipnotizadores contra o erro de considerar como telepatia muitos atos que não o são, tanto que chegou Puységur a afirmar expressamente que "era erro pensar que, por meio de um sonâmbulo (hipnotizado) clarividente se pudesse adivinhar o pensamento de uma pessoa ausente, pois o único que se obtinha em tais ocasiões era inspirado inconscientemente pelo próprio observador".
Uma experiência fácil, inspirada no livro do parapsicólogo Pe. Júlio Maria ("Os segredos do Espiritismo"). Com excelentes reflexões contra o Espiritismo, a experiência tem comprovado inúmeras vezes que HIP é mais fácil e freqüente que a telepatia. Os leitores podem repetir a experiência com facilidade.
Se a um adivinho, médium, radiestesista etc., se apresenta uma série de envelopes, não é impossível que alguma vez o adivinho seja capaz de dizer o conteúdo de algum desses envelopes. Mas se não fomos nós mesmos que escrevemos as frases dos envelopes, mas um amigo que no-las enviou por correio (e isto é mais seguro do que a entrega pessoal para se evitar toda a hiperestesia inconsciente em nós), comprovaremos que só rarissimamente, em proporção enormemente menor e só muito bom adivinho será capaz de dizer-nos o conteúdo do envelope.
Esta experiência, ou semelhantes, provam perfeitamente que no primeiro caso, i. é, quando a consulta é feita pela própria pessoa que escreveu, é mais fácil acertar, por tratar-se de Hiperestesia Indireta do Pensamento. Mas no segundo caso onde não pode haver sinais inconscientes, os acertos são mais difíceis e raros por tratar-se de telepatia ou conhecimento extra-sensorial.
Muitas vezes é o espectador que se trai a si mesmo, ao consultar a um adivinho, ou nas sessões mediúnicas, ou... O médium ou adivinho não sabe mais do que aquilo que o consulente lhe diz na linguagem dos sinais inconscientes e involuntários. O estado de transe do médium, ou de delírio, narcotismo, histeria em que entram natural ou artificialmente muitos adivinhos, ajuda evidentemente à hiperestesia. Por outra parte, a corrente de certas sessões espíritas favorece a hiperestesia do pensamento de tipo cumberlandismo. Cumberlandismo e HIP em geral, combinados, podem, é claro, chegar a limites insuspeitos em pessoas especialmente "dotadas" e especialmente treinadas.
E o resultado, pode ser só o de confirmar o consulente na sua idéia talvez errada. Já no seu tempo dizia Richet: "Se eu conheço a palavra Margarida que o médium deve dizer, e mormente se o médium tem dúvidas, eu lhe fornecerei, muito ingenuamente, as indicações que precisar, retificarei seus erros, serei seu cúmplice involuntário..."
E há outro perigo. O adivinho simplesmente revela os pensamentos, os temores dos consulentes. Um consulente, por exemplo, pode estar com medo infundado de estar doente do fígado. O adivinho pode confirma-lo no erro, com perigosas conseqüências.
A MAL CHAMADA CRIPTOSCOPIA - Criptoscopia, com propriedade de linguagem só pode tomar-se em sentido fisiológico. Criptoscopia fisiológica seria a visão verdadeira através dos corpos opacos: visão autêntica, ocular, impressão retiniana por qualquer tipo de raios luminosos, ou outros desconhecidos como queriam alguns metapsíquicos (nome dado aos antigos parapsicólogos).
Não seria criptoscopia propriamente a visão alucinatória por adivinhação.
Criptoscopia, fisiológica, para os especialistas em Parapsicologia, é só um aspecto da hiperestesia direta estudada no 1º artigo desta série. Visão retiniana através dos corpos relativamente opacos, opacos só para as pessoas normais, não verdadeiramente opacos para os sensitivos.
Alguns metapsíquicos, porém, acreditaram que havia verdadeira visão através de corpos verdadeiramente opacos! Tal criptoscopia neste sentido estrito, não tem base nenhuma científica. É por isto que escrevemos no título: "A mal chamada criptoscopia".
Tratando de demonstrar a visão através dos corpos opacos, por erro nas condições de experimentação fizeram-se muitas e magníficas experiências de Hiperestesia Indireta do Pensamento, isto é, de captação do pensamento de outra pessoa por meio de sinais inconscientes por ela emitidos, HIP. Nas experiências estava presente a pessoa que sabia o que havia sob o objeto opaco...
Grande fama alcançaram as magníficas experiências na Rússia com Sofia Alexandrovna. Foram dirigidas pelo Dr. Chowrin, diretor do Asilo de Alienados, de Tambow.
Com a ajuda de diversos colegas da Sociedade Médica de Tambow, o Dr. Chowrin tomou precauções, engenhosíssimas, para pôr-se a resguardo das fraudes assombrosas a que irresponsavelmente pode chegar uma histérica.
Escreveram-se cartas em caracteres tão finos que não se podiam distinguir senão com uma lupa. As cartas eram postas em envelopes, que, uma vez fechados, eram pintados com anilina preta para fazê-los mais opacos. Algumas vezes meteram-se também nos envelopes papéis fotográficos sensíveis para descobrir se por acaso os envelopes eram abertos furtivamente. Não obstante todas as precauções a doente descreveu o conteúdo das cartas em experiências repetidas umas quarenta vezes.
Os investigadores concluíram que a doente lia as cartas através dos envelopes opacizados pela anilina e através dos papéis fotográficos... Em primeiro lugar estas experiências caíram também no defeito fundamental de estarem presentes à prova as mesmas pessoas que escreveram e leram as cartas. Isto bastaria para explicar o fenômeno: HIP.
Mas nas atas das experiências temos argumentos que apoiam a explicação por Hiperestesia Indireta do Pensamento. Com efeito, não se podia supor visão através dos corpos opacos, porque Sofia Alexandrovna não olhava para os envelopes, como expressamente se afirma numa experiência que dirigiam os Drs. Troitzki e Speransk.
Outro dado muito significativo: se não sempre, ao menos freqüentemente não se "lia" o texto mesmo da carta; descreviam-se as imagens correspondentes.
Por exemplo, numa carta escrita pelo Dr. Andreoff dizia-se: "No deserto da Arábia erguem-se três palmeiras, entre as quais flui um manancial murmurante". Alexandrovna diz: "Um grande espaço. É um areal branco como a neve, mas não é neve. Três árvores muito altas, nunca vi nada semelhante. Poucas folhas, folhas compridas. Um manancial, cujo murmúrio ouve-se claramente".
"Ouve-se". É a alucinação típica provocada reflexamente pelos sinais captados inconscientemente, por HIP. Não se leu a carta: captaram-se as idéias ou imagens.
Noutra experiência tinha-se escrito: "Sofia Alexandrovna está na sua cama e olha para a parede". A doente diz sem olhar para a carta: "Enxergo uma cama, sou eu que estou na minha cama, com fitas atadas ao queixo".
Não se lia a carta por criptoscopia. Captava-se o pensamento dos assistentes: "É você tal como está na cama..."
Que não se trata de telepatia ou clarividência paranormais, extrasensoriais, é claro, entre outras razões porque não se precisaria a presença dos experimentadores ou da carta.
A explicação por HIP supõe que a doente seja hiperestésica. Era-o em grau sumo. Como temos descritos a propósito de alguns cegos, também Sofia Alexandrovna distinguia as cores pelo tato (DOP = "Dermo-Optical Perception"). Pelo tato (ou pelo olfato, etc.) distinguia também os sabores.
Os investigadores de Tambow enchiam garrafas com soluções de soda, de cloreto de sódio, de cloridrato de quinina, de sulfato de zinco... Depois umedeciam pequenos fragmentos de papel numa destas soluções.
Alexandrovna em contato com os papéis, sentia imediatamente o gosto do sal, do ácido, do adstringente ou do amargo.
Tomaram aqui a precaução de que umedecesse o papel alguém que depois não assistiria à prova com Sofia Alexandrovna. Os investigadores, pois, não sabiam qual solução era a empregada. Esta precaução não a tomaram nas experiências com cartas. Por que? Não seria porque se estava ausente o conhecedor do escrito, a experiência fracassava? Mas, diante dos papéis impregnados, a sensitiva não precisava de sinais inconscientes dos assistentes; bastava a hiperestesia direta (HD) do olfato, do gosto ou do tato sobre os objetos.
Sendo a doente extraordinária hiperestésica, como demonstram estas últimas experiências com papéis impregnados, não será de estranhar que, por hiperestesia dos sinais inconscientes, captasse indiretamente os pensamentos dos assistentes. As experiências de Tambow, como se vê, não provam a criptoscopia, isto é, visão retiniana através dos corpos opacos (supondo que fossem verdadeiramente opacos os materiais empregados). Menos ainda provam a clarividência ou telepatia parapsicológica, extra-sensorial. São, porém, de alto valor em prol, uma vez mais, da HIP.
Dentro do âmbito da hipnose, são muitas as considerações práticas que se podem tirar do que temos exposto sobre HIP. Entre estas está, repetimos, a do perigo que podem ter sugestões só pensadas pelo hipnotizador e não manifestadas. Pacientes muito sensitivos ou treinados podem captá-las por HIP. Como aquelas sugestões não foram dadas expressamente, se o hipnotizador não as retira, em certos casos podem depois trazer complicações.
Já em 1784, Puységur descobria que com um dos seus pacientes não tinha necessidade de falar para dar as sugestões "magnéticas" (hipnóticas, diríamos hoje).
"Eu pensava, simplesmente, na sua presença e ele me compreendia e me respondia... Quando ele se mostrava disposto a dizer mais do que eu julgava prudente deixar entender, eu, só com o pensamento, interrompia imediatamente suas idéias cortando as frases no meio de uma palavra e modificava completamente seu curso".
Por não suspeitarem da HIP, muitos investigadores tiraram conseqüências infundadas nas suas experiências com hipnotizados. Assim, por exemplo: quiseram provar a frenologia servindo-se das manifestações de pessoas submetidas à hipnose. Diziam: se estimulados uma determinada zona do crânio e o hipnotizado reage segundo o sentimento corresponde à zona frenológica excitada, isto prova evidentemente que a frenologia está certa quando diz que "Cada sentimento... tem uma sé no crânio e o estímulo destas zonas provoca o sentimento". Não poderia ser fingimento por parte do hipnotizado, porque como poderia um hipnotizado "analfabeto" saber qual o sentimento que se deve excitar nesta ou naquela zona?
Este raciocínio, errado, vem já dos primeiros estudiosos do hipnotismo. Assim Braid acreditava demonstrar a frenologia com a seguinte observação:
Um paciente quando se lhe estimulou a zona da cordialidade e o afeto, abraçava o médico; ao ter estimulado o órgão da combatividade no lado contrário da cabeça, com o braço correspondente golpeou dois cavalheiros que imaginou que iam agredi-lo, de tal forma que quase deixou um deles estendido no chão; enquanto isso, com o outro braço continuava a abraçar o médico da maneira mais afetuosa.
E assim com outras zonas.
Mas o argumento não serve: o hipnotizado pode por HIP adivinhar as idéias preferidas do experimentador e acomodar-se a elas nas manifestações.
Ainda dentro do âmbito da hipnose. A mesma falha de argumentação têm cometido muitíssimos investigadores. Alguns experimentadores querem provar suas teorias sobre o hipnotismo baseando-se nas descrições de hipnotizados incultíssimos nas teorias hipnóticas. Outros experimentadores provam teorias diferentes, aduzindo este mesmo argumento das descrições dos hipnotizados incultos...
No entanto, pode ser que os hipnotizados, apesar de não saberem nada de hipnose teórica, captem, por HIP as teorias preferidas do mesmo hipnotizador...
Um dos erros mais lamentáveis e freqüentes é o daqueles que procuram provar uma regressão da idade até o óvulo fecundado e inclusive até o espermatozóide... Dizem: como poderia o hipnotizado, sendo inculto, descrever perfeitamente o espermatozóide, a evolução do óvulo, etc? O hipnotizado não o sabia, mas aí está o médico hipnotizador que o sabe, e o hipnotizado o confirma nas suas idéias mesmo que estejam tão equivocadas como essas. Pe. Oscar G. Quevedo S.J.
5.1.5 Pantomnésia
A MEMÓRIA DO INCONSCIENTE
Um sonho revelador - O filósofo Delboeuf sonhou que no pátio da casa encontrara duas lagartixas enterradas na neve e rígidas pelo frio. Tomou-as, aqueceu-as nas mãos e colocou-as numa greta do muro. Depois colocou ao lado delas umas ervas que lá cresciam. Ainda em sonho pronunciou o nome da planta: "Asplenium ruta muralis" (sic). O nome se lhe apresentou como algo familiar.
Delboeuf não se lembrava de quase nenhum dos nomes técnicos das plantas apreendidos na época de estudante. Como, pois era possível aquele conhecimento técnico? Após 16 anos encontrou casualmente a explicação: em casa de um amigo encontrou um pequeno álbum de flores secas, no qual estava escrito, por seu próprio punho: "Asplenium ruta muraria". O mesmo Delboeuf o escrevera muito tempo antes, depois de consultar um botânico. Delboeuf já nem se lembrava de que sua irmã presenteara aquele álbum ao amigo. Única variante: "muraria" por "muralis".
Casos semelhantes são bastante freqüentes. Isto nos prova, evidentemente, que se guardam no nosso psiquismo antigas lembranças que o consciente já esquecera completamente. Surge, pois, a pergunta: até que ponto chega a memória do inconsciente? As respostas as daremos por partes.
ÉPOCA INFANTIL - Um primeiro passo importante é, sem dúvida, constatar que o nosso inconsciente lembra coisas que conhecemos quando ainda não tínhamos uso da razão. Este fato tem-se comprovado inúmeras vezes.
O Dr. Maury, por exemplo, uma noite sonhou que era menino e que vivia num povoado de Trilport. Lá imaginou ver um homem fardado que dizia chamar-se ... "fulano". Maury gostava de analisar seus sonhos. Embora não tivesse a menor idéia daquele homem nem daquele povoado, onde pensava não ter vivido nunca, havia no sonho uma vaga sensação de "já visto". ("Déjà vu", em francês, foi adotado em Parapsicologia como nome técnico deste freqüentíssimo fenômeno). Passado algum tempo encontrou-se com a antiga ama seca. A aia disse-lhe que sendo ele muito criança foram à mencionada localidade, onde o pai devia construir uma ponte, e que havia lá um policial com o mesmo nome que lembrara no sonho.
Foi essa uma impressão de "déjà vu" que, contra toda verossimilhança, se confirmou.
Mais ainda, tem-se comprovado também que a lembrança pode-se referir inclusive àquelas sensações que se tiveram quando criança de colo!
Rignano, p. ex., cita no seu "ensayo de síntesis científica" o seguinte caso:
Um jovem, ao chegar a um lugar "onde nunca estivera", conhecia tudo perfeitamente. Impressionado, pesquisou, descobrindo que quando criança de poucos meses fora levado para aquele lugar pela ama.
O inconsciente arquivara todos os detalhes. Agora, em presença do lugar, a lembrança brotou.
Uma família estava confusa pelo acontecido com uma das filhas. Procuraram-me até um tanto angustiados, e para livrá-las da angústia é que decidi fazer umas averiguações.
Trata-se de uma jovem de 16 anos. Um dia fora a um grupo escolar e percebera que "já o conhecia", apesar de nunca ter estado nele! As professoras do centro, impressionadas pelo fato, fizeram naquele mesmo momento algumas experiências e, com efeito, a jovem descrevia as salas antes de abrirem-se as portas. Só uma falha: disse que uma sala era o gabinete da diretora e, na realidade, o aposento era de uso da encarregada da limpeza. Os familiares da jovem estavam angustiados, porque alguns espíritas tinham-lhes dito que isso era prova evidente (!) de que a menina tinha estado naquele colégio numa reencarnação (?!) anterior, doutrina que eles, como católicos, não podiam admitir.
As averiguações que realizei comprovaram, em primeiro lugar, que só durante o primeiro ano de funcionamento do grupo escolar aquele quarto que a jovem designava como gabinete da diretora o fora de fato. Atualmente nenhuma das professoras do colégio sabia disto, pois todas eram mais recentes na casa. E foi precisamente naquele ano da inauguração que uma tia da jovem esteve visitando o grupo levando-a no colo, então uma criancinha de um ano de idade.
Têm-se feito algumas experiências de ler para um menino, às vezes mesmo de poucos dias, um longo parágrafo de um livro, e passados vários anos, fazer-lhe repetir, em hipnose, o mesmo parágrafo que só uma vez ouviu, e que nem mesmo era capaz de entender. O inconsciente, até de criancinha, é um ótimo "gravador".
LEMBRA-SE ATÉ DO "NÃO-PERCEBIDO" - É um passo a mais para compreendermos até onde chega a memória do inconsciente.
Muitos são os aspectos e casos que se poderiam analisar sobre a lembrança do "não-percebido". Com efeito, como vimos, o inconsciente lembra-se do que só ouviu em tenra idade. É um tipo de "não percebido", já que as criancinhas "não prestam atenção". São freqüentes os casos de lembrar-se do que se ouviu completamente distraído; eis outro tipo do que chamamos "não-percebido". Podemos lembrar-nos até daquilo que jamais poderia perceber o consciente, lembrança de sensações hiperestésicas e certamente inconscientes como veremos neste e no próximo artigo.
Agora queremos frisar outro aspecto do "não-percebido"; possivelmente não existe algum estado de tal "desmemorização" que possa inclusive atingir o inconsciente. O exemplo típico é dado por Charcot numa das suas famosíssimas aulas na Salpêtrière:
Uma doente, depois de violenta crise provocada por uma emoção, esquece tudo, desde um mês antes da crise (amnésia retrógrada), e depois não pode fixar nada nem guardar nenhuma lembrança (amnésia atual).
Charcot, o célebre investigador do hipnotismo em doentes, analisa assim o caso em aula:
"Na realidade, os fatos que ela esquece tão rapidamente no estado de vigília, e que não pode fazer aparecer no seu consciente estavam verdadeiramente registrados (pelo inconsciente). A prova é que, espontaneamente, ela conseguiu lembrá-los de noite, no sonho. Mandamos que fosse observada por dois vizinhos de cama e comprovamos assim que ela freqüentemente sonha alto e que nos seus sonhos faz, às vezes, alusão aos acontecimentos... que é incapaz de fazer reviver no estado de vigília".
"Mas a prova de que o inconsciente se lembra de tudo está, especialmente, no fato seguinte: esta mulher que conseguimos hipnotizar, encontra durante a hipnose, todos os fatos sucedidos até o presente momento, e todas as lembranças revivem associadas, sistematizadas, de modo que formam uma trama contínua e como que um segundo eu, que contrasta estranhamente como o eu oficial do qual todos conheceis a amnésia profunda".
APRENDIZADO IMEDIATO DE COISAS COMPLEXAS - Entre os casos espontâneos é clássico o referido por Michée e citado por muitos autores:
Um jovem açougueiro, num acesso de mania, recitava páginas inteiras da "Fedra" de Racine. Curado da sua mania, por mais esforços que fizesse, não conseguia recordar-se de um verso sequer. Declarou ter ouvido uma só vez a leitura dessa tragédia, quando pequeno.
Poucas coisas são tão complexas quanto as línguas. O próximo artigo leva como subtítulo. "O inconsciente, a melhor escola de línguas". É por isso que não nos deteremos agora no tema da complexidade dos dados que pode arquivar o inconsciente.
EXTENSÃO QUALITATIVA - Mede-se a memória não só pelo tempo durante o qual retém os dados aprendidos (extensão temporal, de que logo falaremos), nem tão pouco só pela quantidade de dados que é capaz de armazenar (extensão quantitativa ou complexidade, à qual acabamos de aludir); mede-se também pela riqueza de detalhes que chega a conservar. Isto vem a ser a extensão qualitativa.
Em matéria de detalhes, isto é, no aspecto qualitativo, o inconsciente chega a limites insuspeitos.
Desde Bottley, são relativamente freqüentes na hipnose experiências como a seguinte:
"Coloca-se sob os olhos do sonâmbulo (hipnose profunda) uma série de folhas de papel superpostas e ordena-se que escreva (psicografia) à medida que se vai ditando. Após ter escrito algumas linhas sobre a primeira folha, esta é retirada subitamente, e ele prossegue escrevendo a Segunda folha. Opera-se da mesma forma com a terceira, depois com a quarta folha, etc., ficando escritas sobre cada uma delas apenas algumas linhas. Finalmente, ordenando-lhe que releia em voz alta tudo o que escreveu e que coloque a pontuação nos lugares necessários, ele pode executar tudo isto com extraordinária exatidão, não omitindo nenhuma palavra e fazendo as correções nos exatos devidos lugares das folhas retiradas". Sobre a folha em branco!
O fenômeno pode ser reproduzido aproveitando-se outros estados de inconsciência, diferentes da hipnose, como, p. ex. o sonambulismo espontâneo, durante o sono natural.
O Arcebispo de Bordeaux, colaborador no artigo "Sonambulisme" da "Encyclopedie Française", refere o seguinte caso:
Um jovem sacerdote, durante o sono levantava-se sonâmbulo para escrever sermões e compor música. O Arcebispo acompanhou o sonâmbulo várias noites seguidas. Com precisão matemática, o jovem, de olhos fechados, apanhava todo o material necessário. Quando compunha música, traçava primeiro as pautas com uma régua. As notas e o texto eram perfeitos, e, se havia erros, ao "reler", corrigia-os nos lugares correspondentes. Os sermões, lia-os em voz alta do começo ao fim com os olhos fechados! Corrigia as passagens de que não gostava. O Arcebispo, suspeitando que o sonâmbulo talvez enxergasse através das pálpebras fechadas, interpôs obstáculos, como folhas de papelão diante do sonâmbulo, quando este "lia". O padre continuava lendo calmamente, imperturbável. Outras vezes o Arcebispo substituía as folhas escritas por outras folhas de igual formato, peso, etc., e o padre "lia" sobre as folhas em branco o que estava traçado nas outras. Também corrigia nas páginas em branco os erros ou frases menos felizes, sobre os lugares exatos correspondentes aos das outras folhas.
Como se vê por estas manifestações, a minuciosidade da memória do inconsciente é assombrosa.
A memória reproduz, com extraordinária precisão, cenas e pormenores que, em estado de vigília, estão completamente esquecidos ou jamais fixados.
O TEMPO NA MEMÓRIA INCONSCIENTE - Eis outro fator de grande importância. Três aspectos que na realidade se interpenetram podem ser aqui considerados:
1) ATÉ QUE IDADE ANTERIOR PODEM RETROCEDER NOSSAS LEMBRANÇAS? - Já apontamos alguns casos de memória de fatos acontecidos antes do uso da razão e inclusive na primeira infância. Tais casos são relativamente freqüentes.
Mais ainda: um tipo de experiência é apresentado sob o aspecto e denominação de "regressão" na idade. O hipnotizado é levado pela força da sugestão a anos passados, reproduzindo então critérios, gestos, linguagem, ocupações ou jogos próprios da idade sugerida.
Alguns autores que não tem considerado suficientemente o assunto defendem a "regressão" a um estágio uterino anterior à mielinização, ou, inclusive, pré-uterino. Os melhores especialistas evidentemente contestam esse fato. Tais "regressões" são puramente fictícias. O paciente, submetido a sugestão, é capaz de criar magníficas fantasias. É verdade que, em alguns casos, o inconsciente poderá revelar fatos ocultos, e que depois se comprova corresponderem a épocas de pré-mielinização ou pré-uterinas sugeridas. Não se trataria nestes casos de autêntica lembrança do inconsciente, mas apenas, em última análise, de conhecimento atual paranormal, extrasensorial. Geralmente será mera projeção ao passado de conhecimentos atuais conscientes ou inconscientes.
Está claro que, na "regressão" hipnótica, não se trata de verdadeira regressão do tempo e que, portanto, não se pode esperar uma acomodação total da personalidade à idade sugerida como esperavam alguns hipnólogos menos avisados. O inconsciente toma do seu arquivo inúmeras lembranças, para fingir a "regressão" que se lhe impõe, mas nem por isso se desprende da personalidade adulta presente!
Há pessoas que "regridem" a idades infantis, e, submetidas ao teste de Rorschach, procedem aparentemente com psicologia infantil, o que demonstra a memória do inconsciente. Mas um psicólogo experimentado descobrirá logo detalhes de madureza, o que demonstra que a regressão é só aparente.
Um homem desenhou uma árvore com traços e ingenuidades próprias da idade sugerida de seis anos, mas não omitiu as raízes, detalhe que aos seis anos de idade autêntica teria omitido.
Outro indivíduo, depois de aceitar a sugestão de que tinha quatro anos, perguntado repentinamente sobre que horas eram não conseguiu reprimir um gesto de consultar o relógio de pulso.
Esses e outros exemplos, mostram que se trata de memória... e imaginação.
Outros autores, como Samuel Butler, querem ver no instinto, animal ou humano, uma memória inconsciente herdada. Mas será que os primeiros animais e os primeiros homens não tinham instintos? Em todo o caso, o instinto, reflexos incondicionados, fatores hereditários do caráter e outros, só num sentido muito lato poderão ser chamados "memória".
2) ATÉ QUE IDADE AVANÇADA SE ARQUIVAM AS LEMBRANÇAS? - Parece que até à morte. Mais ainda; como é sabido, é precisamente nos moribundos que o inconsciente parece aflorar mais, surgindo lembranças "até dos primeiros anos de vida".
Os velhos, com freqüência, lembram até conscientemente os seus primeiros anos, a sua infância, a sua juventude, e continuamente falam deles.
São muitos os casos em que pessoas muito velhas manifestam de repente por qualquer associação inconsciente lembranças tão antigas, tão esquecidas pelo consciente, que ninguém as reconhece como lembranças, dando origem a interpretações às vezes supersticiosas.
Tornou-se clássico em Psicologia Experimental o seguinte caso:
Uma anciã, ao passar por um lugar "no qual nunca estivera", "adivinhou" de repente que naquele local tinha havido plantações de violetas. Fato surpreendente porque aquele local, edificado e central, não poderia sugerir absolutamente tais plantas anteriores. Mas a senhora, sem poder explicar o motivo, estava convencida do que afirmava. Fizeram-se averiguações e comprovou-se que de fato, mais de trinta anos antes, naquele local se tinha derrubado um edifício, tendo ficado acertado que, até nova construção, o terreno serviria para plantações de um famoso jardineiro. A senhora, porém, ignorava absolutamente esta circunstância.
O tempo encarregou-se de elucidar a questão. O marido da senhora, intrigado também, pensou muitas vezes no assunto. Um dia, quase de repente, lembrou-se de que, pouco antes de ser vendida a propriedade, ele mesmo comprara lá um ramalhete de violetas para sua esposa, então convalescente de uma doença. Só então a esposa se lembrou de que seu marido, ao dar-lhe as flores, lhe disser onde as comprara.
Ambos haviam se esquecido, mas o inconsciente "não esquece nada". Ao passarem por aquele lugar, trinta anos após, efetuou-se a associação das idéias e brotou a misteriosa lembrança.
3) POR QUANTO TEMPO O INCONSCIENTE CONSERVA AS LEMBRANÇAS? - Implicitamente esta questão está já respondida nos itens anteriores: desde a infância até a velhice parece que o tempo não afeta a memória do inconsciente.
A CORRENTE DA MEMÓRIA
Para sabermos até que ponto chega a memória é importante mais um dado. Já temos visto como as coisas acontecidas em estado consciente arquivam-se no inconsciente. Arquivam-se também no inconsciente as coisas acontecidas durante os mesmos estados de inconsciência. E a passagem de um estado a outro de inconsciência não está fechada para a memória do inconsciente. Por exemplo, o acontecido durante a inconsciência de uma crise histérica surge na hipnose. O acontecido na hipnose surge à tona, por exemplo, no desdobramento da escrita automática. O acontecido durante o sonho é lembrado, por exemplo, na alucinação quando se fixam os olhos numa bola de cristal, etc. Tudo parece indicar, pois, que a memória do inconsciente forma "uma trama contínua, ininterrupta", segundo a frase de Charcot já citada.
Eis um caso de lembrança, no sonho natural, de algo realizado na inconsciência da sugestão pós-hipnótica.
O Dr. Voisin hipnotiza um homem. Feito isto, sugere-lhe que ao acordar, em vigília, deverá assassinar uma mulher que então estava deitada num leito próximo, e sugere também que deve esquecer tudo. Acordado do sono hipnótico, sem saber por que o indivíduo dirige-se à cama que estava perto e sem hesitar apunhala um manequim de mulher, perfeitamente dissimulado.
Os magistrados, diante dos quais se realizava a experiência, não conseguiram do suposto assassino nem a confissão do crime nem a descrição do ato, nem o nome do cúmplice que o sugerira.
Era uma ação em vigília mas imediatamente esquecida por efeito da sugestão pós-hipnótica.
Três dias depois, o homem volta à Salpêtrière. Sua fisionomia mostra as marcas do sofrimento moral intenso e de insônia pertinaz. Queixa-se de ver todas as noites, assim que adormece, uma mulher que o acusa de tê-la assassinado com uma faca. Acorda sempre excitadíssimo. Rejeita o sonho como absurdo, mas conciliando novamente o sono, surge o mesmo sonho da trágica aparição. Os médicos tiveram então de explicar-lhe tudo para que o pobre homem não ficasse louco.
Bernheim, depois de fazer muitas experiências corroborando o fenômeno de que pelo hipnotismo se podem relembrar fatos que pareciam totalmente esquecidos ou nunca percebidos, passou nas suas experiências ao fenômeno de que agora tratamos. Demonstrou até a saciedade como durante a hipnose podem ser lembrados todos os fatos que em anteriores hipnoses haviam realizado, mas com a sugestão pós-hipnótica (eficaz portanto, só para o consciente) de que depois fossem esquecidas. Pede-se a um hipnotizado que descreva o que se lhe mandou esquecer e é curioso comprovar quão perfeitamente se lembra de tudo o que, quando consciente, chega a pensar que não viu nem sentiu.
A "corrente" da memória fora já amplamente confirmada por Janet.
UMAS CONCLUSÕES PRÁTICAS - A sugestão pós-hipnótica para esquecimento não é eficaz no inconsciente. Sugestões pós-hipnóticas de esquecimento, por exemplo, de traumas para cura de psiconeurose, muitas vezes não corresponderão ao método mais indicado, pois, passado algum tempo, por efeito de associações ou certas contradições espontâneas, o trauma "esquecido" pode surgir de novo à tona.
Não se deve pensar, outrossim, que certas sugestões até ridículas, não são perigosas pelo simples fato de que depois se dão sugestões pós-hipnóticas de esquecimento. É este um dos perigos da hipnose de palco.
PANTOMNÉSIA OU HIPEREMNÉSIA? - Se somos pantomnésicos (do grego "mnésis = memória, e "pantõm" = de todas as coisas) lembramos tudo, absolutamente tudo. Se somos hiperemnésicos (do grego "hiper" = sobre, extraordinário; e mnésis = memória) então nossa memória inconsciente seria, sim, admirável, superaria tudo o que geralmente se pensa, mas não seria precisamente memória de tudo.
O dilema é antigo. Foi Richet que propôs o termo "pantomnésia": "Para indicar -escreve- que a memória não esquece nada e que tudo o que impressiona nossos sentidos (acrescentamos nós: ou todo ato da nossa inteligência, vontade, imaginação...) permanece fixado no cérebro inconsciente, eu proporia a palavra 'pantomnésia'. Pela sua etimologia, significa que nenhum vestígio do nosso passado cognoscitivo se apaga".
Não é possível provar experimentalmente que não se esquece absolutamente nada. Mas a pantomnésia parece lógica. Em todo caso, embora houvéssemos de conceder que talvez possa se apagar alguma coisa da nossa memória inconsciente, o fato indiscutível é que o inconsciente arquiva muito mais do que ordinariamente se poderia suspeitar. E na Parapsicologia, se algum fenômeno pode explicar-se por memória inconsciente, é evidente que não devemos recorrer a outras explicações mais "misteriosas" como os fenômenos paranormais, e muito menos a explicações ultra-terrenas ou ao absurdo da reencarnação, como já Richet formulou: "Provavelmente, todos somos pantomnésicos. Em todo caso, na apreciação dos fenômenos metapsíquicos, devemos admitir que não esquecemos absolutamente nada".
A PANTOMNÉSIA NA VIDA QUOTIDIANA - A memória é como um desses enormes blocos de gelo que os ingleses chamam "iceberg". Só uma pequena parte aparece sobre a superfície do mar, a memória consciente, a memória atual se é que podemos empregar essa expressão. Mas, da superfície pode-se ver também uma pequena parte do "iceberg", contanto que queiramos olhar para baixo: é a memória pré-consciente. São todas essas lembranças que temos arquivadas e às quais agora, por exemplo quando estamos lendo estas linhas, não prestamos atenção. Mas basta que queiramos e nos lembraremos como é o nosso nome e o dos nossos parentes, e onde moramos, em que ocasião fizemos uma viagem de avião pela última vez etc. Basta olharmos para baixo, sob a superfície do mar, ao pré-consciente. Há outra zona do "iceberg" que não vemos nem mesmo se olharmos para ela. Mas se o "iceberg" se inclinar ou revirar, essas lembranças irão emergir. Isto acontece porque as circunstâncias (associação de idéias inconscientes) procuraram ou reclamaram tal lembrança.
Às vezes é bem longo o tempo empregado pelo arquivador, até encontrar a lembrança que procura:
Brockelbank, por exemplo, perdera um canivete de estimação. Procurava-o em vão. Conscientemente decidiu não pensar mais no assunto. Mas o inconsciente ficou alerta. Certa noite, seis meses mais tarde, o inconsciente conseguiu encontrar a lembrança arquivada. Brockelbank sonhou então que usava umas calças velhas, há muito tempo abandonadas, e que lá se encontrava o canivete. Por que sonhou isto? Intrigado, quis ver se era verdade e foi em busca das calças. No bolso com o qual sonhara estava o canivete.
Muitas das chamadas "intuições" ou "inspirações" do momento são, no todo ou em parte, lembranças do que ouvimos, lemos, pensamos em ocasiões anteriores. Mas passam quase sempre despercebidas no seu aspecto de lembranças.
Podemos fomentar a associação de imagens e excitar o inconsciente, fazendo, assim, trabalhar o arquivador.
Conta-se na biografia do sábio espanhol Amor Ruibal que sua prodigiosa memória consciente (pré-consciente) permitia-lhe encontrar sem fichário o que precisava na sua confusa biblioteca pessoal. Um dia, porém, a memória consciente falhou e apesar de empregar várias horas não encontrou um folheto raro sobre o Código de Hammurabi.
Encarregou alguns auxiliares de vasculharem dependência por dependência, livro por livro, pasta por pasta, para encontrar o folheto. Inútil. Aquela noite deitou-se profundamente contrariado e preocupado, pois precisava com urgência do folheto, e em sonhos viu o folheto em determinado lugar inesperado. Acordou. Rapidamente foi ao lugar para constatar se era verdade... Lá estava o folheto extraviado.
O inconsciente, aguçado pelo desespero da situação "trabalhou no seu arquivo" toda a noite, até encontrar a lembrança desejada.
Maury, esforçava-se por lembrar determinada coisa interessante antes de deitar-se à noite. E assim muitas noites ia "provocando" o arquivador. Em sonhos, com alguma freqüência, vinham lembranças e mais lembranças.
Método quase idêntico, embora admita melhor técnica, é o da hipnose. Pela hipnose, em alguns casos, podemos obter excelente ajuda para a vida prática, sob a direção de algum médico ou psicólogo técnico em hipnotismo, com o que reduziremos ao mínimo o perigo de fomentar o automatismo e outras decorrências perigosas.
Um conhecido especialista em hipnose refere-nos o seguinte caso:
A Srta. W procurava encontrar uma comercial muito importante, que perdera um ano antes da nossa entrevista... Em estado hipnótico, e em resposta a perguntas específicas, disse, primeiro, quando recebera a carta; depois, em que oportunidade a utilizara; e por último, quando a vira pela última vez. Foi no quarto para hóspedes, de sua tia, em Boston, enquanto preparava a mala para viajar.
- "Não a colocou na mala?"
- "Não".
- "Desde então não a viu mais?"
- "Não".
Acordando-a, informei-a de que deixara a carta no quarto para hóspedes em Boston. (Em vigília ela afirmara que a última vez que tinha visto a carta fora num escritório de New York). Ela não acreditava ser isso possível, mas disse que o comprovaria escrevendo para sua tia. Algumas semanas mais tarde, fui informando de que a investigação confirmara a revelação feita durante a hipnose. A carta fora encontrada em Boston. Felizmente, sua tia a tinha guardado.
Por meio da hipnose ou associações, testes, drogas, etc., o psiquiatra poderá obter algumas vezes do inconsciente lembranças que o auxiliem na recuperação do paciente. Com a colaboração do médico ou psicólogo hipnotizador o advogado poderá obter dados preciosos para a reconstituição dos fatos do seu cliente, etc.
Uma experiência quase de rotina é a comprovação da memória do inconsciente durante a hipnose. Pela hipnose chegou-se por vezes a bastante profundidade do arquivo. "Em conseqüência, a imaginação exalta-se também, dando à linguagem dos pacientes um brilho e um colorido notável: a memória reproduz com notável precisão cenas e pormenores que, em estado de vigília, estão completamente esquecidos, ou jamais fixados".
A CRIPTOMNÉSIA - Para chegar às capas mais profundas do "iceberg" não há técnicas suaves. Tratar-se-ia de causar uma tempestade, um profundo desarranjo no psiquismo. Diríamos dar a volta ao psiquismo, ou fazer explodir o "iceberg", danificar a personalidade de forma que, consciente e inconsciente "se apresentem em público" conjunta ou sucessivamente: dupla personalidade, tríplice, etc.
Às vezes, estes profundos desarranjos, surgem como resultado de graves traumas físicos ou psíquicos, assim como doença, acidente, golpes na cabeça, desgraças, medos...
Especialmente estas manifestações do inconsciente mais profundo sempre se apresentaram disfarçadas de mistério, porque só recentemente se descobriu a origem na memória do inconsciente. É por isso que a memória do inconsciente foi chamada também "criptomnésia", que etimologicamente significa "memória oculta". Explicando o conceito diríamos que é a memória sem aparecer como tal, sem se saber que se trata de lembranças.
Pe. Oscar G. Quevedo S.J.
5.1.6 Talento do Inconsciente
Não só o inconsciente pode fazer tudo o que o consciente faz, mas inclusive supera ao consciente amplamente em inteligência.
O inconsciente, aliás, tende a dramatizar segundo as próprias idéias; frequentemente também amplia mínimos estímulos e os interpreta; às vezes recorre a dramatizações ou símbolos tão exagerados que podemos dizer que se converte em caixa de ressonância.
A esse conjunto de notáveis qualidades chamamos "talento do inconsciente".
Quantas vezes as pessoas agem de maneira esquisita "sem saber porquê". Quantas vezes muitas pessoas estão tristes e não sabem o motivo. Ás vezes há causas fisiológicas, mas em uma boa porcentagem dessas ocasiões, uma análise profunda descobriria os motivos inconscientes de ordem intelectual, Sensações inconscientes, fatos arquivados no inconsciente se associam, dando origem a imagens inconscientes e sentimentos, dos quais o consciente só se apercebe depois pelos efeitos: está triste, age por impulsos, não sabe os motivos de seus atos, etc.
Na fase sonambúlica da hipnose, comprova-se facilmente a associação inconsciente. Sabemos já que a memória se exalta reproduzindo com espantosa exatidão, cenas, pormenosres, conhecimentos que pareciam totalmente esquecidos. A imaginação por sua vez, aviva-se também, a linguagem atinge um brilho e colorido notáveis.
O talento do inconsciente é, às vezes, tão grande, que alguns autores foram levados erroneamente a atribuir responsabilidade ao sono, porque havia nos sonhos inteligência. Os loucos podem ser muito inteligentes; são porém, irresponsáveis, porque a responsabilidade depende principalmente da vontade e liberdade.
Há quem defenda que nos sonhos produzem-se operações intectuais superiores às que realizamos quando estamos acordados.
Intuições- a intuição é uma visão intelectual que parece vir do fundo da alma, uma revelação vinda do interior e que não depende do esforço mental. De repente percebemos alguma coisa que, depois frequentemente, comprovamos ser preciosa e verdadeira.
Pasteur dizia que as grandes intuições só eram dadas aos que se preparavam para recebê-las. Na maioria dos casos é assim. O investigador ou o experimentador, por exemplo, têm de repente uma intuição genial, sem saber de onde veio, mas antes tinham empregado muito tempo e energia na procura da solução que agora se apresenta imediata, "irracional", "sem lógica".
É o resultado de um raciocínio inconsciente.
Persigout, matemático, demonstrou que. Descartes, como Kepler, Pascal e outros deveram uma grande parte de suas descobertas ao raciocínio do inconsciente. Particularmente os grandes poetas, pintores, músicos, etc, devem muitas das suas obras de arte ao seu inconsciente.
O trabalho do inconsciente aparece ou se exerce também em estados alterados de consciência, como o transe, hipnose, etc... Muitas pessoas espantam-se frequentemente com essa classe de fenômenos do talento do inconsciente, realizados em seções de pessoas em transe (mas que acreditam estarem "incorporadas por divindades, espíritos, demônios, etc).
Sabem essas pessoas quantos dados capta e armazena o inconsciente, mesmo de uma pessoa inculta?
Devemos ter em conta também o conheciemento por via paranormal (Telepatia, precognição), que pode somar-se aos conhecimentosarquivados no inconsciente. Todos esses conhecimentos podem ser combinados, elaborados, dando como resultados, magn[ificas "revelações" intelectuais. Isto acontece especialmente nas pessoas que entram em transe constantemente (médiuns por exemplo), onde o treino durante anos prejudicou cada vez mais o equilíbrio psíquico de forma a facilitar muito a manifestação do inconsciente.
É o desconhecimento das possibilidades do inconsciente que levou tantas pessoas a atribuir tais fenômenos a manifestações do além.
Em certos ambientes, a dramatização tipo "aparições dos mortos" é bastante frequente. A propaganda e crença no espiritismo, ocultismo, esoterismo, possessão demoníaca, etc, provavelmente é a causa de que o inconsciente adote este tipo de dramatização, dado a tendência que tem o incosnciente de se acomodar ao ambiente.
Exemplo: Um jovem lembrava-se de que seu falecido pai tinha comprado e pago um pequeno terreno, mas não tinha podido ele herdar por não possuir os documentos legais nem saber onde poderiam estar arquivados. Em processo judicial, estavam disputando a posse, com perigo de ele perder o terreno. Preocupado, dormia na véspera do julgamento, e sonhando, viu seu pai, que lhe dizia estarem os documentos em casa de certo tabelião aposentado. Acordando, quis comprovar se era certo e com efeito, lá estavam todos os documentos com os quais venceu a disputa judicial.
O inconsciente, excitado pelo perigo de perder o terreno, encontrou a lembrança arquivada e manifestou em sonhos que o pai tinha falado no assunto. Em sonhos o caso é dramatizado com detalhes, como se tratando de muma aparição.
Deve-se destacar a sensação de absoluta independência entre consciente e inconsciente. Esta sensação de estranheza, de modo especial, em épocas antigas levou muitas pessoas a pensarem que alguns sonhos eram mensagens do "além".(oniromancia)
Em geral, todas as manifestações do inconsciente se prestam a superstições.Podem produzir resultados tão extraordinários, de aparência tão completamente nova, de origem tão inconsciente, como funcionamento em plena independência da vontade, que facilmente serão tomados como comunicações do além ou de seres superiores, dependendo da crença.
Pessoas perfeitamente normais e sadias, ao menos em aparencia, pelo simples fato de entregar-se às práticas mediúnicas, podem romper facilmente o seu equilíbrio psíquico e dar lugar a uma atividade automática. Os resultados do automatismo simulam de uma maneira perfeita, comunicações do além, não sendo na realidade nada mais do que resultados do funcionamento inconsciente das faculdades humanas.
Oscar G. Quevedo S.J. -Livro "A Face Oculta da Mente"- Ed. Loyola
5.1.7 Xenoglossia
É um fenômeno parapsicológico que consiste em falar (empregar) sem fraude, línguas reais que o consciente não conhece.
Falar (empregar) línguas estrangeiras sem tê-las aprendido. O fenômeno foi chamado por Richet (Charles Richet -Parapsicólogo) de Xenoglossia (do grego xenos=estrangeiro, e gloto=falar). Fora da ciência experimental o fenômeno é mais comumente chmado "glossolalia" (falar línguas) ou "dom de línguas".
Usamos o termo empregar para incluir a xenoglossia falada, escrita, ou qualquer outro sistema de expressão. A xenoglossia escrita, etc, não se diferencia da xenoglossia falada. A única diferença é meramente extrínseca, ficando tudo no âmbito do inconsciente.
Exemplo: Uma senhora, em um acesso de broncopneumonia, começou de repente a exprimir-se em um idioma desconhecido por todos os presentes. Depois se comprovou que era o idioma industani. A senhora desconhecia completamente aquela língua. Foram necessárias longas e trabalhosasinvestigações para comprovar, depois de muito tempo, que até a idade de quatro anos, aquela senhora viveu na Índia. Desde aquela datahaviam passado 60 anos.
Há muitas fraudes, talvez até inconscientes, ou ao menos irresponsáveis, e explicam muitos casos de xenoglossia "aparenmte".
Também não é xenoglossia entender línguas, embora geralmente os autores incluam no conceito de xenoglossia o fenômeno de entender línguas desconhecidas.
Outro tipo de pseudoxenoglossia é o de inventar línguas novas, mesmo perfeitas. Isto é Talento do Inconsciente mas não é xenoglossia.
São mais frequentes os casos de xenoglossia meramente "mecânica", com a repetição de palavras guardadas no inconsciente; porém sem a pessoa entender o que está falando.
Xenoglossia Experimental- Não é muito raro que no sonambulismo hipnótico surjam espetaculares xenoglossias mais ou menos provocadas pelo hipnólogo. A inconsciência da hipnose é bastante parecida com outros estados de inconsciência, nos quais o fenômeno surge espontâneamente: febre, transe, narcótico, traumatismo psicofísico.
Exemplo: Uma moça quase analfabeta,posta artificialmente em estado de sonambulismo hipnótico, recitou um longo trecho oratório em latim, língua da qual ela não sabia uma palavra sequer. Comprovou-se porém, que anos atrás, um tio da jovem recitara um dia aquele mesmo trecho perto do quarto de dormir da moça, que então se achava doente. (O inconsciente não esquece nada- Pantomnésia)
Plurixenoglossia- Dizemos que há monoxenoglossia quando se fala uma só língua que o consciente desconhece. Plurixenoglossia é quando se empregam várias línguas desconhecidas. A pantomnésia e a hiperestesia, direta ou indireta, bastam para explicar muitos destes casos.
Exemplo: Uma jovem de 17 anos, Ninfa Filituto, siciliana, sofria de uma forte crise de histerismo com sonambulismo espontâneo. No primeiro dia da crise assegurava que era grega e escrevia com letras gregas, mas frases italianas...Ela desconhecia a língua grega. No dia seguinte, falava corretamente o francês, conhecendo dessa língua, em estado normal, só os rudimentos. No terceiro dia falava algo de inglês. No quarto dia da crise, a doente falava corretamente o italiano, que normalmente falava bastante mal e com muito sotaque. Durante estes quatro dias, esqueceu no consciente, completamente o siciliano, seu dialeto natal. No quinto sai, porém, passada a crise, recobra o dialeto siciliano, esquecendo por completo os espantosos progressos feitos em grego, francês, inglês e italiano. Desconhecia o grego, mas consta que pouco antes da crise, esteve folheando uma gramática grega. Para o inconsciente, pantomnésico, basta pouco tempo para aprender o vocabulário grego. O estudo do francês e a prática diária de falar italiano e conviver com italianos, foram suficientes para que o inconsciente aprendesse corretamente essas línguas. Falava algo do inglês.Sendo a itália um país de turismo, haverá alguém que nunca ouviu falar inglês?
Causas- Entre as causas da Xenoglossia, como explicação total ou explicação parcial completando a pantomnésia , parece que a HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento ( ou a Telepatia, em último caso) é o fenômeno parapsicológico que mais frequentemente intervém.
Há muitos casos de xenoglossia por HIP-Hiperestesia Indireta do pensamento. A pessoa capta o pensamento (as respostas) da pessoa que faz perguntas e responde corretamente sem entender o que está falando.
O pensamento captado por hiperestesia indireta pode ser o pensamento inconsciente (sentimentos, lembranças, associações). Aliás, é mais frequente captar o pensamento inconsciente do que o consciente.
Xenoglossia inteligente- (A pessoa entende o que ela está falando) Ao inconsciente hiperestésico chegam inúmeros dados linguíticos. Os fenômenos paranormais de atividade incosnciente podem colaborar no descobrimento e apresentação de dados. A Pantomnésia (memória do inconsciente) conserva para o inconsciente esses dados, como também os dados captados por "vias normais", em número imensamente maior do que pode conservar o consciente. E o incosnciente possui um assombroso talento: pode elaborar complicados raciocínios, faxer descobertas prodigiosas, comparar e combinar dados, etc em uma proporção que o consciente dificilmente pode alcançar. O resultado de tudo isso em determinadas circunstâncias é uma xenoglossia verdadeiramente "inteligente", ás vezes de frequente uso.
Por Oscar G. Quevedo S.J. - Livro "A Face Oculta da Mente" Ed Loyola
Existe Xenoglossia paranormal? Não! A xenoglossia sempre é por HIP (Hiperestesia Indireta do Pensamento), por Pantomnésia (O inconsciente se lembra de frases ou palavras um dia ouvidas) , por Talento do Inconsciente (O inconsciente pode ter a capacidade de formular ou aprender uma língua em pouquíssimo tempo) ... nunca se aprende uma língua por telepatia! Uma palavra, pode ser. Uma frase, pode ser. Uma língua inteira, se não há alguém por perto, não aprende. Aprende-se na rua, no cinema, cruzando na rua com alguém que fale a língua... não existe xenoglossia por Psi-Gamma.
A xenoglossia sempre é extranormal, em todos os fenômenos; ou xenoglossia supra-normal, (Milagre) enormemente superior.
5.1.8 Fotogênese
Fotogênese é o fenômeno de luminosidade parapsicológica e tem recebido diversos nomes: Fosfogênese, telefania, fotogênese,...
Fotogêneses fraudolentas- não é difícil obtê-las artificialmente mediante óleos fosforados ou sulfetos de Cálcio, Bário, Estrôncio, que depois de serem expostos ao sol, emitem luminosidades na escuridão.
A "médium" Mrs. Thompson utilizava botões banhados nessas substâncias para produzir fenômenos de fotogênese nas suas sessões de espiritismo.
São numerosos os casos de médiuns muito estudados e que só depois de muito tempo foram pegos nas suas fraudes, sendo estas variadas e com as mais diversas substâncias. Como exemplo, podemos citar o conhecido caso de Pasquale Erto. Deu sessões perante cientistas desde fevereiro de 1922. Em 1923 foi pesquisado pelo Dr. Geley, que em 1920 assumira a presidência do Instituto Metapsíquico Internacional de Paris. No mesmo Instituto, contando com a presença de ilusionistas, só depois de 36 sessões, os mágicos suspeitaram dos movimentos do médium. No jornal "Le Martin" de 7 de abril de 1924, apareceu uma nota do Instituto Metapsíquico anunciando Ter achado um pequeno fragmento de ferro-cerium na sala, depois da sessão,ocasionando logicamente o protesto de Erto. Em abrli e maio de 1924, é pesquisado na "Sorbonne" por Maurice Garçon, Paul heuzé, Jean Winchon. É então que os pesquisadores, já alertados, começaram a cair na conta de pequenos detalhes que, por fim, os conduzem à descoberta da fraude. O exame microscópio do maiô (roupa grudada à pele para evitar fraude) de Erto, revelou a presença de fragmentos de ferro-cerium; também foram descobertas minúsculas pontas de aço, que apesar dos rigorosos controles nas sessões, lograra introduzir furtivamente. Esfregando os elementos produzia faíscas dissimulando o barulho com um forte suspiro.
Em certa ocasião, o coronel Albert de Rochas acendeu a luz no momento em que o médium George Valiantine espalhava "fotogeneses"com os pés previamernte impregnados de fósforo.
Dos casos de fotogênese produzidos por Eusápia Paladino, existem muitos depoimentos. César Lombroso diz: "As aparições de pontos luminosos que Eusápia Paladino produz...às vezes são luminosidades indefiníveis, geralmente de contornos esfumados e de forma redonda, brilhantes; outras vezes se assemelham a "línguas de fogo". São características, múltiplas e intermitentes, sendo impossível e até absurdo compará-las às fosforescências artificiais...".
Mas em Paris, Eusápia perdeu um pedaço de ferro-cerium, com o qual produzia os fenômenos luminosos...
Sem Mistério- Os "fogos fátuos", que são vistos sobre os pântanos, nos cemitérios, e em qualquer lugar onde há combustão de gás desprendido de matérias orgânicas em putrefação têm dado origem a mais de uma lenda de fantasmas.
O hidrogênio protocarbono, chamado gás dos pântanos, arde numa chama azulada, pouco brilhante, mas perceptível na escuridão. Nos cemitérios, a causa dos lendários fogos é o hidrogênio fosforado, produto da decomposição que se inflama facilmente ao contato com o ar. A imaginação popular designa esse fogo com os nomes de "candeeiros dos mortos", "fogos de elfos", "lanternas de mone", etc...
Os fogos de "Sant-Elmo" se devem à acumulação da eletricidade ambiental. Podem ser vistos, em dias de tempestades sobre as torres de igrejas, sobre a copa das árvores, etc.
A eletricidade estática com que se carregam algumas peças de vestir, especialmente as de nylon, faz com que produzam faíscas na escuridão. Também podem dar a impressão de se estarem movimentando. Este fenômeno nada tem a ver com o magnetismo animal, como já foi pensado. É simplesmente um fenômeno elétrico normal.
Fosforescências podem se produzir em organismos dissecados ao tomarem contato com o oxigênio livre ou com a água.
Pirilampo, vagalumes,...- O fenômeno é muito frequente no mundo animal. A bio-luminosidade se caracteriza pela emissão de luz sem emissão de calor.
Podemos classificar de parapsicológica, a fotogenese humana, pois requer pessoas e circunstâncias especiais.
Os fenômenos luminosos são relativamente frequentes nas experiências de efeitos físicos. E sua aparência externa é a mesma quando trucados (truque) e quando verdadeiros (causados pela telergia- parapsicológicos). São pontos luminosos, faíscas, nuvens que aparecem no ar, às vezes a alguns metros de altura. Movimentam-se mais ou menos rápido, mudam de forma, variam de intensidade, logo desaparecem inesperadamente.; Estes fenômenos foram também obtidos por meio de óleos fosforados.
Aura- Relacionadas com a fotogênese, estão os fenômenos de "aura". Lendas e exageros a respeito da "aura" provém da antiga filosofia esotérica. A Sociedade Teosófica trouxe-aem 1875 do Oriente e adaptou-a às exigências do Ocidente.
Qualquer exteriorização um tanto mais especial de energia somática do homem, mesmo que no fundo possa, às vezes, ser identificada com a energia elétrica, calorífica, de fosforescência ou de raios ultravioleta, etc; podemos englobá-la sob o nome geral de telergia, isto é, exteriorização e transformação da energia orgânica.
Os Místicos- São muito frequentes os casos de fotogênese e aura no contexto religioso. O papa Bento XIV, Propero Lambertini, que estudou tão profunda e sabiamente a diferença entre fenômenos parapsicológicos (naturais, humanos) e os milagres (sobrenaturais, divino), adverte: "É uma realidade a existência, às vezes, de "chamas" naturais que rodeiam a cabeça dos homens ou que irradiam do corpo inteiro da pessoa, geralmente em forma de faíscas. Há pessoas que são rodeadas por uma luz brilhante que não provém delas mesmas, mas de seus vestidos, bastão ou espada que levam consigo".
Muitas das aparições luminosas que são observadas nos místicos, devem ser atribuídas a causas naturais. Não as admite o papa Bento XIV como miraculosas.
Milagre- O Papa Bento XIV só não duvida em classificar como de origem sobrenatural (Milagre), luminiscências imensamente superiores às fotogêneses naturais. Tais luminiscências sobrenatyurais são apresentadas unicamente por santos católicos, como Carlos Borromeu( 1538-1584), Filipe Neri (1515-1595), Inácio de Loyola (1491-1556), Francisco de Sales (1567-1622).
O caso mais obrigatório de se lembrar seria das "línguas de fogo" aparecidas sobre a cabeça dos apóstolos no dia de Pentecostes. (Superior à qualquer fotogênese natural).
No processo de beatificação de Bernardino Realino, por exemplo, se analisou sua fotogênese extraordinária: Uma das testemunhas, o senhor Tobias, descreveu como em 1608, foi consultar o jesuíta padre Bernardino, hoje canonizado. "A porta se achava entreaberta podendo ele observar uma luz extraordinária que aparecia pela pequena abertura e através das gretas. Perguntando-se a razão de tal claridade, empurrou a porta: foi então que viu o padre ajoelhado, em êxtase, e elevado ao ar, dois pés e meio do chão.
Uma levitação assim, tão notável, pode perfeitamente explicar-se como levitação parapsicológica (sob a ação da telergia) como reação natural à emoção mística. A fotogênese porém, parece excessiva para ser só natural.
Muitas outras pessoas foram testemunhas da extraordinária luz que às vezes desprendia transformando o semblante do padre Bernardino. Declaravam que tinham visto sair faíscas de todo o corpo ( o que pode ser fotogênese natural) mas muitas outras testemunhas afirmavam: em uma ou duas oportunidades, o brilho era tal que não se conseguia distinguir suas feições e tinham que desviar as vistas. Isto já supera qualquer fotogênese observada em todos os tempos e ambientes; é exclusivo do ambiente religioso divino. (Milagre)
Máquina Kirlian- Não vamos terminar este artigo sem antes fazer uma pequena alusão às fotografias da máquina Kirlian. Impressionam-se as chapas fotográficas com as "auras", não só dos seres vivos, mas também dos objetos.
Tiller e D. G. Boyers, grandes experimentadores, desenvolvendo a técnica de Kirlian chegaram à conclusão de que os halos são um fenômeno muito familiar aos físicos: o efeito Corona, isto é, a descarga que aparece em torno da superfície de um condutor quando a voltagem excede determinado ponto crítico e causando a ionização do ar.
Neste efeito Corona, tem relevado destaque a maior ou menor umidade do objeto.
Janet Vega - Revista de Parapsicologia 23.
5.1.9 Telergia
Telergia é a causa invisível, a força que golpeia ou move os objetos. Telergia é a energia somática transformada e exteriorizada, que depende do indivíduo vivo.
Ao longo da história, a telergia ou aspectos dela mais ou menos precisos, com mais ou menos "adornos" tem recebido diferentes nomes segundo as diferentes pesquisadores que "as descobriram". Zoroastro fala do "fogo vivente", Heráclito, de "fogo gerador"; as antigos ocultistas, do `espirito de vida"; Sto Tomás, de "força vital"; Mesmer de magnetismo animal"; Cazzamalli, de "antropoflux". 0 prof. Blondot falou de raios "N", a maior fonte de tais raios se encontra no homem.
O primeiro cientista que cunhou a palavra telergia foi Myers, um dos fundadores da S.P.R.: Tele= longe, Ergon= trabalho. Toda a atividade muscular e nervosa, da mesma maneira que as idéias e as emoções, vão acompanhadas ou comandadas por atividades elétricas. Há mais de trinta anos se sabe que o organismo humano produz correntes elétricas. Ora, pela física se sabe que toda corrente elétrica produz um campo magnético.
Eis um primeiro passo na compreensão do "magnetismo animal" ou o que a Parapsicologia chama de telergia. É lógico pensar que numa pessoa normal esse magnetismo ou algo equivalente, seja normalmente imperceptível, mas será que em estado de transe certas pessoas "especiais", dotadas parapsicológicas, não poderiam manifestar mais "magnetismo" mais telergia?
Em 1947, o dotado Angelo Achille foi estudado pela "Societá taliana di Metapsichica", sob a direção do Dr. Maurogordato, comprovando-se por meio de um elotrodo em cada mão, em contato com um medidor, que na realização dos fenômenos parapsicológicos manifestava um potencial elétrico de 200 milivolts, enquanto que nas pessoas normais oscila entre vinte e quarenta. Os fluidômetros. Construiram-se múltiplos aparelhos para demonstrar a existência de "fluidos" (um aspecto da telergia). Entre outros podemos citar a magnetometro de Fortin, o estenômetro de Joire, o biometro de Baraduc, o zoomagnetometro de La Fontaine, o zoomagnetometro de Wall, o motor de fluído de Tromelin, a ventonhia de Geoagriault. Também se recorreu à câmara fotográfica.Foram muitos os pesquisadores que trabalharam com este método: Chaigneau, Colombés, Majewski, Dargetz, Braudt Girod, Bonnet, Le Fanc, Lancelin, Durville... entre outros.
0 Coronel Albert de Rochas comprovou, muitas vezes, com dotados,que "quando estes estão suficientemente perto da placa, o fluido que se desprende deles influi sobre a pelicula sensivel, assemelhando-se em tudo a "fotografia" aos eflúvios que os sensitivos desprendem dos dedos". Rochas, e já antes, o inventor do método, o físico russo Narkiewicz Iodko, comprovaram em milhares de experiencias que a impressão na placa fotográfica não dependia da eletricidade normal, pois esta era sempre a mesma e a fotografia muito diferente em intensidade segundo as diversas pessoas. E somente os dotados de faculdades parapsicológicas as vezes, conseguiam impressionar a placa de modo notável. Mais ainda: os dotados, as vezes, conseguiam impressionar a placa imediatamente, enquanto as outras pessoas demoravam até meia hora para conseguir um efeito mínimo. Também se efetuaram experiências com a mão de um cadáver, comprovando-se que não produziam nenhum efeito.
Pouco importa se esta telergia é uma condensação, ou condução da eletricidade ambiente, ou de qualquer outra causa normal. É um efeito "à margem do normal", é próprio de pessoas em situações "especiais".
Se os efeitos fossem normais devidos a causas físicas ou químicas em atuação comum, como defendiam os adversários do fluído; ou se se tratasse de uma energia humana especial, manifestada por todos os homens, segundo o evidente exagero de alguns "fluidistas", todas as placas fotográficas seriam veladas na sua fabricação dovido as numerosas manipulações que sofrem. Mas, este é um efeito que só os dotados conseguem: é um efeito parapsicológico.
Psicobulia. De Bulia = vontade; Psijé= alma. Esta energia depende da vontade inconsciente do dotado. 0 Dr. Ochorowicz estudou com um galvanômetro a famosa dotada Stanislawa Tomczyk, que, "quando queria" (muitas tentativas), mas não sempre que queria, mudava o sentido da corrente elétrica, desviava a agulha de vinte a cinquenta graus; Ochorowicz mudava as conexões com um "comutador invisivel", e o desvio da agulha continuava no mesmo sentido porque a doada ignorava a mudança. Trata-se, em todos os casos até agora citados, de comprovações mínimas e por isso, mais frequentes, da telergia. Várias teorias foram lançadas.
A teoria da bioeletricidade (a telergia seria análoga à eletricidade com algumas variantes própria da biologia humana). Outras teorias visam mais a transformação da energia somática, como as teorias metabiótica, biopsíquica, ezopsíquica... As teorias psicodinâmica, anímica, etc. apesar da terminologia menos material, referem-se na realidade, à energia corporal. A teoria atomística também expressa os mesmos conceitos com nomes mais modernos... Bem analisadas, todas as teorias concluem que a telergia é uma energia fisiológica; todos estão de acordo em que é uma exteriorização e transformação das energias fisiológicas. Para a física moderna a energia é uma só, que se conserva e que se transforma segundo os diversos efeitos que realiza. A energia térmica, por exemplo, nos organismos vivos, que pela sua vez provém da energia química da combustão do oxigênio do ar, transforma-se em energia mecânica de onde provém os movimentos. A mesma energia térmica pode se transformar em energia luminosa, como nos animais fosforecentes ( o pirilampo), ou em energia elétrica como na raia, por exemplo.
Os fenômenos extra-normais de efeitos físicos (fenômenos telérgicos), sejam quais forem, não são outra coisa que exteriorizações e transformações diversas do organismo do dotado. Essa energia fisiológica exteriorizada e transformada para realizar fonômenos parapsicológicos é a que chamamos telergia. Assim já o compreendera, por exemplo, Mackenzie que identificara as teorias bioelétrica, metabiótica e atomística. Crookes confirma o anteriormente exposto, sob os nomes de força psíquica e força vital. Dizia: "penso ter descoberto o que se utiliza para desenvolver esta força psíquica (responsável pelos fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos). Depois de ter sido testemunha do penoso estado de prostração nervosa e corporal em que algumas das sessões deixaram a Home (grande dotado), depois de tê-lo visto num estado quase completo de desfalecimento, estendido no chão, pálido e sem cor, quase não posso duvidar que a emissão da força psíquica vai acompanhada do esgotamento correspondente da força vital".
A telergia pode completar-se com a colaboração dos assistentes. Se é assim, recebe o nome de efeito polipsíquico, isto é, colaboração de forças "psíquicas" (em realidade, físicas) de várias pessoas para produzir um determinado fenômeno (Polys= muitos; Psijé= alma, psiquismo). Ochorowicz tinha-o chamado mais exatamente "simbiose psicofisiológica". A telergia é algo material; sua sutileza pode, porém, ser em algumas circunstâncias muito notável. Assim Jouriovitch constatou que a telergia (ou como a chamava ele, raios "Y"emanada de certos dotados, atravessava as chapas metálicas com um poder do penetração superior ao dos raios X mais puros e dos raios gamma do radium. Esta telergia atravessava até placas de chumbo de três centímetros de espessura colocadas a um metro de distância do dotado em transe, embora a interposição destas chapas diminuísse os efeitos dos raios "Y". Chapas mais espessas, essas mesmas, à maior distância, não eram atravessadas.
Exagero nos USA. Se todos os fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos devessem a uma força mental (?) , como exageradamente pretende a escola norte-americana, os fenômenos seriam plenamente independentes da natureza dos obstáculos que se interpusessem entre os dotados e os objetos a serem influenciados, e seriam também independentes da distância, do tempo...
Denominamos estes fenômenos de extranormais, isto é, sensoriais, físicos.
Revista de Parapsicologia 14
5.1.10 Psicofonia
Vozes, música, assubios, etc. de procedência "misteriosa", na relidade efeito da Telergia, não sendo propriamente Psicofonias as vozes etc "misteriosas" que comprova-se terem outra causa.
Entre todas as pretendidas Psicofonias fizeram-se famosas as gravações em fita virgem, feitas num gravador, de vozes humanas, ruídos e músicas..., "sem que ninguem as produzisse".
A mania atual das Psicofonias começou quando Jurgueson, que ficou famosíssimo, acreditou haver captado vozes de sua falecida mãe. Logo após de Jurgueson e sua propaganda espírita, Bayless e Sealey conseguiram algumas" gravações paranormais" que não foram cientificamente analisadas.
A gênese "científica" destas Psicofonias começou oficialmente na pequena localidade de Molnbo, perto de Estocolmo, no dia 12 de junho de 1959. Meses depois, em 19 de outubro do mesmo ano, o espírita sueco Dr. Konstantin Raudive pôs-se em comunicação com Jurgenson e, desde então, começou a produção e estudo sistematicos das Psicofonias, multiplicando-se cada vez mais os... "entusiastas" e a propaganda, com a nada científica interpretação típica do Espiritismo.
Os "especialistas" trabalham sem microfone, com um díodo, uma câmara de Faraday e algumas outras inovações. Entre os produtores e investigadores espíritas, sobressaíam o suíço Alex Schneider, o alemão Theodor Rudolph, o vienense Franz Seidl e o inglês V. A . Rushton. Centenas de vozes apareceram nas fitas. Outros supersticiosos delirantes declararam ter gravado as vozes dos Espíritos de Churchill, Hitler, Stalin, Tolstoi e muitos outros homens famosos da história. Assim surgiu a epidemia de fanáticos com sua pretendida Trans-comunicação Instrumental (TCI).
No Espiritismo a Psicofonia é chamada Voz Direta, como se se tratasse de vozes de Espíritos, contraditoriamente falando sem corpo nem laringe..., diretamente aos presentes ou a aparelhos de gravação. E quando se trata de músicas, multiplicando as contradições, seria toda uma orquestra de Espíritos do Além com seus instrumentos... periespiríticos (?). (Periespírito também dos instrumentos que não têm espírito!).
Os Parapsicólogos encontraram muitas explicações inclusive normais em muitos casos: defeito na fabricação da fita, barulhos por manipulação do gravador, sons não ouvidos conscientemente pelos presentes mas captados e depois ampliados pelo gravador, etc. Além de muitos e muitos truques.
Mas a Psicofonia propriamente dita, ou realmente Parapsicológica, é por Telergia. Qualquer toque telérgico em determinado ponto do gravador, e este se converte numa espécie de rádio, e as vozes, músicas, etc são gravadas pelo próprio gravador. Até que seria curioso que o fanático que passa horas, durante dias, messes e anos querendo realizar TCI, não conseguisse alguma vez esse toque telérgico... Há também uma manifestação metanoica ou fonação subsônica, espécie de ventriloquia Inconsciente.
Nas Psicofonias sem instrumentos, ouvidas no ar simplesmente, a explicação em situação Parapsicológica é tambem a Telergia, que faz vibrar o ar em forma de voz, música, susuros, etc.. Ou inclusive com uma "laringe" de Ectoplasma mais ou menos ténue. Ou mais densa...: os Fantasmas falam.
A Psicofonia é mais um de tantos Fenômenos Parapsicológicos relativamente freqüentes, cuja existência a Micro-Parapsicologia Norte Americana nega ou em último caso a atribue erradamente à inexistente Psi-Kappa (PK). Mas jamais se obtêm Psicofonias propriamente dita em recintos absolutamente fechados a toda onda sonora, elétrica, etc., nem a origem do som é a mais de cinquenta metros de distância do Psíquico, como determina o Desafio.
Oscar G. Quevedo S.J.
5.1.11 Tiptologia
Tiptologia. (Tipto = golpear; logos = tratado). Nomenclatura usada pelos especialistas para designar o estudo(ou o mesmo efeito) dos "raps", plural da palavra inglesa "rap" (choque, golpe, batida)que em forma verbal significa bater, golpear repetidamente. Tiptologia: a telergia produzindo ruídos.
Truques e efeitos comuns. 0 neoespiritismo, ou espiritismo moderno, nasceu de um caso de tiptologia fraudolenta, efetuado pelas irmãs Fox, Cathy e Margaret, no estado de Nova Yorque quando contavam entre sete e oite anos e meio de idade respectivamente. Este fenômeno acontecia em 1847. Anos mais tarde, em 1888, as irmãs Fox confessavam publicamente a fraude, consistente em produzir estalos, por meio da articulação do dedo grande do pé, além de utilizar, também, as articulações dos joelhos e dos tornozelos, servindo como caixa de ressonância , uma mesa, uma cadeira de madeira, etc. Inclusive, pode se efetuar com os tendões, placas de ferro (escondidas entre as tábuas de uma mesa ou no próprio corpo do detado), e assim por diante.
Omitimos outros inumeráveis truques como os desmascarados pelo famoso metapsíquico Hodgson, ou pelos grandes ilusionistas Davis e Houdini.
Não se pode negar que o calor e outras energias físicas comuns, como, a umidade, a eletricidade estática, etc.,podem ser responsáveis normais de muitos "raps". Muitas vezes, porém, a origem desses "raps" é a Telergia. Alguns exemplos: Em janeiro de 1956, uma casa "mal assombrada", em Saint-Lupicin, Jura, tornou-se conhecida em toda a França através dos jornais. Chamaram o sacerdote do lugar para que benzesse a casa. 0 sacerdote aceitou, mas como homem culto que era, aconselhou que afastassem da casa a menina Juliette R., na qual ele via o dotado responsável de tudo. A família seguiu o conselho do sacerdote, e esta "benção" surtiu efeito: daquele dia em diante desapareceu o encantamento. .. Antes, muitos pesquisadores, pessoas cultas, a polícia, etc tinham observado tudo e cada coisa sem encontrar nem o mínimo vestígio de fraude.
Economia de Energia. René Sudre, para explicar a economia de energia que pode apresentar a tiptologia (violentos "golpes", mas que podem não deixar marcas, exemplifica: "Quando se dá um golpe de martelo sobre um prego, originam-se três efeitos principais: um efeito mecânico, (a introdução do prego); um efeito térmico ( o aquecimento); um efeito vibratório(que se percebe como ruído-som). Os dois primeiros absorvem quase toda a energia. Ora, este desperdício em em movimento e em calor é muito limitado nos ruídos parapsicológicos e por isso a algazarra horripilante que se ouve nas casas "mal assombradas", não exige mais que um pequeno desgaste de energia".
Tipos de ação. Podemos classificar a telergia sob dois pontes de vista. No primeiro, observamos que os ruidos se podem efetuar em contato ou à distância; e no segundo, o do ruído, em superficiais e profundos. 0 mais normal é que se efetuem os "raps" em mesas de madeira, encontrando-se mais dificuldades sobre objetos de metal. Também observamos que a intensidade dos sons preduzidos estão em razão inversa à umidade e densidade da madeira. Sob a ação da telergia as mesas costumam ficar carregadas de eletricidade, tendo-se comprovado(por exemplo, René Sudre com a sua teoria Iloclástica, e anteriormente, em 1872, o Dr. Serilar) que a tiptologia se deve não a um esforço de pressão ou de torção, senão as ações estritamente localizadas e espalhadas em centros.
Permita-nos citar também a Allan Kardec (codificador de espiritismo latino), que teve que reconhecer que quando se ouvem golpes nas mesas ou em outros lugares, não é que o espírito esteja golpeando com a mão ou com qualquer outro objeto. Dirige somente um feixe de fluído ao ponto de onde vem o ruído, e este produz o efeito do um choque elétrico". Não é preciso dizer que o "espírito do morto" é na realidade, unicamente o inconsciente do dotado vivo. Mas existe também o golpe externo, Crawford verificou unicamente ruído sobre a superfície. Era devido a golpes por formações ectoplasmáticas em todos os graus de visibilidade.(Podemos descrever o ectoplasma como uma telergia condensada e visível).
No Centro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP) temos observado fenômenos das duas classes: tiptologia de origem superficial e tiptologia de origem profunda. Também se verifica o efeito poli-psíquico. À grande distancia ou com grandes obstáculos entre o dotado e a mesa, por exemplo, o fenômeno desaparece. É um fenômeno parapsicológico que como tal só se manifesta nos "sensitivos" e segundo o grau de "dons" que possuam. Aparece e desaparece subitamente, seguindo a mutabilidade típica das condições psicológicas e parapsicológicas.
Todo este conjunto do características da tiptologia, assim como os fatos (frequentemente observados) de perda de peso do dotado na produção dos "raps" e de ser frequentemente acompanhado perceptivelmente por movimentos musculares do "médium" (dotado), coincidem com o que caberia esperar de um efeito de telergia. As manifestações inteligentes expressadas pela tiptologia não superam a inteligência do dotado (levando-se em conta o que logicamente se pode esperar do inconsciente e seu talento e faculdades, inclusive, parapsicológicas).
Revista de Parapsicologia 14
5.1.12 Telecinesia
Telecinesia. De tele= ao longe; kinesis= movimento. Consiste em utilizar a telergia para mover objetos "à distância", isto é, sem contato normal. Experiências de Laboratório. 0 primeiro dotado em telecinesia que foi estudado cientificamente foi Angélique Cottin, moça de catorze anos. Começou com telecinesias, no dia 15 de janeiro de 1846, "assombrando" a casa onde vivia; uma mesa próxima a ela começou a se agitar sem causa aparente; um pesado cortiço e os mais variados objetos realizavam os movimentos mais inverossímeis. 0 Dr. Tanchou, depois de estudar o fenômeno, declarou autênticas as telecinesias, sem poder apresentar, contudo, explicação alguma.
A academia de ciências do Paris nomeou uma comissão que declarou que as experiências com a menina deviam ser consideradas nulas, e tudo porque a menina não tinha realizado diante deles nenhuma telecinesia. Estamos cansados de repetir à saciedade que os fonômenos parapsicológicos são espontâneos e que não podem efetuar-se à vontade. Negaremos por isso a autenticidade do fenômeno? Mais tarde o Dr. J. E. Mirville, analisando os argumentos em prol e em contra manifestou-se decididamente a favor da telecinesia real no caso de Angelique Cottin.
0 mais importante dotado da história foi Daniel Dunglas Home. Com este dotado, as primeiras experiências realizaram entre 1867 e 1868, dirigidas pelo Visconde Adare, na sua residência particular. Em certa ocasião uma mesa ficou suspensa, a quase meio metro de altura, durante bastante tempo, facilitando a observação. Em outra oportunidade esta mesma mesa foi pousar sobre outra cheia de objetos. Em outras ocasiões se levantou a sessenta centímetros, deteve-se elevando-se até chegar à altura de 1,52 metros. Home realizava as experiências em plena luz. Home, no fim da vida, foi estudado pelo grande físico-químico, pesquisador dos raios catódicos, William Crookes e pela Sociedade Dialética de Londres que confirmaram o fato inegável de que alguma vez Home movia objetos sem contato normal.
Outra grande dotada foi Eusápia Palladino, apanhada várias vezes em truque, mas todos os pesquisadores sem exceção, terminaram por reconhecer que também, muitas vezes, fazia telecinesias autênticas. Tal ponto que Howard Turston, considerado o melhor mágico da sua época, ficou convencido, depois de estudá-las e ofereceu uma soma de mil dólares a uma instituição de caridade se algum fosse capaz de demonstrar que Eusápia Palladino não era capaz de levantar uma mesa sem o recurso de algum truque. Diversos aparelhos para medir movimentos ou pressões, situados longe do médium, faziam registros diretos das sessões. Estas costumavam efetuar-se com frequência no laboratório do Instituto Geral de Psicologia de Paris ou no Laboratório de Psiquiatria da Universidade de Turim. Geralmente Eusápia avisava no momento em que pressentia que se iam produzir as telecinesias. Não havia surpresa, a atenção dos pesquisadores se multiplicava incentivando-se uns aos outros a tomar as precauções para evitar qualquer fraude.
Os irmãos Scneider, Willy e Rudy, a Srta. Gollinger, Pasquale Erto, a menina Florrie, Guzik, etc. Entram dentro do número dos melhores dotados nesse tipo de fenômeno. O último, Guzik realizou trinta sessões em 1922 e cincoenta em 1923. Os pesquisadores foram selecionados entre os melhores. Passavam de oitenta, e entre eles, trinta e cinco eram especialistas. Após longos anos de estudo nesta matéria, homens de ciência, de reconhecidos méritos, assinaram um documento famoso que a não ser pelos preconceitos, deveria Ter valido como definitivo em favor da telecinesia.
Casos espontâneos semelhantes, são relativamente frequentes. A telecinesia é realizada pela telergia. A força que movimenta os objetos é material, física, com peso, massa e estrutura. Em maior ou menor grau, mais ou menos densa, mais ou menos perceptível; mas sempre material. A telecinesia realiza-se sempre nas proximidades do dotado; a distancia dificilmente supera os dez metros e este fato é raro. Estando sempre os efeitos em proporção com a quantidade de e a natureza dos obstáculos interpostos entre o dotado e o objeto.
0 mais frequente é que a força motora não seja visível (telergia); algumas vezes o é (ectoplasma).. Mas quando invisível, pode se descobrir sua presença graças às suas qualidades materiais, por exemplo, feixes de raios infra-vermelhos são absorvidos.. ou desviados pela telergia, como nas experiências do Dr. Osty. Sua identidade é verificável. Price construiu um aparelho ao qual chamou telecinescópio. Tratava-se essencialmenre, de um contato elétrico para fazer soar uma campainha, encerrado dentro de um recipiente fechado salvo na direção da possível influência telérgica do dotado. Dentro deste recipiente havia outros dispositivos especiais para descobrir se a força física entrava no interior. A campainha soava insistentemente no transcurso de algumas experiências e os outros dispositivos detectavam que algo físico tinha penetrado no aparelho.
Concluindo, podemos dizer que a telecinesia é o nome técnico que se tem dado à telergia quando esta movimenta objetos.
Revista de Parapsicologia 14
5.1.13 Pneumografia
Pneumografia é termo utilizado para designar os fenômenos de raspagem, escrita, desenhos, sem causa aparente, sem causa normal, por causa parapsicológica.
O fenômeno tem sido também designado segundo os diferentes contextos com os nomes de: escrita direta, escrita dos espíritos, escrita espiritual, escrita de entes transcendentes, escrita de seres de outras dimensões, pragmametagrafia (escrita metapsíquica em objetos), pneumofotografia (impressão pela luz psíquica), etc.
Já se usam o termo Teleplastia para fenômenos de pneumografia, mas não é um termo adequado. É outro fenômeno. Teleplastia, ectoplasmia, ecto-colo-plasmia fazem referência à formação ectoplasmática de membros ou objetos. Teleplastia é a formação (com ectoplasma) de rostos (por exemplo) e não impressão ou desenhos de rostos.
Utilizaremos o termo pneumografia por considerá-lo mais ortodoxo (pneumo=psíquico; grafia=impressão ou escrita).
Já de muito antigo têm-se notícia da existência desta fenomenologia. Como todos os fenômenos parapsicológicos, tem acontecido em todas as épocas e em todas as culturas.
Na Bíblia (Daniel 5, 25-26) conta-se a aparição de uma mão (teleplastia, ectoplasmia, ecto-colo-plasmia) durante a festa do rei Baltazar. A mão escrevia na parede as palavras "Mane, Tecel, Fares" (pneumografia), as quais traduzidas pelo profeta Daniel, significariam: "Deus contou teu reino e o terminou. Pesado na balança foi encontrado em falta. Teu reino foi dividido e entrgue aos medos e aos persas".
Lousas - O Barão Ludwig von Guldenstubbe efetuou experiências com lousas onde apareciam escritas misteriosas, sem contato algum. O fato teve grande repercussão em 1850.
Posteriormente, pesquisaram o fato metapsíquicos como Charles Richet, William Crookes, Myers, etc. A Metapsíquica, ou período pré-parapsicológico, tinha começado a analisar estes "fenômenos ocultos", já com o intuito de dar-lhes uma explicação rigorosa, fora de toda a mitificação pseudo-científica.
Segundo o meio de produção dos fenômenos pneumográficos, poderíamos dividí-los em duas classes:
1) Aqueles fenômenos ocasionados com "instrumento": uma mão ectoplasmática que pega uma esferográfica, lápis, giz ou qualquer objeto real, mas "misteriosamente" movida pela Telergia.
2) Os casos em que a escrita aparece sem que se tenha visto mão nem objeto nenhum realizando-a: são clássicas as escritas em ardósia.
São conhecidos muitos e fáceis truques para este fenômeno que tanto surpreendeu antigamente.Pode ser trucada com ajuda do pé ou da boca, ou inclusive, pela substituição da ardósia ou folha d epapel sobre o qual a escrita deve aparecer. Substituição que todo prestidigitador(mágico) hábil é capaz de realizar de uma maneira absolutamente invisível.
Podem-se empregar também tintas e substâncias químicas aprpriadas, não abertamente aplicadas.
Enfim podem-se utilizar acessórios trucados, caixas de fundo duplo, de aparência honeta que podem ser examinadas, envelopes com compartimento secreto, etc, etc, etc. As técnicas para truques não faltam.
A pneumografia alguma vez é real. As mesmas causas que demonstram a telecinesia fazem possível alguma vez a pneumografia. A explicação é a telecinesia por telergia.
Prescindimos do conteúdo da mensagem, da imitação da letra e outros aspectos que escapam ao aspecto puramente pneumográfico aqui visados.
Existe um mecanismo muito conhecido na execução dos fenômenos físicos da Parapsicologia denominado polipsiquismo pelo qual vários assistentes à sessão podem colaborar na prestação de telergia. Se a isto acrescentamos a psicobulia (vontade inconsciente da pessoa que origina o fenômeno), regendo assim os movimentos do lápis, dentro da ardósia teremos explicado os aspectos principais e mais gerais do fenômeno da pneumografia em ardósias.
Nesta Segunda classe de fenômenos, a telecinesia e consequente pneumografia pressupõe uma ecto-colo-plasmia (uma mão ectoplasmática, ou seja o ectoplasma moldado na forma de uma mão) mais ou menos visível.
Não há dúvidas que ceros fatos pneumográficos efetuados por ecto-colo-plasmia, para quem desconhece Parapsicologia, parecem difíceis de acreditar; mas foram testemunhados por alguns dos mais sábios e afamados pesquisadores.
Na realidade não é o caso de demonstrar agora a ecto-colo-plasmia (ectoplasma moldado em forma de membros do corpo: pés, mãos, cabeça) que é indiscutível em Parapsicologia
A conclusão é bem clara: Existe a Telergia. Existe a Telecinesia. Existe a Ecto-colo-plasmia. A Pneumografia não é mais do que uma aplicação dessas faculdades. Uma consequência lógica.
Antonio Elegido- Revista de Parapsicologia 21
5.1.14 APORTE
O aporte existe e é relativamente frequente. Depende do homem e é produzido pela sua telergia. Pode-se até fazer a análise do que o inconsciente quer manifestar com esses fenômenos: desejo de chamar a atenção, de vingança, de comunicar uma notícia desagradável ou um perigo que adivinha, manifesta carência afetiva, inveja, etc.
Mas como é que a telergia realiza o aporte? Ou seja, como é que a telergia faz objetos atravessarem sozinhos, corpos e obstáculos sólidos e depois fazer com que os objetos aparecerem novamente? Como é que um objeto pode sair de um lugar fechado e aparecer fora dele? Como é que um objeto se desloca sozinho de um lugar para outro? Como é que agulhas podem se desmaterializar, e em forma de energia entrar no corpo e logo materializar-se de novo? Sem infecção, sem ferida, sem perigo... E a vítima corre, caminha...sem dor? Nenhum fisiólogo seria capaz de fazê-lo artificialmente.
No entanto não há impossibilidade na física moderna. O problema é prático.
Uma tentativa de explicação:
1) Trata-se de um efeito físico: um corpo físico em movimento no espaço-tempo e através de obstáculos físicos.
2) A extensão dos corpos (macroscópios, visíveis) é devida a velocidade em movimento circulatório das partículas que os constituem (em função de três variáveis: massa, energia e vetor velocidade)
3) É pela maior ou menor velocidade das suas partículas que os objetos são mais ou menos extensos e que nos dão a ilusão de continuidade.
4) Mas os corpos, na realidade profunda, são como redes de partículas microscópicas (massa-energia).
5) A massa (quantidade de matéria, coeficiente de inércia) é mínima em relação à energia e velocidade.
6) Ora, todo corpo é permeável para qualquer forma de energia e velocidade superiores à sua. Por exemplo, o magnetismo: a energia radiante do campo eletro magnético atravessa qualquer campo porque tem a velocidade da luz (300.000 km/s) que é superior à velocidade molecular (27.000 km/s) dos corpos atravessados.
7) Mais ainda, a própria massa dos corpos em movimento varia com a velocidade, segundo um dos teoremas da teoria da relatividade de Einstein.
8) Também está demonstrado por experiência de laboratório (desintegração de átomos, etc) que a massa pode se transformar em energia.
9) Se a velocidade de um obnjeto supera a velocidade molecular, então esse objeto desintegra-se, porque vence a força de atração das partículas que o constituem.
Tendo-se tudo isto em vista, o aporte seria explicado teoricamente pelo influxo do homem na velocidade. O doente parapsicológico poderia exercer um influxo dentro do seu campo de forças, em forma de energia neuropsíquica (dinâmica cerebral) sobre a velocidade e atração das partículas (ou moléculas) que constituem os objetos.
Cabem três hipóteses:
a) O doente parapsicológico imprime ao objeto do apore velocidade superior à das partículas que constituem determinada área do obstáculo: o objeto atravessa então esta área do obstáculo.
b) Transforma a massa do objeto em energia: o objeto "desaparece" e a sua energia atravessa qualquer obstáculo.
c) Exerce o influxo em determinada área do obstáculo, diminuindo ou neutralizando (durante um décimo de segundo), a velocidade molecular: essa área do objeto ficaria praticamente sem massa, permeável.
Estátuas de Virgens que choram e de Cristos que sangram
Foram ou não, realmente Milagres, os fatos relatados sobre imagens das virgens que choram e Cristos que sangram?
Certamente Não.
Jamais uma estátua de Virgem chorou ou um crucifixo sangrou estando a mais de 50 metros de distância de alguma pessoa. Geralmente a menos de três ou quatro metros de um doente parapsicológico.
São lágrimas e sangue desta pessoa.
Na cidade de Akita (Japão), ninguém ligaria para as pretensões de uma religiosa de 40 anos, quando assegura receber mensagens da SS. Virgem. Mas o fato que deixou perplexo ao senhor Bispo, ao capelão, à comunidade, aos "técnicos" em mística.É que uma estátua da SS. Virgem, perante aquela pessoa, às vezes sangra numa mão, chorou várias vezes e até tem suado profundamente. Analisados por um professor da Universidade de Akita, verificou-se que eram sangue, lágrimas e suor humanos.
Unicamente o jesuíta Pe. Antonio G. Evangelista me consultou e compreendeu que a história cheia de fenômenos histéricos e parapsicológicos da "vidente" é um forte argumento a favor da origem meramente parapsicológica do fato.
"Não foi fraude. São muitos e dignos de fé os testemunhos. Inteligentemente acha, com toda razão, um dado psicológico interessante: é que a vidente está sempre por perto quando acontecem estes fenômenos e sente medo, como senso de culpabilidade."
Lastima porém, que não analisaram as lágrimas, sangue e suor da própria vidente. Seriam sem dúvida, do mesmo tipo que as gotas que corriam sobre a imagem as SS. Virgem.
O que vem causando maior desafio, sem dúvida, é o de N. Sra da Rosa Mística, em Louveira(SP), que chamou a atenção do arcebispo de Jundiaí, o qual procurou peritos da Universidade de Campinas (UNICAMP) para estudarem o caso.
Várias vezes a estátua lacrimejou e não somente no dia 13 de cada mês.
Os técnicos da Unicamp estão querendo tomar o caminho mais plausível: transladar a imagem para os laboratórios da UNICAMP, onde haveria recursos para maior rigor no acompanhamento científico do fato.
Feito isso, o caso estaria praticamente solucionado e o fenômeno certamente deixaria de acontecer, pelo menos enquanto a imagem estivesse na UNICAMP, pois ela estaria a mais de 50 metros da pessoa causadora do fenômeno.
É realmente admirável, mas a realidade é que o ser humano, inconscientemente, sem nem sequer suspeitar que ele mesmo é o autor, pode fazer com que um objeto atravesse qualquer obstáculo e apareça de novo.
Agulhas atravessam a própria pele sem ferida, o sangue sai do corpo, passa pela roupa sem manchá-la, e cai sobre o Cristo. Os objetos (copos,talheres, etc) atravessam paredes, vidros, madeiras, sem rompê-los, e de novo aparecem repentinamente do outro lado, a uns metros de distância. O fenômeno é chamado Aporte, em Parapsicologia.
Em Itu (SP), dentro de uma urna de madeira e vidro, chorava um santinho de N. Sra Aparecida, e sangrava abundantemente, uma estatueta de Cristo.
Foi muito fácil verificar que o aporte era realizado por Dona Hermínia, a dona da casa. Nem a virgem chorou, nem o cristo sangrou quando Dona Hermínia estava longe.
Estando ela a bem menos de 50 metros, suas lágrimas e seu sangue chegavam ao santinho e à estátua através da parede, ou da porta fechada, através da madeira e do vidro da urna que eu mesmo tinha lacrado. Eram mesmo lágrimas de Dona Hermínia: o mesmo fator RH, o mesmo número de glóbulos brancos e glóbulos vermelhos...como verificamos depois.
Escolhi alguns dos muitos caso sem ambiente religioso. É claro que há casos análogos em todos os ambientes. No Brasil se fez famoso o caso do poster de D. "Santinha" (Maria das Neves Marques). Sobre a fotografia da defunta e perante toda classe de testemunhas, escorriam lágrimas. Eram lágrimas mesmo. O fenômeno começou quando a dona da casa D. Maria das Neves Medeiros, no quarto onde estava a fotografia da mãe, contava um sonho que tivera a respeito dela. Logo muitas pessoas vieram com explicações mirabolantes como por exemplo: os mortos estariam se comunicando.
Será necessário lembrar que os mortos não tem sangue dos vivos???
Um detalhe importante em todos os casos de aporte (e para qualquer fenômeno parapsicológico de efeito físico): afastem da casa, a mais de 50 metros, todas as pessoas; e encham a casa de filmadoras, gravadores, máquinas fotográficas automáticas, sensores de movimento, sensores de calor, etc...NADA ACONTECE.
É abolutamente necessário a presença do ser humano. Porque é a sua Telergia, a sua energia corporal transformada e exteriorizada (dirigida pelo inconsciente) a responsável pelo fenômeno aqui e agora. Não age sobre o passado, nem no futuro.
Oscar G. Quevedo S.J.
5.1.15 Dermografia
O termo é uma composição proveniente das palavras gregas "dermos"=pele e "grafia"=escrita
Estigmas divinos e diabólicos
O fenômeno é tão antigo quanto a própria humanidade. Sua explicação esteve sujeita às mais diversas interpretações. Ora era tido como um sinal ou castigo de Deus, ora como uma atuação e demonstração do próprio poder do demônio. As interpretações variavam conforme a época e o misticismo próprio do meio sócio-religioso ou supersticioso.
Certas dermografias eram atribuídas a Deus, como é o caso de muitos sinais dermográficos de estigmatizados.
Outras dermografias eram atribuídas ao demônio, na época clássica da bruxaria. Exemplo: Eram variados os estigmas dos feiticeiros ou "endemoninhados" da Idade Média ou do Renascimento. Podiam consistir em "marcas" sob a forma de lua crescente, uma garra, um par de chifres, uma pata de gato ou de um sapo. Algumas vezes-segundo afirmam as atas da Inquisição- os "estigmata diaboli" estavam simulados sob a língua, por debaixo das pálpebras, no nariz, embaixo dos cabelos ou nas "partes secretas do corpo". Na concepção dos juízes e inquisidores, as marcas diabólicas podiam ser também frias e insensíveis. Costumava-se por isso, para descobrí-las, raspar o acusado, e introduzir agulhas nas regiôes suspeitas. Caso ele não gritasse em cada nova picada, era um aprova cabal de sua culpabilidade.
Influência da imaginação
A preocupação, o medo, a angústia e outros sentimentos agem sobre o organismo. Os neurologistas Hacke e Tuke, Toussaint e Barthelemy, contam o caso de uma senhora, que vendo seu filho passar por um portão de ferro, que caiu no exato momento em que ele atravessava, assustou-se, receando que os pés do menino tivessem sido atingidos. Resultou que no corpo da mulher, nos lugares correspondentes a que ela imaginara o acidente, e principalmente nos calcanhares, apareveram riscas vermelhas.
Outra mulher teve o pescoço marcado por um círculo eritemoso, por ter receado que um suporte de ferro da chaminé caísse sobre a nuca de seu filho.
Nestes dois casos vemos claramente uma sinalização dermográfica relacionada com um sentimento, com uma imagem.
Até no feto
Pesquisas feitas no "Antioch Colleg" (USA) resultam numa prova indireta a esse gênero de ocorrências, ainda muito contestadas. Com o auxílio de aparelhos registradores muito sensíveis, os fisiologistas do Instituto demonstram que dentro do útero materno, a criança reage por movimentos muito nítidos, à aceleração das batidas do coração ou soluços, a determinados estados psíquicos da mãe, tais como medo repentino, ansiedade, irritação e cólera. Um simples ruído pode provocar agitação na criança.
O Dr. Sontag considera que à influência da cólera, da irritação ou do medo, o organismo materno projeta no sistema circulatório, uma quantidade maior de adrenalina e de acetilcona. Essas substâncias hormonais atravessariam a placenta e excitariam o sistema nervoso da criança.
Sabe-se que a criança não só reage ante os estados psíquicos da mãe, como pode ficar seriamente influenciada e marcada por esses estados. Um medo, uma idéia fixa da mãe poderá não apenas afetar o psiquismo da criança, mas poderá afetar igualmente o próprio organismo em formação.
Até em animais
E, não é de se admirar se tal influência pode verificar-se em seres humanos, quando influência idêntica é constatada até no reino animal. Um fato verdadeiro, espantoso foi estudado em 1921 pelo "Institut Metapsychique International".
Em 1921, o Sr. Duquet, um dos veterinários mais conceituados de Nice, foi incumbido pelo jornal local, o "Eclaireur" de Nice, para examinar um fenômeno estranho ocorrido no interior de uma padaria da cidade. Uma gata tinha parido um gatinho marcado no peito com o número : "1921".
O fato foi verificado pelo veterinário e publicado naquele jornal devidamente ilustrado por fotografias do local e dos números impressos no gatinho, que apareciam perfeitamente nítidos.
O Instituto enviou ao local um dos seus correspondentes, o Sr. Prozor assistido pelos senhores Duquet e pelo secretário do Consulado da Rússia em Nice.
No documento escrito ao Instituto, os encarregados declararam:" as manchas cinza-escuros estão dispostas como algarismos sobre um fundo mais claro e são formados por pelos naturais sem nenhum vestígio de corante".
"Os algarismos, pela sua forma, imitam os que se encontram escritos nos sacos comprados em uma fábrica de massas alimentícias, pelo Sr. Davic, que é padeiro.Alguns desses sacos tem em cima do número, três estrelas. Verificamos também que o número constante no peito do gato apresenta em sua parte superior tres manchas pequenas. A ninhada à qual pertencia o gato, estavam ainda tres outros, dos quais um cinzento, igual à mãe e tem a mesma inscrição, localizada mais abaixo, atravessada na barriga, porém menos visível."
"Fotografamos os dois gatos e os sacos. Atestamos formalmente que o exame por nós realizados, não dá margem à suposições ou a qualquer outra espécie de fraude".
E qual havia sido o processo de formação? O Conde Prozor soube que já na metade da gestação, a gata perseguia um rato, que se escondeu atrás de um saco de farinha que não tinha nenhuma inscrição. Para impedir que a gata, com suas garras rasgasse o saco de farinha, a Sra. Davic jogou um saco vazio para proteger o cheio. Tendo sido sua caça parcialmente impedida, mesmo assim a gata não desistiu da caçada e durante horas a fio, ficou à espreita, com os olhos fixos no saco vazio que levava a inscrição "1921" e acima tres estrelas.
A realidade da influência do pensamento, das idéias das mães sobre os filhos era conhecida das antigas matronas gregas e romanas. Acreditando que este fenômeno parapsicológico raro, fosse mais comum, passavam elas horas inteiras contemplando as estátuas de seus deuses e ídolos, certas de que esta contemplação produziria efeitos semelhantes nos fetos em gestação. Entre a classe média, era comum Ter no quarto, estátuas de rara beleza, na convicção de que a beleza da estátua se refletiria no filho mediante a contemplação da mãe. É chamada ideoplasmia das mães, que tanto pode ser positiva quanto negativa, dependendo da idéia dominante.
Experiências científicas
Muito importante é o fato da pele, por sí, constituir um dos órgãos mais influenciáveis por ações psíquicas. As emoções, como nós todos estamos acostumados a observar, tornam o indivíduo pálido ou corado, com muita facilidade.
Dado o contínuo desenvolvimento da ciência, a dermografia encontrou uma explicação humana: " Aos muitos fenômenos de estigmatização religiosa e demoníaca, pode-se acrescentar as inúmeras experiências de queimaduras, equimoses, dermografia por sugestão que foram realizadas ou estudadas por muitos pesquisadores.
A pele pode apresentar manifestações patológicas, criadas tanto pela hipnose, quanto pela simples auto-sugestão inconsciente. Charcot, empregando a sugestão hipnótica, conseguiu obter grande inchação de uma das mãos, enquanto que a outra se conservava normal. Jendrassik fez a aplicação de um ferro, que provocou sinais de queimaduras, deixando inclusive cicatrizes, quando na realidade era pura sugestão.brunermann demontrou ser possível criar, por meio de sugestão hipnótica, furúnculos, eczemas, úlceras e outras manifestações cutâneas que também podiam desaparecer pelo emprego de sugestão contrária.
Com hipnose nos histéricos
Se a sugestão ou a auto-sugestão é capaz de produzir determinados efeitos sobre o próprio corpo, ou no caso de mães sobre a criança; a hipnose viria confirmar a realidade e traria uma enorme contribuição para a compreensão de fenômenos tidos como exclusivamente operados por Deus ou pelo demônio. Estas constatações produziram uma grande luz sobre o problemas dos estigmatizados.
Possivelmente, o tema mais debatido na experimentação sobre a fenomenologia hipnótica, é o que se refere à possibilidade de obter bolhas cutâneas pela simples ação de estimular representações mentais.
Grande precisão
A vesicação hipnótica, como é chamada, foi suspeitada, no começo por diversos especialistas que buscam a explicação racional do fenômeno de estigmatização religiosa.
Os doutores Bouru e Burot de Rochefort, Liebault e Focachon realizaram experimentalmente a estigmatização, sugerindo-a pura e simplesmente. Depois o fenômeno tem sido frequentemente repetido.Encontram-se numerosos exemplos nas obras sobre o hipnotismo médico.
A precisão que se pode alcançar na vesicação sugerida, não fica devendo em nada aos estigmas religiosos.
Para realizá-la, traça-se com a ponta de uma espátula, uma palavra, uma figura ou marca sobre a pele do hipnotizado e lhe sugere que sangrará em todos os lugares onde tiver sido tocado com a ponta da espátula. Ea inscrição, primeiramente invisível, vai gradativamente avermelhando-se; depois o sangue começa a aparecer.
O professor Artigalas sugeriu a um paciente sujeito a hemorragias naturais pelos ouvidos e olhos, que o snague iria brotar das palmas das suas mãos. A sugestão surtiu efeito e foi preciso outra em sentido contrário para fazer desaparecer esses sintomas.
Em 1885, os doutores Bouru e Burot apresentaram no congresso de Genoble o caso de um doente no qual provocaram por sugestão, uma dermografia intensa de exsudação sanguínea. Por outro lado, o Dr. Mabille obteve com toda facilidade, em Louis Viré, a aparição de um "V" sanguinolento no braço.
Parece pois, completamente fora de dúvida que a dermografia é um processo ideoplasmático (idéia plasmada no organismo), possível de ser provocado com pessoas de tendências histéricas.
O Dr. Eugene Osty pensava uma palavra ou um símbolo; a senhora Karl adivinhava às vezes, o pensamento de Osty, trascrevendo-o dermograficamente na pele.
A dermografia demonstra categoricamente o poder espantoso do psiquismo sobre o organismo
A explicação fisiológica
Que a causa da dermografia é o influxo do psiquismo sobre o organismo é evidente. Mas não se conhece, no estado atual da ciência, o processo desse influxo. O Dr. Osty, explicando as fantásticas dermografias da Sra. Kahl e logicamente, outras dermografias afirma: "acontece que ela, para realizar a dermografia de seu pensamento consciente ou inconsciente, deve por meio de um ato engenhosamente seletivo das células piramidais de seu cérebro, agir com tal precisão sobre a hierarquia dos centros vasculares do sistema nervoso vegetativo, centros estes dispostos nos núcleos cinzentos subcorticais, na protuberância, no bulbo, ne medula espinhal, nos gânglios da coluna vertebral, etc. resultando finalmente numa diatação dos únicos vaos capilares; devendo servir ao traçado do que deve ser inscrito, continuando a circulação sanguinea contígua a e efetuar-se normalmente, sem "codificação" do tonus.
Ora, a exatidão atingida parece extraordinária, quando se sabe que a rede capilar microscópica excessivamente enovelada, que espalha a substância do sangue no interior dos tecidos, se fosse estendida na superfície cobriria aproximadamente sete mil e trezentos metros quadrados.
O fisiologista Pavlov supõe que um novo caminho se forma entre os centros nervosos excitados pelas sensações que provocam o reflexo condicionado e o caminho normal que desencadeia o reflexo absoluto.
E Robert Tocquet afirma: "Nos casos de estigmas, acontece a mesma coisa.A visão alucinatória de uma chaga, seja de Cristo ou de outrem, as sensações dolorosas imaginárias que se originam, permitem de maneira verossímel ao influxo nervoso de se abrir progressivamente um caminho até os centros cérebro-espinhais que comandam, por um lado, a irrigação vascular cutânea, e por outro lado, os fenomenos de fagocitose."
"Aliás existem chagas com aparência de estigmas provocadas por uma doença da medula, e tendo uma origem nervosa. Seja como for, a sensação inicial provocará uma congestão local dos vasos, seu rompimento e a destruição da derme por fagocitose, sendo que este último fenômeno pode ser provocado pelo primeiro."
Conclusão
A dermografia é uma ação cerebral sobre o sistema nervoso simpático que comanda os corpos capilares da pele. A seleção destes corpos em vias de representar um desenho, é uma maravilha bem fora da fisiologia normal. Agem em estados normais, de transe, de hipnose ou de exaltação profunda. É um fenômeno especial, á margem da fisiologia normal, parapsicológico.
José Lorenzato- revista de Parapsicologia 23
5.1.16 Levitação
Por levitação, designa-se o levantamento- acompanhado ou não- de um movimento de transladação do corpo humano no espaço.
Truques de levitação são inúmeros e com várias técnicas de realização. Mas existe a levitação autêntica.
Os maiores dotados de fenômenos parapsicológicos de todos os tempos pesquisados, raramente conseguiram levitar-se. Entretanto, se julgarmos os resumos das experiências, vemos que D.D. Home, Stainton Moses, Eusápia Paladino e outros menos afamados, tiveram levitações. As mais completas, as mais observadas e as mais extraordinárias, foram certamente as de Daniel Dunglas Home.
Em nenhuma levitação, considerada autêntica, sem truque, é levantada outra pessoa. Só pode levitar-se o próprio dotado. Outra pessoa só será levitada, se o dotado atuar sobre o instrumento onde aquela estiver sentada, como uma cadeira por exemplo..
É que o ser humano pode atuar parapsicologicamente, por força física sobre sí mesmo, não sobre outra pessoa.
Muitos casos de autêntica levitação aconteceram e acontecem em ambientes sem conotação de nenhum tipo de religião. Ou, em outras palavras, na mais diversa variedade de conotações religiosas: católica, protestante, hindú, maometana, demoníaca, espírita, ocultista, etc.
O conjunto de todos os casos, principalmente dentro da hagiografia católica, onde o fenômeno mais se verifica, é de valor incontestável em prol da existência da levitação. Exceto raras ocasiões, as levitações dos santos se deram em plena luz do dia. Nunca existiu por parte do santo(místico), o desejo de impressionar ou de atrair a atenção sobre o que estava se passando. Possuímos, pelo contrário, muitas provas de que os expostos a estes êxtases, fizeram o possível para ocutar o fato às demais pessoas. Sua humildade sentia-se ferida pela atenção que atraia e pela veneração de que eram objeto. Casualmente suas levitações foram observada por uma ou mais pessoas.
Alguns parapsicólogos modernos da chamada escola norte-americana, negam a levitação, inclusive o veredito da verdade histórica, ou existência científica, simplesmente pelo fato de não Ter-se medido com estatística matemática, em laboratórios. É simplesmente ridículo: em laboratório e por estatística matemática, poder-se-ia obter alguma ótima confirmação em mínima escala, de que todas ou quase todas as pessoas tem algumas mini-manifestações iniciais ou vislumbre de faculdades parapsicológicas. Mas, verdadeiros fenômenos parapsicológicos, principalmente de efeitos físicos, jamais poderão ser obtidos em laboratório e menos ainda com a frequência que exige a estatística matemática.
Querer submeter a História, a Parapsicologia, como ciência e como verdade, à estatística matemática e laboratório, é um erro gravíssimo. É o cientista que deve adaptar-se às exigências da realidade e não a realidade aos preconceitos de determinados "cientistas". Em outros ramos da ciência, por exemplo, físicos, é possível; nos psíquicos e principalmente nos parapsicológicos, certamente não o será.
O fato da levitação é um assunto muito apto para a verificação, porque existindo, não requer testemunhos de peritos para comprová-lo.É só chegar perto e rodear com as mãos e braços o corpo da pessoa levitada e verificar se não há fios ou suportes. Qualquer pessoa (de boa fé) pode verificar... A cura de um cego, a de um tumor maligno-canceroso e em outros casos, a revitalização de um morto, oferece maior deficuldade de verificação, necessitando de peritos.
Seria ilógico admitir, de um lado a telecinesia, e de outro, negar a levitação, dadas as conexões comprovadamente estreitas entre as duas categorias de fenômenos.
É conveniente frisar que a levitação não pode ser apresentada como um dos milagres exigidos para a beatificação ou canonização. Após o processo sobre a heroicidade das virtudes como testemunho divino em prol da santidade de um servo de Deus, os milagres hão de realizar-se após sua morte.
A explicação parapsicológica-
A Levitação poderá ser exercida por alavancas ectoplasmáticas apoiando-se no chão. Por esta teoria mecânica, a gravidade seria equilibrada por uma força igual dirigida de baixo para cima. Por ectoplasma se entende a energia corporal exteriorizada e visível. Não conhecemos nenhum caso de levitação autêntica na qual se tenmha visto o ectoplasma.
Pela telergia- Embora os autores melhor informados não sejam unânimes na explicação, parece que a explicação por telergia é não só a preferida, senão também a mais plausível entre todas as aventadas.
De fato, se um médium em estado de transe é capaz de soerguer uma mesa, uma cadeira, um objeto qualquer através da transformação e exteriorização invisível da sua energia somática (ás vezes visível- ectoplasma), que chamamos telergia, não poderia com a mesma força aplicada, não já à mesa, mas a sí mesmo??
O estado de transe e de êxtase ( A diferença entre transe e êxtase é mais oral que real; ambos são efeitos somáticos do "entusiasmo" interno) facilita a liberação da telergia comandada pelo psiquismo inconsciente. Não existe nenhuma contradição na aplicação da telergia no próprio corpo, da mesma maneira que atua sobre qualquer objeto. E, da mesma maneira, que na telecinesia, os objetos nunca golpeiam diretamente outras pessoas (só se for por ricochete-indiretamente); a levitação só pode ser do próprio corpo do dotado e não do corpo de oura pessoa. (se vir alguem levitar outra pessoa, já saiba de antemão que é truque).
Compreende-se que a levitação venha acompanhada por outros fenômenos se estes se devem à telergia. É comum um fenômeno telérgico vir acompanhado de outro também telérgico, por exemplo: telecinesia, acompanhada de luzes (fotogênese), de pancadas (tiptologia), de odores (osmogênese), etc.
São Bernardino realino, estando levitado, estava cercado de luz: É mesma telergia que se manifesta de modos diferentes, na levitação ou na fotogênese.
Torna-se mais plausível supor que a levitação provenha da criação-afirma Robert Toquet- de um campo de força eletromagnética, oposta à gravidade.
Não é impossível que um efeito de anti-gravitação ou mesmo de anti-massa, seja, pela sua interpretação, a base das levitações. Essa energia física, qualquer que seja, capaz de provocar esse efeito anti-gravitacional no homem, é incluída no que, sem mais determinações, chamamos de telergia.
Conclusões -
Sem negar que excepcionalmente certas levitações de santos e místicos (por cima das núvens, como Jesus cristo, evidentemente rompendo qualquer dimensão humana) sejam de origem sobrenatural, a Levitação, em geral é:
1) Um fenômeno real
2) Humano
3) Provocado por energia somática humana (Telergia)
José Lorenzatto - Revista de Parapsicologia, 27
5.1.16 Osmogênese
Osmogênese Parapsicológica
Entende-se por osmogênese o aparecimento parapsicológico de odores (do grego gêneses=produção; osmé=odor).
Passaremos por alto falsas osmogêneses obtidas por truques, as vezes grosseiros
Como todo fenômeno parapsicológico de efeitos físicos, a osmogênese se deve a exteriorização e transformação da energia somática. Deve-se à telergia. De uma maneira até hoje não bem conhecida e ainda não bem compreendida, esta energia, que segundo os físicos, é uma só com diversas transformações; em determinadas circunstâncias parapsicológicas deixa de ser tecido humano, ou térmica, ou motora, etc e se transforma em odorífica.
Neste artigo focalizamos a osmogênese entre os místicos católicos, por ser muito mais frequente. Não damos importância à diferença numérica; no entanto, a vida dos místicos e santos católicos tem apresentado, incomparavelmente mais casos de fenômenos parapsicológicos do que qualquer outro grupo.
Destaquemos que a ação da telergia para a osmogênese pode ser indireta, isto é, em vez da própria telergia apresentar-se como cheiro, poderiam, em certos casos, acontecer aportes de partículas odoríferas de flores próximas.
Osmogênese Milagrosa
Em cadáveres de santos-
Se certos fenômenos de osmogênese em vida são difíceis de serem explicados, muito mais o são na morte e depois, quando pela lei natural, segue a deteriorização e consequente estado de putrefação. Quando se poderia esperar emanações féticas provenientes da decomposição, surge do cadáver de muitos santos, um aroma próprio, característico, não identificável com aromas naturais ou artificiais, perdurável. É a isto que se denomina "odor de santidade". Durante toda a história este fato só foi verificado com o corpo de alguma pessoa santa, sempre no meio católico.
Um dos casos melhor comprovados é de santa Teresa de Jesus. Durou a osmogênese pelo menos 6 anos após sua morte com muitas verificações
Uma sucinta relação de nomes de santos mais conhecidos que se verificou a osmogênese em seus corpos:
São João de Deus: Vinte anos depois da sua morte, seu corpo exalava suave perfume.
São Pascoal Bailão: 19 anos depois, por exumação do corpo incorrupto emanava suave fragrância.
São João Facundo: 54 anos após sua morte, por ocasião de sua transladação, emanou extraordinária fragrância.
São Vicente de Paula: 77 anos após a morte, apesar de estar seu corpo reduzido a pó, dele provinha o típico "odor de santidade".
São Tomás de Vilanova: 27 anos depois, uma fragrância notável.
Santa Teresa de Ávila: com maravilhosa fragrância, 6 anos após.
São João Câncio: 130 anos após, do corpo reduzido a pó, emanavam suaves odores.
Os exemplos citados, para não aumentar indefinidamente o número, são bastante para dar uma idéia da extensão do fato inexplicável do "odor de santidade" verificado em cadáveres, incorruptos ou não, em meio católico.
Se é possível que em vida de algumas pessoas, santas ou não, se verifique o fenômeno da osmogênese e que este fato tenha uma explicação natural, telérgica, exteriorização e transformação da energia somática em determinadas situações de excitação psicológica ou parapsicológica, esta mesma explicação se torna insustentável ao se tratar de um corpo morto.
Poderia ainda pretender-se alguma explicação natural desconhecida quando o fato é verificado logo depois da morte ou poucos dias depois: talvez fosse uma continuação ou consequência no cadáver do influxo sobre o organismo. Mas nenhuma ciência poderá explicar o fato, verificado há muitos séculos, que continua ocorrendo e que está confirmado por estudos aprofundados, do "odor de santidade" nas suas características específicas e, significativamente, fenômeno relacuinado exclusivamente com santos católicos.
Em lugares-
Embora muito rara, a osmogênese supranormal ou milagrosa, como pode ser verificada com determinados cadáveres de santos, é também verificada em determinados locais, independente de pessoas, mas ligada a alguma manifestação divina. No dia 12 de Abril de 1947 Bruno Cornacchiola acompanhado por seus tres filhos, Isola de 10 anos, Carlo de 7 e Gianfranco de 4 anos estava dando um passeio pelo campo, nas proximidades de uma gruta. Gianfranco olha para a gruta e cai de joelhos, com as mãos postas dizendo: "Que bela Senhora, que bela Senhora". Sucessivamente acontece com os demais e finalmente com o Pai que era totalmente indiferente religiosamente. A "aparição" (visão) dizia chamar-se Nossa Senhora da Revelação. O local ficou sendo conhecido como : " A gruta das três fontes", e as curas de sucederam contando-se entre elas verdadeiros milagres, milagres atestados e bem verificados por médicos e parapsicólogos. Neste local, conforme relata o médico Dr. Roberto Alliney,além de outros milagres, constatou-se a osmogênese milagrosa. O odor suave foi percebido nas mais diversas horas do dia, em várias temperaturas diferentes, com chuva ou com sol, com vento ou sem ele.O que poderia se esperar da gruta seria justamente o contrário, uma vez que a gruta era local de despejo de lixo, cheia de imundice.
Esta osmogênese sobrenatural (milagrosa), tão claramente superior à osmogênese natural (parapsicológica), foi um dos milagres que deu fundamento científico-parapsicológico ao teólogo para deduzir que aquela "aparição" (visão), alucinatória em sí mesma era providencial, pretendida por Deus.
Todas as circunstâncias naturais verificam-se em outras pessoas, só a doutrina é diferente. Seria absurdo atribuir o "odor de santidade" à doutrina em sí mesma. Não fica, pois, senão aceitar que o "odor de santidade" ( assim como todo Milagre autêntico) é realizado por Deus para confirmar precisamente a Doutrina.
É inútil dizer que exclímos qualquer possibilidade de explicação natural ao afirmar uma osmogênese milagrosa. Não nos referimos à prática dos primeiros cristãos de jogarem nos corpos dos mártires, suaves perfumes como símbolo de imortalidade. Esta explicação racionalista poderá solucionar talvez alguns casos antigos.
Concordamos também com o bolandista Victor de Buck em que alguns casos de fragrância exalada da tumba podiam proceder de ervas aromáticas colocadas no ataúde.
Tais não são as explicações científicas do fenômeno em outros casos, tantas vezes verificados, e onde é excluída qualquer possibilidade de faculdades humas. (de ser um fenômeno natural); ou seja não tem explicação.
São fatos de todo fora de série, inexplicados e inexplicáveis, em ambiente religioso, divino católico; perante os quais é impossível permanecer indiferente, cético, ou simplesmente negar a realidade.
Cabe à ciência, uma vez que o fato é perceptível pelos sentidos, analisá-los e tentar explicá-los, estabelecer a superação das possibilidades de uma explicação natural.
Corresponderá então à ciência verificar o ambiente em que aconteceu tal fenômeno sobrenatural, deixando após isso, o fato à teologia.
José Lorenzatto - Revista de Parapsicologia 29
5.1.18 Escotografia
Escotografia (Skotos=obscuro e grafein=escrever), é o termo proposto por Felícia Scatcherd no Primeiro Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas realizado em Copenhague. Seria impressão no escuro, em oposição à fotografia propriamente dita, que é a impressão pela luz.
Poderíamos classificar a escotografia, como método de ajuda para pesquisar a fenomenologia parapsicológica, visando o processo técnico por meio do qual se obtém as fotografias. Ou mais exatamente, segundo a natureza das radiações pelas quais seria impressionada a chapa fotográfica.
Deste modo, a classificação é a seguinte:
-Fotografias de objetos visíveis capazes de impressionar não só as chapas fotográficas como também nossa retina.
-Fotografias de objetos invisíveis que apesar de incapazes de impressionar nossa retina, deixariam seus vestígios nas chapas fotográficas.
As primeiras seriam chamadas fotografias parapsicológicas. As segundas, objeto de nosso estudo, são as escotografias,ou também chamadas "fotografias espíritas", "fotografia transcendental", "fotofrafia do pensamento", "psicofotografia".
Tudo o que é visível para a objetiva da máquina fotográfica e susceptível de ser reproduzido na fotografia, deve necessariamente, por essa mesma razão, ser visível ao olho humano??
Devemos responder que realmente existem coisas totalmente invisíveis ao olho humano, e que, porém, podem ser fotografadas. Por exemplo, num quarto ao qual só tem acesso os raios ultra-violetas do espectro solar, uma fotografia pode ser tirada por meio dessa "luz escura". Num quarto assim iluminado, os objetos são claramente visíveis para a lente da câmara escura; em todos os casos eles podem ser reproduzidos sem que a mínima claridade seja percebida pelo olho humano.
A dramatização mais frequente foi a de atribuir as escotografias aos espíritos dos mortos. Com isto, houve uma grande dificuldade no campo da pesquisa, dado que a maioria da bibliografia existente denota uma grande falta de objetividade por estar mesclada de paixões religiosas que dificultam um trabalho objetivo e eficiente.
Truques
William H. Mumler é tido como o primeiro experimentador neste gênero em Boston (Estados Unidos) em 1861. Mumler dedicava seu tempo de lazer à fotografia. Certo dia, viu numa de suas provas, uma figura estranha ao grupo que fotografara. Foi o nascimento "oficial" de um dos fatos mais discutidos e polêmicos que lembra a história da Parapsicologia.
A explicação "lógica" que se encontrou foi que se tinha conseguido finalmente fotografar os "espíritos dos mortos". Segundo Alexandre Aksakof, o Sr Mumler obteve escotografia inclusive quando a experiência foi dirigida por quatro fotógrafos profissionais que se encarregaram de efetuar pessoalmente as operações, do lavado da chapa até o revelado; e ainda utilizavam seus próprios aparelhos.
Mas o caso Mumler tomou um rumo diferente no conceito dos sábos quando o Doutor Gadner (espírita), enganado longo tempo, descobriu que tudo fora devido à dupla exposição. O metódo é muito fácil e serve para fazer acreditar que se obteve "um corpo astral exteriorizado".
Suponhamos que o mistificador quer produzir um fantasma ao lado de uma pessoa real. Um modelo real ou um manquim vestido de roupas claras será fotografado diante de um fundo preto e com luz tênue. Depois, se servirá da chapa ou do filme assim preparadoss para fotografar o cliente que deseja ter perto dele uma "imagem espiritual". Se o cliente tiver apresentado uma fotografia da pessoa falecida antes de ser fotografado, tudo é mais fácil: substitui-se a cabeça do manequim pela da fotografia e todos ficam contentes.
Por ser fácil de fazer e de grande efeito, este truque tornou-se famoso entre alguns "médiuns". Entre eles se tornou tristemente célebre o francês Buguet. Trabalhou na França e Inglaterra onde fez fortuna. Poco antes de ser chamado a comparecer perante a justiça, efetuou uma série de experiências com a viúva de Allan Kardec e Leymarie. ( Leymarie era o sucessor oficial de Allan Kardec e Diretor da Revue Espirite". Buguet tinha se associado a Leymarie) No dia 12 de maio de 1874, apareceu na experiência o falecido esposo e famoso codificador da doutrina espírita, com a frase: "Obrigado minha querida esposa, obrigado Leymarie, coragem Buguet".
Mas...um senhor de Montrevil-Surmer pediu a Buguet a fotografia do "espírito" de seu filho morto na idade de dez anos e meio. Apareceu a fotografia de um homem de cinquenta anos.
Erros como o citado, em grande número, ocasionados pela quantidade de clientes que atendia assiduamente, obrigaram o governo francês a intervir. Buguet foi submetido a julgamento em 1874, juntamente com Leymarie. Buguet teve que confessar o truque perante o acúmulo de provas apresentadas. Foi condenado.
Explicou que enquanto o cliente se encontrava na sala de espera, ele procurava no arquivo alguma imagem que se assemelhasse ao pedido para ser depois evocada. A sobreposição era trabalho fácil.
Mas não acabaram as discussões. Houve inclusive no julgamento, momentos cômicos. Buguet chegou a confessar às pessoas que tinham acreditado nele, a maneira pela qual realizava o truque, mas foi impossível convencer as "vítimas", que, mesmo assim continuavam acreditando nas fotografias do além.
Segundo a "Revista Inglesa de Fotografia" somente na década de 1870 na Inglaterra enriqueceram-se trinta e cinco fotógrafos profissionais de fotografias do além.
Para demonstrar como era fácil trucar (enganar),numa experiência dessas, o engenheiro McCarthy (membro da "Society for Phychical Research") avisou que ia fazer uma foto e que trucaria no transcurso dela. Os investigadores, no transcurso da sessão, celebrada em 1934 na filial da "S.P.R" de Sheffied, não puderam perceber nada estranho durante toda a experiência. Porém, trucou fazendo aparecer quatro linhas da Bíblia em Chinês e vários"representantes do "outro mundo". Realizou isto, como depois explicou, por meio de um minúsculo aparelho emissor de radiações ultra-violetas escondido entre os dedos, com o qual projetava um micro-filme do tamanho de uma cabeça de alfinete ou um pouco maior.
Deve ter-se presente a grande credulidade dos clientes destas sessões de "fotografias de espíritos". Basta mostrar a uma dessas pessoas, uma fotografia fora de foco, circundada por um aro branco, para que imediatamente eles reconheçam na fisionomia um de seus parentes falecidos.E com freqüência, dá-se o caso de ser a mesma imagem identificada por uma pessoa como sendo o pai e, por outra como sendo a do seu irmão; e o original não é de nenhum dos dois, mas foi tirado de outra pessoa, não relacionada em coisa alguma com qualquer um deles.
Por outra parte, em certas ocasiões, a casualidade vem reforçar admiravelmente a crença de que umas manchas combinadas fortuitamente são a imagem verdadeira de algum defunto da família.
Para a dupla imagem que produz uma série de siluetas mais ou menos transparentes, o mais frequente é um minúsculo buraquinho na objetiva da câmara ou um deslocamento lateral da pessoa fotografada.
Outro truque: as cortinas que servem de fundo enquanto se tira a fotografia podem esconder qualquer artifício. É fácil pintar, desenhar siluetas com soluções de sulfeto de quinino, de fluoresceína, ou poções de "marrão"da Índia, de frexo, etc. Invisíveis ao olho nú, as siluetas aparecem sobre o filme fotográfico, à luz do flash da máquina fotográfica.
Além do filme todo o material pode ser trucado: a câmara, a objetiva que produzirá uma imagem acrescentada, as dobras; impregnando-as com um material fosforescente, etc.
A hipótese do truque (consciente ou incosnciente, mais frequentemente consciente) embora não tenha sido constatado em todos os casos, tem sido em tão grande número que justifica uma grande desconfiança.
Tornou-se célebre uma fotografia de Conan Doyle na qual aparecia também seu filho, morto na guerra de 1914. Esta foto foi apresentada no congresso espírita Internacional de 1928, celebrado em Paris.
Conan Doyle, ardente defensor das idéias espíritas, aparece aos nossos olhos como uma pessoa profundamente afetada pela morte de seu filho, perante a qual sente necessidade de acreditar em comunicação com o além, como elemento consolador.
5.1.19 Ectoplasmia
Conhecemos a telergia, que poderíamos defender como uma força psicofísica exteriorizada. Algumas vezes esta força está condensada, apresentando-se até visivelmente. Uma força condensada, dirigida pela psicobulia e dependente dela, teoricamente, poderia ser modelada.
A exteriorização dessa substância e sua formação externa, mais ou menos modelada e modelável, foi descrita de maneira sistemática, pela primeira vez entre os metapsíquicos (parapsicólogos), por Schrenck-Notzing. Ele a chamou teleplastia. Outros especialistas a designaram pelos nomes análogos de teleplasia, teleplasmia, assim como ectoplasia, ectoplastia e ectoplasmia. Nós adotaremos o termo ectoplamia porque, designando o fenõmeno, é o termo mais frequentemente usado.
Ectolplasmia ou, em concreto, ectoplasma, deriva do grego "ectos"=fora e "plasma"= coisa formada ou modelada. O termo foi criado por Chales Richet (Traité de Métapsychique- Paris-1923): "De início, uma massa confusa, mais ou menos informe...são estas formações difusas que eu chamo ectolplasmas, porque parecem sair do corpo."
Ectoplasmia designa o fenômeno; ectoplasma a substância.
As técnicas e materiais para trucar o ectoplasma são inumeráveis.Empregam-se tecidos especiais como sêda, tipo gaze ou musselina, com aparência vaporosa na escuridão. Alguns desses tecidos são tão finos que grande quantidade tem um volume insignificante, podendo ser escondido no ouvido ou até na cavidade de um dente falso. Um tecido especial de "sêda" japonesa com i,3 cm de volume pode formar um balão de 5 metros de diãmetro.
Já manejamos pessoalmente uma substância que se vende nas lojas (ao menos nas norte-americanas) para truques de espiritismo; uma substância apresentada em drágeas que metida na boca, desprende, quando se sopra, vapores brancos "misteriosos". Também usamos uma substância que untada nos dedos, produz neles, ao esfregarem-se, uma espécie de luzes ou chamas ou nuvens brancas e luminosas de notável efeito.
O ectoplasma deve ser considerado como um fenômeno de condensação da telergia, no sentido amplo em que consideramos a telergia.
Num primeiro estágio de condensação, a telergia não passa de um fluído ou pequeníssima radiação humana, sempre porém, um verdadeiro fenômeno metafisiológico. Em tal estágio inicial de condensação, só é perceptível mediante técnicas e aparelhos delicadíssimos sendo capaz de realizar só pouquissimo trabalho.
Oscar G. Quevedo S.J- Livro: As Forças Físicas da Mente (Vol.1)- Ed. Loyola
Trata-se a ectoplasmia do fenômeno pelo qual a força psicofísica – de tão condensada – apresenta-se em substância visível. Uma força condensada, dirigida pela pscobulia (vontade psíquica), mas ou menos modelada e que se externa em diversas formas.
Foi conhecida, primeiramente, como teleplastia, depois teleplasia e hoje como ectoplasmia.
ECTOS significa forma.
PLASMA significa coisa formada ou modulada.
ECTOPLASMA é s substância.
ECTOPLASMIA é o fenômeno.
Apesar de sua forma moldável, o Ectoplasma pode se apresentar invisível e intangível, mesmo realizando trabalhos que envolvam a força.
O ectoplasma pastoso é o mais freqüente de se tornar visível e pode-se perceber sua ligação com o corpo do dotado.
Num sentido amplo, a ectoplasmia deve ser enquadrada como fenômeno de condensação da Telergia, ou seja, a telergia sai do corpo do dotado (ectoplasta) exteriorizada e condensada em forma de ectoplasma, e chega ao objeto, razão pela qual se atravessarmos a linha entre o ectoplasta e o objeto, dificultamos a telergia. Há uma corrente de vinculação entre a substância e o próprio ectoplasta, tanto que há uma reação do dotado se, porventura, tocamos ou ferimos o membro exteriorizado.
Desaparecido o fenômeno, o ectoplasma é reabsorvido no organismo do dotado, razão pela qual afirmam os pesquisadores que trata-se de uma energia transformada e não propriamente de um composto químico.
5.1.20 Fantasmogênese
Fantasmogênese é a produção ectoplasmática de um fantasma ao menos aparentemente inteiro, de pessoa , animal ou coisa. O verdadeiro fantasma não é uma aparição meramente subjetiva, mas é imperfeito na reprodução do "modelo": o fantasma tem serta consistência material, porém é mais ou menos tênue, mais ou menos transparente, com pouquíssimo peso, em comparação com o peso do modelo reproduzido.
Como sempre em Parapsicologia, também na fantasmogênese deve-se ter muito em conta a fraude.
A fantasmogênese é feita pela ectoplasmia,que é a matéria prima para moldar as imagens do inconsciente do dotado: (ideoplastia). Da mesma maneira como se pode plasmar um rosto, um braço, ( ecto-colo-plasmia) etc, pode-se plasmar a imagem mais ou menos completa de um ser. Até se faz compreensível que a imagem é mais ou menos tênue, leve, transparente,(mesmo que fosse só por motivo de economia de ectoplasma pelo inconsciente). O que aumenta em tamanho diminui em densidade.
Assim considerada, a fantasmogênese nem precisaria de uma demonstração específica: é simplesmente uma modificação da ecto-colo-plasmia, um outro aspecto da ideoplastia.
A densidade do fantasma, às vezes é tão pouca que só é visível para os hiperestésicos.(pessoas com maior sensibilidade nos sentidos); quando não seja mera alucinação.
Até fantasmogêneses de monstros-
O Dr Osty realizou 41 seções (experiências). Sentiram o contato de monstros peludos lambendo os presentes, mordendo ou arranhando vestidos. Osty, modêlo de investigador, conclui que pessoalmente está convencido da realidade dos fenômenos de Guzik.
A célebre adivinha madame Freya sentiu a presença de um animal peludo e mal-cheiroso. Excepcionalmente, naquela ocasião tirou-se uma fotografia. A fotografia, porém, não captou absolutamente nada.
Como há fantasmas (produções ectoplasmáticas inteiras) de animais, há também fantasmas de coisas inanimadas (objetos)
Exemplo: William Crookes presenciou algumas fantasmogêneses realizadas pelo mais famoso de todos os dotados D.D. Home. As qualidades típicas do fantasma (tênue, vaporoso, não bem acabado) são muito bem descritas: "Ao declinar o dia, durante uma seção do Sr. Home, na minha casa, ví, agitarem-se as cortinas de uma janela que estava a uns três metros de distância do Sr. Home. Uma espécie de sombra, meio transparente, semelhante a uma forma humana foi percebida de pé, por todos os assistentes. Esta forma agitava a cortina com a mão, e enquanto a olhávamos, ela se desvaneceu e as cortinas cessaram de se mover.
Como se vê, a fantasmogênese apresenta a forma de sombra; é meio transparente, porém sua densidade é suficiente para movimentar cortinas.(telecinesia causada pelo ectoplasma)
Aparecimento Gradativo-
Começamos a análise interna da fantasmogênese. Temos visto que nos casos tanto de fantasmogênese como de ecto-colo-plasmia, a formação aparece e desaparece de maneira gradual. Mostra-nos muito bem que a fantasmogênese se origina do ectoplasma, e que o fantasma (ectoplasma moldado) é de constituição vaporosa.
A constituição vaporosa, tênue, às vezes tenuíssima dos fantasmas é reconhecida por todos os autores de alguma seriedade e competência científica que investigaram o fenômeno.
O transe da famosa médium D'Esperance era tão superficial que ela conservava durante o fenômeno, quase completa consciência do que se passava: "O começo das manifestações é uma sensação de teias de aranha... Quando um ponto de luz atravessa as cortinas, posso ver a massa branca e vaporosa mover-se como o vapor de uma locomotiva. Várias vezes coloquei a mão nesse vapor, para sentí-lo e examiná-lo., mas não poderei dizer que tive a sensação de tocar alguma coisa."
O perispírito (como algumas pessoas defendem) é inadmissível. Trata-se só de ectoplasma, energia do corpo e nunca de "matéria no espírito"ou espírito "semimaterial" ou matéria "semi-espiritual, o que implicaria uma contradição de termos. A ideoplastia nada tem a ver com os espíritos ou os "perispíritos"dos mortos. Pelo contrário, ela explica como o inconsciente do dotado pode também plasmar a imagem de um morto.( ou de um animal, ou de um objeto)
Fantasma completo é raro-
Em comparação com a ecto-colo-plasmia, claro está que a fantasmogênese é muito mais rara: requer-se maior ideoplastia e mais ectoplasmia para a produção de um corpo inteiro do que para a produção de um só membro.
É do médium (pessoa em transe) e não do além.
Como todo fenômeno parapsicológico em geral e ectoplasmático em particular, também a fantasmogênese, evidentemente, depende do ectoplasta (dotado).
Já resumia admiravelmente Geley (Gustave Geley- L'Ectoplasmie): " Durante todo fenômeno de materialização (isto é, fantasmogênese e fenômenos ectoplasmáticos em geral) o produto formado está em óbvia conexão fisioláogica e psíquica com o mpedium. A ligação fisiolágica por vezes é preceptível sob a forma de um fino cordão ligando a imagem ao médium, o que pode ser comparado ao cordão umbilical que liga o feto à mãe. Mesmo quando esse cordão não é visível, a relação fisiolágica é sempre estreita. Cada impressão recebida do ectoplasma, reage sob o médium e vice-versa. A sensação reflexa da estrutura coexiste com o do médium. Numa palavra, tudo prova que o ectoplasma é uma parte exteriorizada do próprio médium.
Relações de peso
Embora de difícil experimentação, existe relação de peso entre o fantasma e o ectoplasta, o que confirma que o ectoplasma, para a formação do fantasma, é exteriorizado do corpo do dotado (sendo possível a pequena colaboração (inconsciente) dos assistentes, em efeito polipsíquico)
Consequentemente, sem negar que a pesagem indica que o corpo do ectoplasta perde peso para emprestar ectoplasma ao fantasma, não deveos porém, cair no erro, frequente entre os experimentadores, de considerar que o número de quilos perdidos pelo dotado corresponde exatamente ao peso do fantasma.
Influências externas
Mesmo quando os aparelhos atribuem ao fantasma menos peso do que ao dotado, mas ainda assim um peso bastante considerável, não devemos pensar que, de fato, o fantasma possua tanta matéria, porque sempre há várias possibilidades de que os números não indiquem o seu peso real. Há que considerar a possível ação telecinética sobre a balança. Tudo indica que o fantasma, tênue, vaporoso, ás vezes suspenso no ar e intangível, na realidade possui um peso reduzido.
Sede exagerada
A relação da dependência fantasma-dotado deduz-se também da enorme sêde que alguns ectoplastas (dotados) experimentam durante as sessões de fantasmogênese. Este fato é amis uma confirmação de que a substância para plasmar o fantasma é tirada do corpo do dotado. Pois é lógico que a perda da substância é o principal responsável por essa sede insaciável. Outros fatores secundários responsáveis pela sêde, são o próprio esforço realizado parta exteriorizar e dirigir o fantasma com a conseuqnte transpiração, as modificações estruturais ou fisiológicas experimentadas pelo organismo, etc.
O agente psíquico das fantasmogêneses é o inconsciente do próprio dotado. Os impulsos e esforços motores são também os do dotado. A energia orgânica do dotado se exterioriza e molda, dirigida e acompanhada pelas faculdades psíquicas inconscientes do próprio dotado.
Sendo a fantasmogênese um fenômeno extranormal, compreende-se perfeitamente que a densidade do fantasma seja inversamente proporcional ao afastamento do organismo que o produz.
Leia Também: A Farsa das Materializações
Oscar G. Quevedo S.J- Livro: As Forças Físicas da Mente (Vol.2)- Ed. Loyola
5.1.21 Ecto-colo-plasmia
Argila Psíquica- O ectoplasma, como "argila psíquica". Teoricamernte ao menos, poderia ser moldável para representar diversas figuras. Conforme fossem os tipos de reproduções, o fenômeno seria classificado sob diversos nomes.
Ecto-colo-plasmia é o ectoplasma moldado em formas de membros ou partes de pessoas, animais, ou objetos. No conceito de ecto-colo-plasmia veremos que deve incluir certo rudimentarismo na reprodução. O membro ou parte é reproduzido rudimentarmente, imperfeitamente,sem a verdadeira densidade e configuração da realidade que se trata de reproduzir.
Transfiguração consiste em uma simples modificação do próprio corpo do dotado. É o próprio dotado revestio de ectoplasma e inclusive corporalmente modificado, representando outra pessoa.
Formamos a palavra ecto-colo-plasmia simplesmente incluindo na palavra ectoplasmia, o têrmo colo, do grego "kólon" que significa membro de pessoa ou animale, por extensão, parte de um objeto. Ecto-colo-plasmia, etimologicamente significa bem o conceito em vista: a telergia condensada e maleável (plasma), exteriorizada (ecto) para formar um membro ou parte de algum ser (colo).
Como sempre, também em ecto-colo-plasmia, a fraude deve ser levada em conta, entretanto, deixar a investigação porque é difícil, dadas as muitas fraudes e querer negar todos os casos de ecto-colo-plasmia, como muitas vezes se tem feito, é atitude comodista e pouco científica.
Seria interminável enumerar todos os tipos de fraude realizados consciente ou incosncientemente pelos médiuns para trucar a ecto-colo-plasmia. Finíssimos retalhos de seda, convenientemente desenhados, máscaras dobráveis, balões de borrachas pintados, que depois se enchem pouco a pouco, e lentamente se esvaziam após a "misteirosa" aparição.Todos estes materiais se escondem facilmente na boca, no salto oco do sapato, etc...
Logicamente, devemos incluir em fraudes, todos os casos em que aparecem mãos ou rostos ou qualquer outros membros perfeitos, com circulação sanguínea, vivos... E não há dúvida de que são vivos mesmos, ou seja, são fraudes, membros autênticos do próprio médium ou de algum de seus cúmplices.
Por Oscar G. Quevedo S.J- Livro: As Forças Físicas da Mente (Vol.1)- Ed. Loyola
ECTO – significa forma, exteriorizada
KOLON – significa membro de pessoa, de animal e, por extensão, de objeto.
PLASMA – significa formada, modulada (maleável e condensável ) .
Portanto, ecto-colo-plasmia é a telergia condensada e maleável, exteriorizada para formar um membro ou parte de algum ser.
É o ectoplasma moldado em forma de membro ou partes das pessoas, animais coisas ou objetos.
A parte que é reproduzida é rudimentar, imperfeita. Não há reprodução de ecto-colo-plasmia perfeita, pois não tem verdadeira densidade e configuração do membro real que se pretende reproduzir. A reprodução nunca poderá ser idêntica ao modelo. A parte plasmada possui pouquíssimo peso.
O que nos leva à certeza da possibilidade de existir a ecto-colo-plasmia é a ideoplastia. O inconsciente molda o ectoplasma para reproduzir as imagens que ele tem ( rostos, membros etc.) . Quando essas imagens ou idéias saem do inconsciente e passam objetivamente para o consciente, damos o nome de ectoplasmia.
O ectoplasma molda-se em hastes, membros e, quando precisa atravessar obstáculos, adapta-se para solucionar o problemas. Vejamos: ao atravessar uma gaze ele abre buracos para a sua passagem. Isso nos faz compreender que a Ectoplasmia advém de um efeito da ideoplastia.
Eva Carrière foi a passoa que mais produziu fenômenos de ecto-colo-plasmia, presenciado pelos pesquisadores De Vesme, Sage, Jeanson e Robert Tocquet. Nos primeiros anos eram substâncias rudimentares e imperfeitas. Mais tarde quis apresentar ecto-colo-plasmia perfeitas e começou a fraudar.
Eusápia Paladino também realizou fenômenos de ecto-colo-plasmia, que quando não eram fraudes, eram evidentemente rudimentares.
Daniel D. Home, o mais notável dotado de efeitos parapsicológicos que conhecemos, realizou várias vezes esse fenômeno. Muitas pessoas viram um polegar e um dedo arrancar as pétalas de uma flor que estava em sua lapela, mas sempre o ectoplasma era rudimentar e imperfeito.
O pesquisador de fenômenos parapsicológicos Cookes afirma que algumas vezes tentou segurar as mãos plasmadas por Daniel D. Home entre as suas, mas aos poucos ela foi se evaporando até escapar de suas mãos.
O fenômeno da ecto-colo-plasmia, embora seja um fenômeno verdadeiro, natural, parapsicológico e, sobretudo não tendo nada do “além” é mutíssimo fraudado.
Ele depende do ectoplasma para se fazer perceber. Sem a força telérgica do dotado não há o fenômeno. Ele é quem exterioriza a telergia por sua psicobulia, de forma condensada e modelada (animais, partes do corpo, objetos).
É um fenômeno extra normal de efeito físico, possível e verdadeiro.
5.1.22 Pirogênese
Termogênese, como sua etimologia indica (produção de calor), é a energia humana (telergia) exteriorizada e transformada em calor. Quando a telergia produz fogo, o fenômeno chama-se pirogênese (etimologicamente, produção de fogo).
Dentro da termogênese, podemos aludir aos casos de elevação exacerbada da temperatura do corpo; as pessoas que dormem na neve, aquecidas, sem agasalho nenhum, e a derretem rapidamente; ou que em procura de refrigério para o calor que sentem fazem ferver a água em que mergulham; a violenta concentração de todo o calor do organismo numa determinada parte do corpo enquanto todo o resto fica frio como cadáver etc. Várias religiões, em todos os tempos, têm falado do "calor místico" (?!).
E com referência à pirogênese podemos aludir a esses casos e situações que originaram o apelido de pessoas "elétricas", sem atenuantes, pelas descargas, às vezes fortes, que provocam; roupas que ardem "espontaneamente" sobre o corpo, objetos que às vezes começam a arder quando determinada pessoa passa perto, incêndios. E a dramática autocombustão, inclusive a carbonização de todo o corpo, ou até só ficarem os ossos calcinados, ou nem sequer os ossos, em fracções de segundos, etc.
Tudo isso - como todos os fenômenos parafísicos- é causado pela telergia humana, dirigida (psicobulia) pelo inconsciente do próprio homem.
Oscar G. Quevedo S.J.
5.2.1 Psi-Gamma
A Parapsicologia demonstra que existe a Psi-Gamma, também chamada de " Percepção Extrasensorial"(ESP).
Em todas as épocas e povos há circunstâncias em que se conhecem fatos longínquos e mesmo futuros. Tal conhecimento não pode se atribuir aos sentidos.
Apesar das grandes dificuldades encontradas; em laboratório se demonstrou que o homem pode manifestar conhecimentos extrasensoriais, tanto para adivinhar pensamentos (telepatia), como acontecimentos físicos. (clarividência)
Psi-Gamma é inconsciente e incontrolável. Este novo mundo não material (logo, espiritual) descoberto pela parapsicologia amplia o espaço da realidade. Esta descoberta revoluciona os valores, a conduta humana e as instituições sociais.
5.2.2 Precognição
Precognição, no sentido estrito, é o conhecimento direto do futuro.
Chamamos espontâneos os casos de precognição realizados fora dos laboratórios de Parapsicologia. Nos últimos anos têm-se reconhecido milhares de casos espontâneos de conhecimento paranormal do futuro.
A precognição é um aspecto de Psi-Gamma que hoje está científica e absolutamente comprovada. As tragédias ou mortes coleticas, naturalmente são mais emotivas em geral do que as mortes particulares e, pelo mesmo motivo, desequilibram mais, facilitando a manifestação da precognição.
Os casos mais empolgantes e frequentes são espontâneos. E surgem completamente de improviso. Não é o homem que vai à procura da precognição; é a precognição que encontra o homem e o surpreende. Costumam surgir em circunstâncias especiais, como durante o sono natural ou em delírios causados pela febre, etc.
A precognição é mais fácil ( ou menos é difícil) e mais frequente (ou menos rara) com referência a acontecimentos fortemente emocionais: terremotos, suicídios, duelos, mortes, acidentes; ou impressionantes em sentido inverso: coroações de reis, bodas faustosas, vitórias após duras guerras. Entretanto, há precognições também de acontecimentos de pouca importância.
Sempre é necessária uma grande dose de desconfiança diante de qualquer suposta faculdade paranormal.
Fizeram-se milhares de experiências em laboratórios, cientificamente arquitetadas que demontram sem nenhuma dúvida, que de fato, existe no homem, esta fauldade de conhecer o futuro.
A ciência internacional examinou de todos os pontos de vista, os resultados obtidos, manifestando em sucessivos Congressos, a constatação da existência da precognição.
Prazo existêncial
Tanto pela análise dos casos espontâneos como por comprovações e estudos em laboratórios, a relação entre PG e o tempo só pode ser formulada com uma restrição final: PG não depende do tempo, mas só dentro do prazo vital ou "existencial", isto é, pouco mais ou menos dois séculos entre passado e futuro. Sempre de VIVO sobre VIVO. Na nossa Terra. E no prazo vital, isto é avô, pai, "adivinho", filho e neto ou contemporâneos deles, com os que o "adivinho" coexiste nem que seja por um instante. Nunca se adivinha um segredo astronômico. Ou algo muito futuro. Ou algo muito antigo, por ex. os hieróglifos que os egiptólogos, arqueólogos... não conseguiram decifrar.
Pe. Oscar G. Quevedo S.J.
5.2.3 TELEPATIA
Telepatia significa, a rigor, etimologicamente, "sofrimento à distância". Myers comprovou que era por ocasião de acontecimentos tristes que, com mais frequência sucedia o conhecimento de aprência paranormal. Mas logo a palavra telepatia se tomou no sentido mais geral de "sensação à distância ou percepção à distância".
Definimos a telepatia como a "perecepção paranormal do conteúdo de um ato psíquico". A transmissão do pensamento ou a adivinhação do pensamento é só um aspecto da telepatia, não abrangendo todos os tipos de telepatia.
Na telepatia sobre o inconsciente aparece frequentemente o mecanismo em "L" ou a "três". O percipiente capta em meu inconsciente, por exemplo, idéias que eu captei inconscientemente emoutra pessoa ou na realidade física. O inconsciente de uma pessoa (A) capta algo por telepatia, mas seu consciente não fica sabendo. Uma outra pessoa (B) que está junto com (A) pode captar por simples HIP em (A) o que (A) captou por telepatia.
Exemplo: Foi notabilíssimo o sensitivo sueco Emanuel Swedenborg. Em estado absolutamente normal, ao menos aparentemente, em vigília, enquanto jantava com um industrial, Swedenborg anuncia a seu anfitrião que a fábrica estava pegando fogo. Comprovou-se imediatamente que o aviso era certo e oportuno. Provavelmente foi o próprio industrial quem captou inconscientemente o incêndio: a desgraça interessava a ele; os amigos do industrial que assistiam ao incêndio tinham o pensamento voltado para o industrial, não para Swedenborg. Parece muito provável que a percepção clarividente (do incêndio) ou telepática (pensamentos, atos psíquicos das pessoas que estavam sabendo do incêndio) fosse realizada pelo inconsciente do industrial. A faculdade psigâmica do industrial captoui o fato, o aviso, mas ficou no inconsciente. Foi lá que Swedenborg captou, por HIP (Hiperestesia Indireta do Pensamento), a mensagem e a passou para o consciente.
Da observação e análise dos casos espontâneos, pode-se deduzir que:
"Adivinhar" (por Telepatia ou HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento) as idéias excitadas no inconsciente de outra pessoa é mais fácil e freqüente do que "adivinhar" as idéias conscientes.
A excitação no inconsciente pode dever-se a associação de idéias, emotividade, percepção inconsciente mesmo paranormal, etc.
A captação por parte do percipiente (pessoa que capta) pode ser paranormal, embora frequentemente seja só Hiperestesia Indireta do pensamento. Sendo porém, o aspecto externo do fenômeno, idêntico; ambos os tipos de captação são reunidos por nós na classificação TIE (ou HIE) " Telepatia (ou Hiperestesia) sobre o Inconsciente excitado.
A TIE (Telepatia sobre o inconsciente excitado) frequentemente é a "três" ou em "L", isto é, quando se capta em uma pessoa o que esta pessoa captou em outra (Telepatia) ou na realidade física (Clarividência).
Exemplo: Uma senhora tinha saído para passar o fim de semana com uns amigos que viviam no campo, a várias milhas de distância.O marido ficou em casa, ligeiramente indisposto. A senhora, já ao cair da tarde, experimentou, de repente, um impulso irresistível de voltar para casa. Os amigos se opunham: a hora era desapropriada. Asenhora, aliás, não podia dar nenhuma explicação racional de seu súbito e absurdo desejo. Só experimentava a sensação geral de que algo não ia bem com o marido. Voltou. Ao chegar encontrou a casa em chamas, devido, segundo se investigou, a uma faísca que tinha pulado da lareira. O marido dormia no andar superior totalmente alheio ao que acontecia. Se a senhora tivesse demorado mais, o acidente teria sido fatal.
Tudo indica que devemos classificar este caso como TIE, Telepatia sobre o inconsciente excitado: o pequeno cheiro, barulho, etc, do incêndio que começava no andar térreo, sendo captado mais ou menos hiperestesicamente, excitou o inconsciente do homem adormecido. A idéia do esposo inconscientemente excitado pelo perigo foi captada pela esposa, preocupada, e pode chegar a tempo de evitar a catastrofe.
A nebulosidade, a sensação indefinível experimentada pela receptora, é característica frequente, especialmente na recepção em estado de vigília (acordado, desperto). É o incosnciente que capta a mensagem e não é fácil em pessoas normais, que esta percepção inconsciente "suba" até o consciente. Por isso a necessidade, em muitos casos, de algins dos sistemas de manifestação: escrita automática (psicografia), pêndulo (radiestesia), mesa giratória, bola de cristal, etc... Em sonhos, porém, e em outros estados nos quais está mais "aberta" a porta do inconsciente, como no transe, hipnose, histeria, delírio, etc, pode-se alcançar uma claridade quase fotográfica na alucinação correspondente à percepção da mensagem telepática.
"Antes de Myers, a telepatia era denominada "transmissão de Pensamento", dando a impressão de que algo havia sido transferido através do espaço, oferecendo certa confusão em sua compreensão.
Se a Telepatia fosse radiação física deveria ser gerada por uma matéria transmissora. Ora, a telepatia pode alcançar enormes distâncias e até agora não se encontrou um transmissor capaz disso nem no corpo nem no cérebro humano. Do mesmo modo deveria existir um receptor correspondente. Toda radiação física conhecida obedece à lei que relaciona inversamente com o qudrado das distâncias. Ora, a telepatia não obedece a essa lei.
Os físicos possuem instrumentos instrumentos sensíbilíssimos e nunca captaram radiações telepáticas. Admitir uma teoria física da telepatia seria admitir entre emissor e receptor uma cadeia de causas e efeitos físicos perceptíveis. A realidade mostra que o espaço em nada influi na telepatia.
A causa da telepatia deve ser espiritual e não física pois a telepatia não tem forma, nem tamanho, nem dimensão e independe de posição no espaço." (Revista de Parapsicologia número 15 , pg 23)
Oscar G. Quevedo S.J. - livro: "A Face Oculta da Mente" - Ed. Loyola
5.2.4 Clarividência
Clarividência- é o conhecimento psigâmico de coisas objetivas, físicas. Diferente da Telepatia, que consiste em conhecer não diretamente a realidade física, mas o conteúdo de um ato psíquico subjetivo: os pensamentos, imaginações, sentimentos ou desejos de uma pessoa.
A Clarividência é designada hoje (proposta do Dr. Rhine) com a sigla PC (pura Clarividência)
Por Oscar G. Quevedo S.J. - livro: "A Face Oculta da Mente" - Ed. Loyola.
6. BIBLIOGRAFIA
O QUE É PARAPSICOLOGIA. ( Resumo da parapsicologia e seus principais fenômenos)
A FACE OCULTA DA MENTE ( Descrição, explicações e provas dos Fenômenos Parapsicológicos de conhecimento, tanto Extranormais como Paranormais e suas relações com o Inconsciente Humano, e não com espíritos de mortos)
AS FORÇAS FÍSICAS DA MENTE ( Tratado em 2 volumes sobre os Fenômenos Extranormais de efeitos físicos.. Explicações das fraudes e estudo detalhado dos casos mais famosos, explicação da Telergia e sua relação com os Fenômenos Parapsicológicos)
O PODER DA MENTE NA CURA E NA DOENÇA (Estudo detalhado da influência da mente no corpo humano. Desmitificação das "operações espirituais". Explicação das fraudes dos médiuns, truques; análise do porque não há dor e nem sangramento em alguns casos; desafios da Parapsicologia para todos os cirurgiões espirituais)
ANTES QUE OS DEMÔNIOS VOLTEM (Estudo detalhado da Demonologia, Possessões, Tentações, Histórico e Fenômenos. O autor prova realmente que não existe e nem nunca existiu Possessão nem intervenção demoníaca em parte alguma)
OS MORTOS INTERFEREM NO MUNDO? (5 Volumes) Tratado que desmente a comunicação dos mortos em todos os seus aspectos. O autor prova que não há Comunicação de espíritos com vivos; explica todos os fenômenos e casos à luz da Parapsicologia e analisa com detalhes o Inconsciente humano como autor direto dos Fenômenos Parapsicológicos; Fenômenos estes falsamente atribuídos aos espíritos..
MILAGRES- A CIÊNCIA CONFIRMA A FÉ - Estudo detalhado sobre os Milagres, Histórico, falsos Milagres. Provas de autenticidade dos Verdadeiros Milagres; Condições; Ambiente.
OS MILAGRES E A CIÊNCIA- Tratado sobre Milagres dando continuidade ao livro acima. O autor prova que os MILAGRES são a Assinatura infalsificável de DEUS sobre a verdadeira Doutrina.
AUTOR: OSCAR GONZÁLEZ QUEVEDO ( Padre Quevedo)
Editora: Edições Loyola
MISTERIOS DO AQUÉM E DO ALÉM- à luz da parapsicologia, Pe Raimundo Elias Filho, Paulus.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário